3.1.08

1451 Série III Ano XVI

MACAU/DELTA

ANDM APONTA 2019 COMO DATA PARA ELEIÇÃO DIRECTA DO CHEFE DO EXECUTIVO
Democratas exigem que Governo inicie
consulta sobre sufrágio universal


A Associação Novo Macau Democrático (ANMD) espera que dentro de dez dias o Chefe do Executivo dê início ao processo de consulta à população sobre as reformas políticas no sentido da democratização. Numa petição entregue ontem na sede do Executivo, a ANMD exige ainda que o Governo difunda relatórios frequentes sobre o processo de consulta aos residentes. A petição foi entregue por membros da ANMD a representantes do Executivo liderado por Edmund Ho.
Na ocasião, Ng Kuok Cheong, deputado e membro da associação, disse que depois de o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular ter assegurado que Hong Kong poderia eleger o Chefe do Executivo através de sufrágio universal em 2017, isso significa que o Governo Central já pode dar uma resposta "razoável" sobre o progresso do sistema político de Macau.
Para Ng Kuok Cheong, 2019 é uma data "aceitável" para a eleição por sufrágio universal do Chefe do Executivo em Macau. Nesse sentido, defende o deputado, deve-se começar quanto antes o processo de consulta aos cidadãos sobre as reformas democráticas.
No passado dia 20 de Dezembro, a ANMD organizou uma manifestação que juntou cerca de 2 mil pessoas sob o mote "Marchar pela democracia". O pedido de reformas democráticas que conduzam à eleição directa e universal do Chefe do Executivo e dos deputados da Assembleia Legislativa foram alguns dos pedidos.
No Palácio do Governo foi entregue uma carta que apela à definição de um calendário de reformas políticas rumo à democracia plena e à escolha dos líderes pelos cidadãos. A ANMD apontava 2019 como meta para as eleições directas e universais locais, embora numa aplicação gradual.
O anúncio de que Hong Kong poderia escolher o Chefe do Executivo em 2017 surgiu dias depois dessa manifestação, o que veio dar alento à luta da ANMD.

CAIXA
"Luz verde" para início da discussão

So Man Yum, professor do Instituto Politécnico de Macau, considera que o facto de a Assembleia Nacional Popular ter decidido favoravelmente pela eleição directa e universal do Chefe do Executivo de Hong Kong em 2017 deu "luz verde" para que se inicie a discussão sobre as reformas democráticas em Macau. Mas o académico considera que seria mais interessante para Macau que as eleições directas e universais se aplicassem em primeiro lugar a todos os deputados da Assembleia Legislativa.
Em declarações ao jornal Ou Mun, So Man Yum diz ainda que não tem que existir pressa na definição de um calendário para a introdução de reformas democráticas no território, e que o mais importante é o amadurecimento da cultura e formação democráticas dos residentes. Nesse sentido, argumenta, é necessário começar a construir um caminho para a democracia, bem como um ambiente no qual a corrupção eleitoral não tenha lugar.
Nesse processo de reflexão e discussão em torno da democracia, o académico sugere que se aprofundem questões como a Lei Básica, a produção legislativa do território e também exemplos de democracias na região e noutras partes do mundo, ao mesmo tempo que os horizontes políticos da população devem ser alargados.
Para o académico, as várias manifestações que têm sido realizadas nos últimos anos em Macau são um sinal de que existem problemas na sociedade e de que as pessoas estão dispostas a reivindicar e a lutar pelos seus direitos. Por outro lado, observou, as manifestações são igualmente um sinal de que o governo necessita de um sistema de responsabilização eficaz entre os seus funcionários, especialmente entre os altos governantes.


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SJM VAI LANÇAR CONCURSO DE ARQUITECTURA PARA RECONSTRUIR EDIFÍCIO
Procura-se novo Casino Lisboa

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) anunciou ontem que pretende remodelar o Hotel e Casino Lisboa, o complexo de três edifícios construído em finais dos anos 1960 e inaugurado em 1970. Para o projecto de reconstrução do complexo, a empresa vai lançar um concurso de arquitectura internacional com o objectivo de seleccionar a melhor proposta. O projecto de reconstrução vai ocupar uma área de 17,500 metros quadrados e deverá começar em 2009, estando a sua conclusão prevista para 2012. A SJM adiou para breve (não especificou datas) a apresentação dos detalhes do concurso de arquitectura.
Num comunicado difundido ontem pela empresa que continua a liderar o sector do jogo em Macau, Stanley Ho, o presidente, afirma que, "desde a sua abertura em 1970 que o Hotel e Casino Lisboa lidera o desenvolvimento de Macau. Com este plano de re-desenvolvimento empenhamo-nos em aprofundar a inovação e em assumir o nosso papel de força benéfica no desenvolvimento de Macau".
Ambrose So, director executivo da SJM, por seu turno, afirma que "à medida que o sector do jogo continua a crescer, não tomamos a nossa posição de liderança como garantida. A SJM vai dar este passo importante para assegurar que as suas propriedades continuam a ser os marcos na indústria do jogo e do entretenimento de Macau."
Nesse sentido, continua Ambrose So, "para assegurar que teremos o melhor do melhor no design e na construção, vamos lançar um concurso de arquitectura, para o qual convidamos as mais importantes empresas a nível mundial a participar. Temos a certeza de que os resultados vão ser algo de que nós e a população de Macau nos vamos orgulhar."

O ícone

O primeiro dos actuais três edifícios do Hotel e Casino Lisboa foi inaugurado em 1970. O casino original, bem como o hotel de 12 andares em forma cilíndrica, foi construído em parceria por Stanley Ho, Teddy Yip, Yip Hon e Henry Fok. Em 1991, foi construída a segunda fase do projecto, que resultou na extensão de 270 quartos, passando o total a ser de 927 quartos.
Actualmente, o edifício está ligado ao hotel-casino Grand Lisboa, que passou a ser o empreendimento bandeira da SJM, depois de décadas em que o Lisboa foi o ícone tanto da empresa como de Macau. Com a sua arquitectura kitsch e os profusos tons dourados, bem como as várias formas redondas e ornamentos seguindo os preceitos do "feng shui", o Lisboa ajudou a que durante vários anos Macau fosse conhecida como a "Montecarlo do Oriente."
Na edição número 7 da revista Camões, publicada em Outubro de 1999 pelo Instituto Camões, a jornalista Clara Ferreira Alves assina a "Crónica do Hotel Lisboa".
Clara Ferreira Alves recorda neste texto a experiência vivida no Hotel Lisboa, então "o casino entre os casinos em Macau", apresentava a revista. À porta, "o corrupio dos carros e a serenidade indiferente dos coolies dizem mais sobre a China do que mil livros de filosofia. Dizem, em primeiro lugar, que ninguém compreendeu o jogador, a obsessão e a compulsão do jogador, até observar um chinês a jogar."
A Clara Ferreira Alves também não terá escapado o negócio da prostituição. "As chinesinhas, quase todas com caras de meninas, e supõe-se com anos de meninas contados pelos dedos das quatro mãos, descem como bandos de pássaros quando desce a noite sobre a cidade. E quando se acendem as luzes do Lisboa, que fica como um bolo iluminado por velas à espera dos parabéns."


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RECEITA BRUTA DOS CASINOS FOI DE 83 MIL MILHÕES EM 2007
Lucros do jogo cresceram 47 por cento

Os casinos de Macau registaram uma receita bruta de 8.100 milhões de patacas em Dezembro, fechando a contabilidade anual em 83.000 milhões de patacas, disse ontem à Lusa fonte do sector.
De acordo com a mesma fonte, só no mês de Dezembro, os casinos de Macau viram a receita bruta, sobre a qual recaem impostos directos de 35 por cento e indirectos de cerca de quatro por cento, subir 34 por cento face ao mês homólogo de 2006.
Com a receita bruta anual contabilizada nos 83.000 milhões de patacas, as receitas dos casinos locais subiram cerca de 47 por cento comparativamente a 2006.
O mês de Dezembro ficou também marcado por uma competição muito forte entre a Sociedade de Jogos de Macau, de Stanley Ho, e a Las Vegas Sands, do magnata Sheldon Adelson, que realizaram receitas brutas muito idênticas, na ordem dos 30 por cento cada uma, embora com ligeira vantagem para a empresa de Stanley Ho.
De acordo com a fonte contactada pela Lusa, em Dezembro, a Wynn Resorts conquistou uma quota de cerca de 15 por cento, a Galaxy Resort 14 por cento, o consórcio entre a Melco e a PBL fechou o mês com nove por cento e a parceria entre a MGM e Pansy Ho (que abriu o casino MGM Grand Macau a 18 de Dezembro) com cerca de dois por cento.
Além das receitas dos casinos, há ainda que contar com cerca de mil milhões de patacas de receitas oriundas das apostas em corridas de cavalos, cães, jogos de futebol e outras lotarias que irão elevar as contas do sector do jogo para um total de cerca de 84.000 milhões de patacas.
Macau tem actualmente 27 casinos em funcionamento propriedade dos três concessionários e três subconcessionários autorizados: Sociedade de Jogos de Macau, Las Vegas Sands, Wynn Resorts, Galaxy Resorts e as parcerias entre a Melco e a PBL e Pansy Ho e a MGM Mirage.
A família de Stanley Ho, que teve o exclusivo do jogo em casino em Macau durante 42 anos, está presente em três licenças: Sociedade de Jogos de Macau, na parceria entre a Melco e a PBL com Lawrence Ho, filho do magnata, e na parceria entre Pansy Ho, filha de Stanley, e a norte-americana MGM.


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MENSAGEM DE ANO NOVO DE EDMUND HO
"Expressão livre" da vontade popular
tem ajudado Governo


Edmund Ho considera que a expressão livre de "vontades e ideias" da população tem sido um "estímulo" para o Governo vencer os desafios. Numa mensagem de Ano Novo dirigida à população de Macau, o líder do Governo sustenta que em 2007 a "estratégia de desenvolvimento" definida "evoluiu de uma fase de mera concepção de ideias para uma fase de realização preliminar dos objectivos de construção de uma sociedade próspera".
"A participação activa da população nos assuntos públicos e sua expressão livre de vontades e ideias têm exercido um importante papel de estímulo para o Governo ganhar força para vencer os grandes desafios", disse.
Por outro lado, continuou o Chefe do Executivo, a "confiança mútua, a interacção e a cooperação entre os cidadãos e o Governo foram factores que nos ajudaram a ajustar medidas, no sentido de acompanhar o processo de evolução da sociedade e dar, oportunamente, aos grupos menos protegidos a assistência que precisavam, atenuando os problemas decorrentes do processo de transformação social para garantir um ambiente de harmonia".
Para 2008, Edmund Ho quer reforçar a diversificação do sector do turismo e lazer em "articulação com a expansão dos ramos de actividade conexos, contribuindo para a estabilidade da situação favorável de emprego".
"Face às exigências do crescimento do mercado, é natural que a população não-residente assumirá uma composição mais diversificada, contribuindo para a recuperação de mais sectores de consumo ou a conquista de maiores êxitos. Numa sociedade que vive a prosperidade económica, sob os auspícios do mercado livre, mais grupos sociais desfrutarão dos benefícios do desenvolvimento social, contribuindo para o bem estar generalizado da população", sublinhou.
Na sua mensagem, Edmund Ho promete ainda "medidas flexíveis e integradas para sanar os impactos negativos da inflação sobre a vida das pessoas, prevenindo e resolvendo os diversos problemas sociais", reduzir as assimetrias existentes na população e reforçar a auscultação popular para responder aos objectivos da sociedade.



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Hu Jintao garante apoio a Macau e HK em 2008

"Vamos trabalhar com os nossos compatriotas em Hong Kong e Macau para mantermos a estabilidade e a prosperidade nas duas Regiões Administrativas Especiais", disse o presidente chinês Hu Jintao na sua mensagem de Ano Novo. Em 2008, Pequim vai querer continuar a aplicar o princípio "um país, dois sistemas", bem como o princípio de "Macau governado pelas gentes de Macau" com "alto grau de autonomia", o mesmo se aplicando a Hong Kong. Numa mensagem difundida a partir de Pequim via rádio e televisão, a 31 de Dezembro de 2007, para todo o Mundo, os três chavões foram as únicas referências directas às duas Regiões Administrativas Especiais.
No restante, o discurso do presidente chinês ficou marcado pelos apelos à paz mundial e ao desenvolvimento.
Fazendo um balanço de 2007, Hu Jintao disse que a China atingira nesse ano um novo patamar de progresso, no qual "povos de todos os grupos étnicos continuaram a promover com uma só mente e um só coração uma sociedade moderadamente próspera." Segundo o responsável, o ano passado ficou marcado pelo 17º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, no qual se decidiram os planos e condições para os próximos tempos.
Em 2008, sublinhou Hu Jintao, "um ano muito importante para os chineses", vai-se celebrar o 30º aniversário do início das reformas e da abertura da China ao Mundo, e o país vai continuar a bater-se "pelos princípios da reunificação pacífica e pelo desenvolvimento das boas relações entre os dois estreitos e pela procura da paz e reunificação de Taiwan."
Relativamente à cena internacional, Hu Jintao observou que, em termos económicos, está a aumentar a disparidade a nível global, enquanto que a segurança "tornou-se complicada e a humanidade enfrentas muitos problemas e desafios". Nesse âmbito, "a China vai promover a paz, desenvolvimento e cooperação", numa lógica de "democratização das relações internacionais e promoção de globalização económica para distribuir benefícios por todos."
Os Jogos Olímpicos, que se realizam em Pequim, em Agosto, mereceram de Hu Jintao uma referência, com o presidente chinês a dizer que "vamos mostrar o nosso maior entusiasmo e esforços para fazer dos Jogos um grande encontro para promoção do entendimento e cooperação amigável entre a China e o Mundo."



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SUPLMENTO V DO CEPA EM VIGOR DESDE PASSADO DIA 1
Convenções e exposições na mira da cooperação

O Suplemento V do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau (CEPA, na sigla em inglês), em vigor desde o passado dia 1 de Janeiro, vai fazer com que a China levante as restrições a mais 17 tipos de indústrias provenientes de Macau, no intuito de fomentar o desenvolvimento do volume comercial entre as duas regiões, principalmente no sector das convenções e exposições.
Com esta fase do CEPA, a China vai abrir aos investidores de Macau os mercados do turismo, dos recursos humanos, das seguradoras e a outras áreas do sector privado. As autoridades do continente vão acabar com restrições ao investimento e às participações nas empresas locais, o que vai permitir aos empresários de Macau maiores oportunidades.
Com esta nova fase do Acordo, os investidores de Macau e Hong Kong passam a ter acesso a um total de 38 ramos da indústria no continente.
No entanto, para Macau o sector mais importante nos próximos tempos é a indústria de convenções e exposições. Para Ho Hoi Ming, presidente da Associação de Convenções e Exposições de Macau, citado pela agência Xinhua, "o CEPA V vai beneficiar Macau porque agora as empresas de Guangdong ou Xangai vão poder organizar eventos aqui."
Na opinião deste responsável, as autoridades do continente podem alargar a abertura dos mercados até outras províncias como Fujian, Jiangsu, Zhejiang e até mesmo Pequim, uma vez que Macau vai conseguir realizar o seu papel de plataforma comercial entre o continente e resto do Mundo, com especial enfoque nos países de expressão portuguesa.
O Acordo CEPA é um protocolo que estabelece um relacionamento semelhante a parceiros de comércio livre, num país, com duas regiões aduaneiras autónomas. Este acordo está conforme às normas da OMC, tendo como objectivo promover a prosperidade e desenvolvimento comuns.
China e Macau assinaram o Acordo CEPA da primeira fase em 17 de Outubro de 2003 e este entrou em vigor no dia 1 de Janeiro de 2004. Em 29 de Outubro de 2004, em 21 de Outubro de 2005, em 26 de Junho de 2006 e em 2 de Julho de 2007, as duas partes assinados respectivamente o Suplemento, o Suplemento II, o Suplemento III e o Suplemento IV. O conteúdo do Acordo CEPA incluí o conteúdo específico três âmbitos, designadamente, o comércio de mercadorias, o comércio de serviços e facilitação do comércio e investimento.


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NÚMEROS DOS PRIMEIROS ONZE MESES DO ANO PASSADO
Saldo orçamental positivo de 24 mil milhões de patacas

O Governo de Macau fechou Novembro com um saldo orçamental positivo de 24.148,4 milhões de patacas com as receitas públicas a ultrapassarem os 37.400 milhões de patacas. Dados oficiais provisórios disponíveis na página da Internet dos Serviços de Finanças locais indicam que no final de Novembro, as receitas públicas totais estavam contabilizadas em 37.400,9 milhões de patacas, mais 49,4 por cento do que no mesmo período de 2006 e com 121,1 por cento da execução prevista para os 12 meses.
Já as receitas correntes, contabilizadas em 37.350,8 milhões de patacas, estavam a subir 51,4 por cento, concretizadas em 132,3 por cento e tinham nos impostos directos sobre o jogo a grande concentração da receita com 26,679,9 milhões de patacas, mais 48,3 por cento do que entre Janeiro e Novembro de 2006 e 131,6 por cento do previsto para o ano completo.
Com as receitas acima do previsto, o saldo orçamental positivo é também potenciado pelo diminuto crescimento da despesa que em termos totais estava a subir 3,9 por cento para 13.252,5 milhões de patacas, mas representava apenas 42,9 por cento do previsto para os 12 meses.
No capítulo da despesa, os gastos correntes estavam contabilizados em Novembro em 10.578,4 milhões de patacas, mais 7,1 por cento do que em 2006 e num total de 57,3 por cento do previsto para os 12 meses.
Os investimentos do Plano, com um orçamento de 7.300 milhões de patacas, estavam executados em 28,3 por cento com uma despesa de 2.068 milhões de patacas ou menos 12 por cento do que no mesmo período de 2006.
O Executivo de Macau tem saldos acumulados de orçamentos anteriores superiores a 30.000 milhões de patacas, suficientes para que os cofres da Administração pudessem ficar um ano sem receitas e manter a previsão de despesas que este ano se cifram em 30.892,3 milhões de patacas.
Nos saldos acumulados de anos anteriores é contabilizada uma verba de 2.477,8 milhões de patacas transferida do apuramento final do ano de 2006 e inscrita no orçamento de 2007 sem que, até agora, tenha sido utilizada, mas não inclui o saldo positivo acumulado ao longo de 2007.
Além dos saldos orçamentais de anos anteriores, o Executivo de Macau possui ainda um fundo de cerca de 11.000 milhões de patacas criado ainda durante a administração portuguesa


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Balança comercial com saldo negativo
de Janeiro a Novembro


A balança comercial de Macau apresentou um saldo negativo de 20,68 mil milhões de patacas nos primeiros onze meses do ano de 2007, informou segunda-feira em Macau a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).
De Janeiro a Novembro, as exportações de Macau caíram 1,4 por cento em termos homólogos para 18,60 mil milhões de patacas e as importações cresceram 18,5 por cento para 39,29 mil milhões de patacas.
Em consequência, a taxa de cobertura das importações pelas exportações caiu de 56,9 por cento nos primeiros onze meses de 2006 para 47,4 por cento no mesmo período de 2007.
Em Novembro, as exportações de Macau foram de 1,87 mil milhões de Patacas e cresceram 28,8 por cento face ao valor verificado no mesmo mês de 2006 e as importações cresceram 21,5 por cento para 3,97 mil milhões de patacas.
As exportações continuaram a concentrar-se em dois mercados - Estados Unidos da América e União Europeia - com 58,5 por cento do total e as importações também em dois mercados - China continental e Hong Kong - com 52,6 por cento do total.


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CHANTAGEOU ALTO FUNCIONÁRIO DO GOVERNO DE HONG KONG
Empregada de karaoke apanha três anos de prisão

Uma empregada de um karaoke de Hong Kong foi condenada a três anos de cadeia por chantagem a um alto funcionário do Governo local com quem terá mantido um caso amoroso, revelou a imprensa da cidade.
Hui Wing, 36 anos, ameaçou expor a sua relação amorosa com o alto funcionário do Governo - apenas identificado no julgamento como senhor X para proteger a sua identidade - a não ser que este lhe pagasse 590.000 dólares de Hong Kong.
O alto funcionário, casado e com filhos, apareceu no Tribunal de rosto tapado enquanto Hui Wing dava pormenores da relação entre os dois, incluindo descrições sobre relações sexuais no gabinete do alto funcionário e de diversas deslocações a Macau e à província continental chinesa de Guangdong.
O juiz Andrew Chan sentenciou Hui Wing a três anos de cadeia por cada uma das duas acusações de chantagem.
Andrew Chan afirmou, contudo, que acredita que Hui Wing e o alto funcionário mantiveram uma relação amorosa durante quatro meses, tratando-se por marido e mulher antes de a relação ter terminado.
Natural da província chinesa de Hubei, Hui Wing conheceu o alto funcionário num establecimento de diversão nocturna de Hong Kong no final de 2006.


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Forte probabilidade de maré salgada

Há fortes probabilidades de nos próximos dias Macau vir a sofrer os efeitos de uma maré salgada, segundo fonte do Departamento hidrológico de Guangdong afirmou ao jornal Ou Mun. De acordo com a mesma fonte, os rios Xijiang e Pei têm capacidade para continuar a fornecer água dentro dos limites mínimos de salinidade a Macau durante os próximos 17 dias, período depois do qual a situação deverá ser crítica.
O mesmo responsável afirma que ao longo de 2007 choveu muito pouco na província de Guangdon, o que fez com que as correntes dos dois rios tivesse diminuído substancialmente, bem como os reservatórios locais. As previsões meteorológicas para os próximos dias também não são animadoras, com quase nenhuma chuva para a região.


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Noites barulhentas nas Ruínas de São Paulo

Longe vão os dias em que a tranquilidade reinava junto às Ruínas de São Paulo. Nos últimos tempos, a zona tem sido utilizada por grupos de "emigrantes do sudeste asiático" que, durante a noite, fazem barulho e deixam lixo no local. As queixas dos moradores, segundo o jornal Ou Mun, têm sido várias, e a polícia já foi chamada ao local, mas sem grandes efeitos dissuasores. Ainda de acordo com os moradores ouvidos pelo jornal, o barulho é mais frequente nas vésperas de feriados ou no fim-de-semana, quando os grupos se juntam e muitas vezes alguns dos elementos levam consigo instrumentos musicais.
Ressalvando que não tem nada contra os emigrantes, um popular disse ao Ou Mun que o lixo produzido e o barulho são inaceitáveis, tendo mesmo, no seu entender, repercussões negativas já que afectam o centro histórico de Macau, Património da Humanidade.
O jornal cita ainda outro popular que por diversas vezes alertou o jornal para o facto de as pessoas que se juntam nas Ruínas à noite urinarem ao ar livre. O popular acredita que essa situação se deve ao facto de as instalações sanitárias que existem no local estarem fechadas durante a noite.


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Fátima Alves expõe no CIC

Inaugura sexta-feira, pelas 18 horas no Centro de Indústrias Criativas (CIC), a exposição "Trace", que reúne trabalhos da designer Fátima Alves. Com esta exposição individual, o inicia as actividades de 2008.
Fátima Alves é natural de Matosinhos, e iniciou-se no design por influência do pai, que estimulou desde cedo a criatividade das suas quatro filhas. Mais tarde, a artista haveria de ser fortemente influenciada pela professora de Educação Visual. Fátima Alves apresenta-se como auto-didacta, não tendo qualquer formação académica na área do design. Todos os trabalhos que reuniu para esta exposição são elaborados a partir de um computador, e com o auxilio de um "programa bastante básico", segundo se pode ler no texto de apresentação do evento, através do qual se expressam "emoções de harmonia".


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LISBOA DIZ SER LAMENTÁVEL AUSÊNCIA DA MODALIDADE NA LUSOFONIA
Há má vontade dos dirigentes
para com o hóquei em patins


Regressou de férias e já sabia da má noticia da não inclusão do hóquei em patins nos Jogos da Lusofonia, que se irão realizar em Portugal, em 2009. Alberto Lisboa, treinador da selecção de Macau, fez um balanço da presença no Asiático e volta a reclamar condições para a modalidade não se perder

Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Alberto Lisboa está em Macau há vários anos, depois de ter jogado em Portugal em clubes secundários, mas a sério. Recentemente foi campeão pela quinta vez como jogador e quarta também como treinador. Gozou, depois do campeonato na Índia, alguns dias naquele país e foi passar o Natal a Portugal, onde deu uma entrevista ao jornal Record.
“Parti a loiça toda, ou seja, disse o que achava do momento do hóquei em patins a nível internacional”, começou por referir ao PONTO FINAL, para continuar: “Acho que os portugueses têm uma boa quota parte da culpa pelo estado actual da modalidade. A mentalidade dos dirigentes em Portugal terá de mudar, sob pena da selecção nacional continuar a não ter hipóteses frente a países como a Espanha, que tem um projecto mais sério.”
Mesmo assim, em termos gerais, salienta Lisboa, “penso que os países europeus se esquecem dos outros, ou seja, dos mais fraquinhos. Qualquer dia estão a jogar sozinhos, entre eles. E é precisamente por isso que, noutros continentes, caso concreto do nosso, o asiático, o interesse pelo hóquei em patins tem vindo a diminuir.”

Desporto com tradições
fica fora da lista

Vem isto a propósito da mais recente noticia de que o hóquei em patins foi, mais uma vez, afastado dos Jogos da Lusofonia (já o tinha sido na edição de 2006 em Macau). Lisboa reage: “É uma questão de bom senso. Então uma modalidade que tanto diz aos países lusófonos não é escolhida para a competição, onde estão nações com tradições no hóquei, como são os casos de Portugal, Angola, Moçambique, Brasil, Macau? Ainda por cima com a prova a ter como palco Portugal? Acho que isto tem mais a ver com má vontade de certos dirigentes em relação ao hóquei em patins. Com todos estes dissabores é natural que a modalidade vá caindo, por todo o lado, talvez com a excepção da Europa. Mas lá está, qualquer dia estão eles a jogar só entre eles.”
Segundo as notícias que surgiram na comunicação social, o hóquei em patins foi preterido pelo judo, no lote de desportos para os Jogos da Lusofonia de 2009, a disputar em Lisboa.

Presidente da Patinagem
estranha decisão

O presidente da Federação Portuguesa de Patinagem, Fernando Claro estranhou a decisão da ACOLOP, recordando que “o hóquei em patins foi a modalidade que mais títulos deu a Portugal. Este dirigente fez chegar uma missiva ao secretário de estado do desporto sobre o interesse da inclusão do hóquei em patins, alegando “interesse desportivo e cultural”. Mas quem teve o poder de decidir escolheu o judo.
O presidente do Comité Olímpico de Portugal e também membro da ACOLOP, Vicente Moura, já respondeu a algumas críticas, referindo que para além do hóquei em patins, também judo, canoagem e natação estavam à espera de entrar na lista para os Jogos da Lusofonia.
Para além disso, disse Vicente Moura, “as modalidades a incluir têm de ser praticadas por pelo menos 60 por cento dos países que pertencem à ACOLOP.”

Não há um verdadeiro
Campeonato do Mundo

Aqui por Macau a “família do hóquei em patins” ficou mais uma vez desiludida, aqui transmitida pelo seu treinador principal.
Voltando ao momento actual do hóquei, a nível mundial, Alberto Lisboa diz que o sistema tem de mudar para que haja um verdadeiro Campeonato do Mundo, como aconteceu em 2004 quando Macau esteve entre a elite mundial, onde participaram quase todos os continentes. “Não se compreende como o campeão de cada um dos continentes não tem presença assegurada no Grupo A. E não venham com as desculpas dos resultados desnivelados. Sempre houve a continua a haver.”
“O hóquei em patins, pode dizer-se, não é uma modalidade barata, e por isso muitos países têm dificuldades financeiras. Mas porque razão os mais fortes não mostram disponibilidade para ajudar? Assim vai ser cada vez mais complicado surgirem novos países.”
E o que é certo é que o continente asiático já teve mais gente a praticar a modalidade. No recente Campeonato da Ásia, realizado em Novembro em Calcutá, na Índia, só se inscreveram cinco selecções (Macau, Japão, Taiwan, Paquistão e Índia). Dos que também praticam o hóquei, estiveram ausentes Coreia do Sul, Coreia do Norte, República Popular da China, provavelmente todos por falta de apoios financeiros.

Jogadores de Macau
perdem competitividade

Com este panorama o hóquei em patins está cada vez mais afastado de ter qualquer hipótese de entrar nos Jogos Olímpicos. E quando tem havido oportunidade para o relançar, as oportunidades têm-se perdido, como é este caso dos Jogos da Lusofonia e foram igualmente os Jogos Asiáticos em recinto Coberto, efectuados o ano passado em Macau.
No que diz respeito à selecção do território é pena que Lisboa, Ricardo, Almeida e companhia, não possam estar presentes na capital portuguesa, em 2009, onde poderiam dar uma boa imagem da qualidade do hóquei que tem praticado no continente asiático, com títulos atrás de títulos.
Assim, o hóquei em patins da RAEM só tem, em termos frequentes, duas possibilidades de sair ao exterior, o Asiático e o Mundial do Grupo B. De resto, vai efectuando umas partidas em casa e treinando quando pode, tanto no sector masculino, como no feminino.
Como é lógico, os homens estão mais evoluídos, mas há evolução evidente das meninas, “muito por culpa das participações internacionais”, como disse o treinador Alberto Lisboa.

Asiático dificultado
por factores alheios

Quanto aos rapazes, o técnico já “esqueceu” a vitória na Índia, tendo-a considerado mais complicada (e por isso saborosa) pelas adversidades encontradas em termos de piso, transportes cansativos em péssimas estradas, comida que não era a ideal para quem estava em competição. “Daí que não tivéssemos aplicado toda a nossa técnica, acabando por gerir os resultados. Éramos sem dúvida a melhor equipa.”
Depois do título, mais um, sendo o hóquei em patins a única modalidade que traz campeões asiáticos de regresso a casa, pensa-se no futuro imediato: “Vamos ter de reflectir sobre tudo isto e pensar nos próximos tempos. Irei ter uma conversa com o presidente da Associação de Patinagem, António Aguiar, para saber o que vamos fazer no imediato,” declarações do treinador-jogador que ainda não decidiu se colocará um definitivo ponto final na carreira de jogador da selecção. “Sinto para já que a minha presença na equipa ainda é útil, mas há-de chegar a altura em que a selecção jogará sem mim. Só lamento que haja alguma inveja de certas pessoas pelo facto de eu estar a jogar.”

Faltam valores de futuro,
Mundial B com ambições

Lisboa considera que Macau tem selecção com um bom nível até 2010/2012, depois disso é uma incógnita. Tudo vai depender do que aparecer em termos de novos valores, mas temos de ser realistas, neste momento não há jogadores para assegurar o futuro do hóquei em patins.”
“A presença no Asiático deu para lançar mais alguns novatos (João Cardoso e Edgar Rodrigues) e mostrar que a equipa feminina, só evolui se disputar muitas provas deste género. Sentimos que está a progredir de jogo para jogo, mesmo com muitas derrotas.”
Uma palavra final para o Mundial do Grupo B, que se irá realizar este ano (Outubro) na cidade sul-africana de Joanesburgo, onde Macau volta a ter legítimas aspirações à subida. Recorde-se que falhou por pouco (derrota por 3-2 com a Colômbia no encontro decisivo) a terceira posição no último mundial, no Uruguai, em 2006.
“Temos equipa para fazer bons resultados. O núcleo duro da selecção está a actuar em conjunto desde 2003/2004 e esse entrosamento é muito importante. Só continuo a lamentar o facto de não termos um pavilhão mais ao nosso dispor. Poderíamos de facto fazer coisas ainda melhores no hóquei em patins.”

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