9.1.08

1455 Série III Ano XVI

PRESIDENTE DA SANDS VAI ACONSELHAR PRESIDENTE DOS EUA
Adelson com Bush

A experiência de Sheldon Adelson nas relações comerciais com a China foi uma das razões principais para o bilionário ser convidado para o lugar de conselheiro, integrando o Gabinete de Comércio dos Estados Unidos, durante quatro anos. Quem o diz é Susan Schwab, representante do Gabinete, que se encontrou com Adelson no Venetian, em Macau, segundo a agência de notícias Associated Press. A convocação vem no seguimento dos planos do americano em investir 1,3 mil milhões de dólares em Macau. "Muito cooperantes", é como Adelson descreve os governos da China e de Singapura, onde a Las Vegas Sands Corp também está a investir, explicando que a maioria das questões levantadas diz mais respeito "a compreensão do que propriamente a litígio".
O bilionário acrescenta que "os chineses não acordam de manhã a pensar como hão-de tornar a vida mais complicada aos americanos". Parece frase feita, mas a verdade é que foi este tipo de pensamento simplista que valeu o novo cargo aquele que a americana Forbes Magazine considera o terceiro homem mais rico do mundo.
Ouro sobre azul seria agora conseguir fazer a China baixar o controlo do yuan, que os Estados Unidos consideram estar sobrevalorizado. Se a moeda chinesa ultrapassasse o valor do dólar americano, os jogadores chineses rumariam tanto a Las Vegas como a Macau. "Se o valor do yuan flutuasse, isso seria fantástico para nós", explica Adelson, acrescentando que "nós somos os maiores investidores na história da China. Claro que vamos usar toda a nossa influência para que as políticas americanas, nomeadamente as que dizem respeito ao comércio, sejam implementadas".
O comité de conselheiros conta também com Craig Barrett, presidente da administração da multinacional tecnológica Intel Corp, sediada nos Estados Unidos, e H. Fisk Johnson, director da americana S.C. Johnson & Son. Agora também com Adelson, reúnem três vezes por ano com o presidente George W. Bush para discutirem a política comercial americana.


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PEREIRA COUTINHO APROVA SUBIDA DOS SALÁRIOS PARA DIRIGENTES DA FUNÇÃO PÚBLICA
“O aumento não é justo, mas é razoável”

Sónia Nunes

O presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFP), Pereira Coutinho, aceita o eventual aumento dos salários entre os 27 e os 36 por cento para os directores de serviços – notícia avançada ontem pela Rádio Macau. A medida, defende o deputado, é positiva e vai elevar o desempenho dos profissionais. Só é pena a igual aplicação a todos os departamentos da Administração.
“O aumento não é justo, mas é razoável. É preciso diferenciar as direcções de serviço. É evidente que não se pode colocar no mesmo nível o vencimento dos directores da Polícia Judiciária e o da direcção dos Serviços de Estatística, por exemplo”, aponta Pereira Coutinho. O ajuste certo seria antes feito, continuou, com a divisão em patamares de dois níveis, definidos pelas competências de cada órgão, em vez de se optar por um padrão universal.
De acordo com a informação da Rádio Macau, os directores, subdirectores e chefes de departamento de divisão poderão vir a auferiu um salário mensal entre 70 e 75 mil patacas. Os valores correspondem assim a uma subida do índice de vencimento de mil para 1272 pontos (ou de mil para 1363), na tabela da função pública. A actualização tinha sido já sugerida pelo Chefe do Executivo, Edmund Ho, na apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2008, e estará a ser avaliada no novo estatuto para os principais responsáveis pela administração pública.
No início do ano passado, Pereira Coutinho contestava já um possível aumento salarial em cinquenta por cento para os dirigentes públicos. A estimativa foi falso alarme e o deputado baixou os braços. “Esta é uma medida positiva. Vai elevar a moral e o desempenho dos dirigentes e chefes de divisão”, afirma.
Porém, uma moeda tem sempre duas faces: “Seria pertinente que, como contrapartida, os dirigentes e chefias, fossem mais responsáveis. E deixassem de transferir sistematicamente as responsabilidades para o pessoal da linha da frente”, avançou o deputado. Contudo, quer o Estatuto dos Titulares de Cargos Públicos quer o Regime de Carreira Geral estão ainda na gaveta.
A Rádio Macau noticiou também que está apenas prevista a criação de uma categoria em cada carreira do regime geral e que o grosso dos funcionários públicos será excluído do aumento. Pereira Coutinho refere que não recebeu qualquer informação e não faz comentários. Diz apenas: “Não se sabe nada. Está tudo atrasado. O Governo não houve as associações”. Mas insistiu na urgência de devolver ao “pessoal da linha da frente o poder de compra que, com a inflação, tem lutado com enormes dificuldades no seu dia-a-dia”.

CAIXA
Pereira Coutinho já concentrado no fundo de pensões para os agentes
Deputados deverão aprovar hoje novo regime paras as Forças de Segurança

A Assembleia Legislativa vai votar hoje na generalidade a proposta de lei sobre a Reestruturação de Carreiras nas Forças e Serviços de Segurança. E segundo Pereira Coutinho “não vai haver dificuldades em ver esta lei aprovada”. Os problemas da classe, contrapõe, são outros: a ausência de seguro e de fundo de pensões.
O articulado, a ser apresentado pelo secretário para a Segurança, Cheong Kuok Va, e aprovado pelo Conselho Executivo a 29 de Dezembro passado, sobe o nível de exigência para entrada nos quadros (mais habilitações académicas). Cria também mais postos de trabalho para as carreiras de base do Corpo de Polícia de Segurança Pública, Corpo de Bombeiros, Serviços de Alfândega e Corpo dos Guardas Prisionais do Estabelecimento Prisional de Macau e prevê actualizações nos índices salariais.
Contudo, diz Pereira Coutinho, o diploma é o primeiro passo. “O mais importante é o que deve ser feito a seguir. É preciso restabelecer as reformas e pensões de sobrevivência ao pessoal das Forças de Segurança”, ressalva. O deputado classifica a retirada destas medidas, em Janeiro de 2007, “como um dos maiores erros deste Governo” e assegura que “a população de Macau vai pagar caro”. Isto porque, explica, a taxa de criminalidade de baixo nível está a aumentar e os polícias continuam sem seguro de vida ou de integridade física. “Quando os agentes sofrem mazelas ou têm mesmo graves ferimentos, são os colegas que fazem uma recolha de fundos para os ajudar. Isto é inconcebível”, critica. Se as futuras políticas governamentais vão caminhar neste sentido não se sabe. “É esperar para ver”, anseia Coutinho.


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COMISSÃO ESPERA PARECER DO GOVERNO A SER EMITIDO AMANHÃ
Criminalização do não pagamento de salário adiada

Sónia Nunes

Foi anunciada como a reunião da polémica. E foi o próprio presidente da 3ª Comissão Permanente que assim a apresentou. Mas o cavalo de batalha do subdirector da Associação Geral dos Operários de Macau (AGOM), Lee Chong Cheng, sobre a criminalização do não pagamento dos salários na proposta de lei laboral voltou à casa de partida. Serão primeiro discutidos os seis artigos do regime sancionatório e só depois se terá em conta a proposta do deputado.
“Vão ficar desapontados. Não houve muita discussão”, disparou aos jornalistas o presidente da 3ª Comissão, Cheang Chi Keong. O debate da proposta de alteração do derradeiro capítulo do Regime Geral das Relações de Trabalho lançado, por escrito, por Lee Chong Cheng foi adiado. Com o consentimento da presidente da Assembleia Legislativa, Susana Chou, presente na 38º reunião de trabalhos e do próprio deputado.
O número dois da AGOM entende que a entidade empregadora deva ser criminalizada quando falhe no pagamento dos salários, de forma intencional ou sem razões que o justifiquem. Para estes casos, Lee Chong Cheng defende a aplicação de uma pena de prisão até aos três anos. Nas situações em que o infractor seja pessoa colectiva deverá ser sancionado com uma multa e proibido de retomar a actividade em Macau durante um período que pode chegar aos dois anos. Ora, na actual proposta de lei, todas as infracções são tratadas como contravenções que são punidas com uma multa. E a multa não pode ser convertida em pena de prisão.
No próximo encontro da 3ª Comissão, que será amanhã, espera-se que o Governo apresente um parecer sobre a questão da criminalização do não pagamento de salário. A tomada de posição, avançou Cheang Chi keong, terá em conta o debate que dura há oito anos na sede da Conferência Consultiva Politica do Povo Chinês. “Os nossos assessores estão a recolher mais informação”, afirmou o presidente.

Reparação voluntária exclui multa

A reunião de ontem arrancou com o artigo 78º da proposta de lei que dota o empregador de um mecanismo de reparação voluntária caso cometa alguma infracção ao diploma. Ou seja, se o patrão violar a lei laboral tem um prazo de 7 a 14 dias para mostrar à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) que a ilegalidade cometida foi reparada. E se o fizer, não lhe é aplicada qualquer multa, a menos que tenha feito o mesmo erro dentro de um período de seis meses.
“Este mecanismo é adequado e destina-se às infracções menos graves, como os casos de negligência ou de desentendimento”, distinguiu o presidente da 3ª Comissão. Porém, falta ao projecto lei a classificação da natureza das ilegalidades: “Isto é ainda alvo de discussão e não foi tomada uma decisão definitiva. Teremos de introduzir algumas alterações”, referiu Cheang Chi Keong. A única certeza na mesa é que a medida “dá a possibilidade ao empregador reparar o erro e não há lugar a multa”. A fiscalização da eficácia da intenção voluntária do patronado será feita pela DSAL.
A justificação para o artigo é dada pela negativa. “Exigir ao empregador que consiga cumprir tudo o que está na proposta de lei, sem aceitar falhas por negligência ou desentendimento e permitir a recuperação voluntária do erro também não é boa solução”, defende Cheang Chi Keong.
Todas as infracções ao projecto de lei são tratadas como contravenções ( não há, portanto, pena de prisão) e o valor das multas é descrito no artigo 79º do diploma, em dez alíneas que vão das mil às 50 mil patacas. E foi neste ponto que a reunião de ontem foi mais acesa.
“Alguns membros da Comissão receiam que a qualificação uniforme para todos os tipos de infracção não seja adequada. Há infracções menos graves, que podem ser qualificadas como casos administrativos”, afirmou Cheang. Se o padrão for alterado também o valor das coimas vai sofrer ajustes. Um procedimento que será mais técnico já que “terá de ser compatível com outras leis”.
Foi a primeira vez que a Comissão discutiu a questão das multas em caso de infracção à lei laboral. As sanções previstas para a violação das restantes normas foram remetidas para o último ponto do diploma. E ainda no capítulo do regime sancionatório serão feitas alterações já que a versão não define as responsabilidades das pessoas colectivas, apenas das singulares.
As falhas poderão ganhar algum rumo no encontro de amanhã. Ainda que no comentário que Cheang Chi Keong fez sobre as manifestações dos trabalhadores do Venetian, que denunciavam os abusos do patronato sobre os contratos a prazo, tenha voltado à frase mais batida da revisão do diploma laboral: “Qualquer lei por mais perfeita que seja tem sempre lacunas ou zonas cinzentas que podem ser aproveitadas por alguém. É inevitável”.


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PRIMEIRAS JORNADAS DE DIREITO E CIDADANIA DA AL COMEÇAM ESTE MÊS
Deputados querem Macau mais cívico

Sónia Nunes

A Assembleia Legislativa quer assumir uma nova força política. Além de legislar e publicar normas quer dar força ao debate jurídico e espevitar a actividade cívica em Macau. O ânimo é conduzido pelo deputado Leonel Alves que a partir de 23 de Janeiro é o coordenador-geral das Primeiras Jornadas de Direito e Cidadania. O ciclo de debates estende-se até dia 25 e abre com a palestra do autor do Código de Processo Penal e professor catedrático da Universidade de Coimbra, Figueiredo Dias.
Passados oito anos desde a criação da RAEM é tempo oportuno para se fazer uma reflexão sobre os diplomas legislativos que orientam o mini-Governo, observa Leonel Alves. “A AL acha que tem de desempenhar um novo papel na sua faceta de actividade política: além de divulgar as leis, tem de ser um fórum de debate das grandes questões do direito”, acrescentou. A inaudita ronda de debates começa com o Código de Processo Penal – que entrou em vigor no início da década de 90 – e não chega tarde. “Vem ao encontro da revisão que o governo propôs dos códigos processuais incluindo civil e penal”, esclarece Leonel Alves.
O CPP engloba a matéria dos direitos, liberdades e garantias contemplados na Lei Básica e foi escolhido “para os deputados, população e Governo terem sensibilidades acrescidas sobre esta matéria”. O título das jornadas faz-se acompanhar do conceito de cidadania. Para Leonel Alves o princípio “está bem impregnado” na consciência de cada um. É preciso apenas dar-lhe uma mãozinha: “É um trabalho continuado. Em toda a parte do mundo isto [participação cívica] não está garantido. E a AL tem responsabilidades acrescidas para cimentar a noção de cidadania”, entende o deputado.
A avaliação do nível de cidadania da população da RAEM é difícil de fazer. O entrave começa, de resto, com o facto de a demografia do território ser flutuante. “Macau é uma cidade em crescimento. Os naturais de Macau vão crescer ou as pessoas do exterior farão parte da maior parte da população? É preciso que os futuros residentes tomem consciência do que é o espírito de Macau e comunguem dessa ideia”, avança Leonel Alves. E o pontapé de saída dado pelo CCP é um bom arranque já que “diz respeito a todas as pessoas que ponham o pé em Macau, incluindo os turistas”, acrescentou.
Para os que já cá estão a ideia da RAEM tem também de ser incentivada, reconhece Leonel Alves. E a presidente da Assembleia Legislativa é a primeira a dizer que há um geral desconhecimento sobre os diplomas jurídicos – nas intervenções que teve durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2008, Susana Chou criticou a secretária para a Justiça, Florinda Chan por ainda permitir a divulgação de diplomas da época da Administração Portuguesa e denunciou a parca noção dos cidadãos sobre o que é a Lei Básica.
“A AL deve ter um papel mais activo em matéria de divulgação do direito. A realização das jornadas jurídicas insere-se nesta vertente”, sublinha Leonel Alves. A matéria, defende não tem sido descurada pelos governantes e deputados. O facto é que “as pessoas estão muito ocupadas em Macau e o ensino terá de ter um papel preponderante de divulgação”, indica o deputado.

A primeira de muitas

O coordenador geral das Jornadas, organizadas pela Assembleia Legislativa, garante que a iniciativa é para continuar ao ritmo de dois encontros por ano. No final de 2008, haverá um novo fórum que poderá ser sobre as novas leituras do Direito Comercial ou do princípio da arbitragem, sugere Leonel Alves.
De 23 a 25 de Janeiro encontram-se em Macau os maiores nomes do direito. Portugueses (Figueiredo Dias e Costa Andrade), Chineses (Chen Guangzhong, da Universidade de Ciência Política e Direito da China e Yi Yanyou, da Universidade de Tsinghua), e residentes em Macau (Jorge Godinho e Pedro Redinha), entre outros.
O debate começa com a apresentação das “Linhas gerais do processo penal em Macau”, assinada por Figueiredo Dias ( autor do ante-projecto do CPP de Macau). A sala de audiência será plenamente preenchida, prevê Leonel Alves. “Nada melhor do que ouvir a opinião do pai. É um contributo muito importante para a própria execução do código na RAEM ”, rematou.


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KWAN TSUI HANG REAGE A DESPEDIMENTO DE OPERÁRIOS
Governo tem de proteger trabalhadores de Macau

Na segunda-feira, mais de 20 trabalhadores de Macau manifestaram-se em frente do Venetian em protesto contra o alegado despedimento ilegal a que foram sujeitos. Os operários do sector da electricidade terão sido contratados há menos de três meses por uma empresa de construções de Hong Kong subcontratada pela Las Vegas Sands Corp que alegadamente os terá despedido agora, quando o prazo de experiência de três meses ainda não terminou. Para os trabalhadores, o término do contrato terá sido feito de forma calculista pela empresa, de forma a não ter de pagar qualquer tipo de indemnização. Mais, os manifestantes acusam a empresa de Hong Kong de os ter despedido para contratar trabalhadores estrangeiros, indo assim contra o princípio de contratar trabalhadores locais prioritariamente.
Ainda não houve uma reacção por parte da empresa, mas a deputada Kwan Tsui Hang já alertou os governantes que esta é prática comum entre os empregadores, o que prejudica cada vez mais os trabalhadores locais. A verdade é que, a provar-se que a empresa subcontratada despediu os trabalhadores de Macau para contratar estrangeiros, tratar-se-á de uma ilegalidade a que o Governo terá de reagir. Kwan Tsui Hang pede uma mais rígida supervisão dos contratos de trabalho pelo Governo, assim como fortes medidas de punição para os infractores.


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OBJECTIVO É CONSEGUIR NO MERCADO CERCA DE MIL MILHÕES DE DÓLARES
SJM começa a vender acções a 15 de Janeiro

A Sociedade de Jogos de Macau, de Stanley Ho, lança a 15 de Janeiro uma oferta pública de venda de 1,25 mil milhões de novas acções destinadas a investidores institucionais, revelava ontem a imprensa de Hong Kong.
Com um objectivo de conseguir no mercado um total de mil milhões de dólares americanos (cerca de 6800 milhões de patacas), a empresa liderada por Stanley Ho vai colocar 85 por cento das acções a lançar, e que correspondem a cerca de 25 por cento do capital aumentado da empresa, à disposição dos investidores institucionais. A 21 de Janeiro serão colocados no mercado cinco por cento das acções para os funcionários e 10 por cento para o público, numa operação que será liderada pelo Deutsche Bank.
A Sociedade de Jogos de Macau é o único operador de jogo no território que não está cotado no mercado de capitais e o processo de listagem bolsista tem vindo a sofrer atrasos devido a uma disputa judicial entre Stanley Ho e a irmã Winnie sobre vários assuntos relacionados com a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, empresa que detém 80 por cento do capital daquela sociedade.
A entrada na bolsa é feita através de uma terceira empresa que passou a deter a Sociedade de Jogos de Macau e que tem uma estrutura accionista (antes do aumento de capital) idêntica à da empresa de jogo.
Apesar da oferta pública de venda, analistas de mercado citados pelo diário South China Morning Post, de Hong Kong, sustentam que o interesse na operação será limitado uma vez que os analistas têm dúvidas sobre o retorno do investimento devido ao aumento da concorrência e dos custos de operação no sector do Jogo em Macau.
Uma informação ao mercado do BNP Paribas indica também que os lucros da Sociedade de Jogos de Macau deverão cair em 2007 quase 60 por cento para mil milhões de dólares de Hong Kong, depois de em 2006 terem registado 2,4 mil milhões de lucros.
O sector do Jogo em Macau encerrou 2007 com uma receita bruta de 83.800 milhões de patacas, num ano que Stanley Ho caiu, em Dezembro, para o segundo lugar na realização de receitas brutas.
Dados estatísticos finais a que a agência Lusa teve acesso indicam que o sector do jogo em casino apurou uma receita final de 83.000 milhões de patacas acrescida de uma receita bruta de cerca de 800 milhões de patacas nas corridas de galgos e cavalos, lotarias e apostas de basquetebol e futebol.
Apesar de Stanley Ho, que opera 18 casinos em Macau (17 de facto já que o casino flutuante está encerrado para remodelação) ter realizado no mês de Dezembro uma receita ligeiramente inferior à Las Vegas Sands, manteve, no entanto, o primeiro lugar na contabilidade dos 12 meses do ano fechando 2007 com 40 por cento da receita bruta contra apenas 20 por cento da empresa norte-americana.
A Galaxy Resorts, grupo ligado a empresários de Hong Kong, detém o terceiro lugar global em termos de receitas brutas com 18 por cento, seguido pela norte-americana Wynn Resorts com 16 por cento.
O consórcio Melco/PBL fechou 2007 com cinco por cento da receita bruta apesar de algumas oscilações de receita ao longo dos 12 meses.
Depois de inaugurar o seu primeiro hotel/casino a 18 de Dezembro, o consórcio entre Pansy Ho e a MGM Mirage não consegue expressão percentual na receita geral anual mas garantiu, em apenas 13 dias completos de 2007, uma significativa quota de cerca de dois por cento num mês em que as receitas brutas globais dos casinos atingiram um total de 8.100 milhões de patacas.


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JOGADORES DE HONG KONG PREFEREM CASINOS
Jockey Club perde 20 mil milhões de dólares
anuais para Macau


Hong Kong está a ver-se forçado a mudar de opinião sobre a 'aldeia' que está ao seu lado. Claro que Macau já não é administrado por Portugal, claro que já não é uma vila de pescadores, mas a mudança de mentalidades só acontece quando os calcanhares são mordidos. E Macau anda a morder os calcanhares de Hong Kong com esta história de casinos.
O Jockey Club de Hong Kong perde anualmente 20 mil milhões de dólares de Hong Kong, o que se refere a 20 por cento dos seus ganhos, para Macau, explica o director da instituição Engelbrecht-Bresges à Associated Press. Com a tentação a uma hora de caminho de jet foil, ele estima que 40 por cento dos jogadores que entram em Macau são de Hong Kong.
O Jockey Club tem o monopólio do jogo legal em Hong Kong, com duas pistas para corridas de cavalos, apostas em jogos de futebol e corridas de cavalos internacionais e uma lotaria, sendo que todos os seus ganhos revertem a favor de instituições de caridade. Para não falar na máquina inimiga que é Macau, e que no ano passado ultrapassou Las Vegas nos lucros de jogo, o Jockey Club ainda tem de lidar com os meandros do jogo ilegal, os impostos e a obrigação ditada pelo governo de só ter 78 dias de corridas e poder apostar em meras 10 corridas internacionais por ano.
A tradição mantida em Hong Kong desde 1841, quando passou a ser administrado pelo Reino Unido, poderá estar em risco se a busca pelo prazer imediato se mantiver. "Claro que é muito mais difícil suscitar o interesse dos jogadores pelas corridas de cavalos, que é que especializado, do que por um jogo de bacará, que é uma questão de sorte", explica Grant Chum, analista de investimentos no banco UBS. "O problema das corridas de cavalos é que, se uma pessoa está afastada deste universo durante três meses, provavelmente parará de apostar, porque perdeu o contacto com os cavalos", admite Engelbrecht-Bresges, acrescentando que "temos de evoluir e acompanhar os tempos, porque se nós não o fizermos, os nossos cliente acabarão por desaparecer".


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INFRACÇÕES CHEGAM ÀS 27 MIL
Nova Lei de Trânsito continua
por cumprir em Dezembro


A nova Lei de Trânsito Rodoviário, que entrou em vigor em Outubro último, parece ainda não ter sido bem decorada pelos condutores de Macau. As infracções à lei chegaram às 27 mil só no mês de Dezembro, sendo os automobilistas os maiores abusadores tanto no uso de telemóveis aquando a condução como na desobediência ao sinal vermelho.
O abuso de álcool continua a ser um problema com o número a crescer significativamente de Novembro para Dezembro. Em Novembro, contaram-se 69 casos, que passaram para os 80 em Dezembro. Beber para esquecer a nova lei do trânsito não é uma boa aposta.
O excesso de velocidade também se mantém, na sua esmagadora maioria registado em vias públicas. A ponte da Amizade e a Ponte de Sai Van parece acalmar os amantes da velocidade, que ali esfriam os motores.
Nada acalma, no entanto, os estacionamentos ilegais, já que no mês de Dezembro foram passadas mais de 25 mil multas, na sua maioria em vias públicas. Os lugares de parquímetro parecem controlar melhor os condutores, contando com pouco mais de cinco mil talões de notificação. De resto, se em 2006 foram passadas cerca de 470 mil multas, o número chegou aos 560 mil no ano que passou.


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ENVELOPES ABERTOS HOJE
Leilão com 37 propostas pelos terrenos do Patane

Se eram esperadas 15 propostas de promotoras imobiliárias para o leilão de dois terrenos do Patane, que tem lugar hoje às dez da manhã na sede da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, o número acabou por chegar aos 37 envelopes fechados. O prazo de entrega das propostas terminou ontem às 17 horas com mais interessados do que se previa.
Os dois lotes estão destinados a torres residenciais, comércio e estacionamento numa licitação base de 55 milhões de patacas para o primeiro terreno de 1704 metros quadrados e de 95 milhões para o segundo que tem quase três mil. Um representante da Associação dos Construtores Civis admite que, embora esta zona não esteja bem servida de transportes, os terrenos têm grande potencial sobretudo por estarem virados para a linha de água e que este empreendimento irá aumentar o preço das habitações de Patane.
A primeira e única vez em que terrenos foram colocados a concurso publico aconteceu em Fevereiro de 2004. O lote, situado no Patane, tinha mil metros quadrados e o preço inicial foi de 22 milhões de patacas. Acabou por ser vendido a Lui, sócio maioritário da Son Va Tat, por 67,29 milhões de patacas. Liu Chan Pan, um dos empresários que admite ter feito uma proposta, prevê que a mesma subida de preços aconteça agora, mas desta vez chegando aos 300 por cento em relação ao preço proposto pelo Governo.
O deputado Au Kam San, que vem repetidamente criticando o secretismo com que a venda de terrenos de Macau é feita pelo Governo, elogiou a iniciativa, esperando voltar a repetir-se.

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