13.1.08

QUARTO ESTUDO SOBRE QUALIDADE DE VIDA
Casinos são bons quando pagam

Ser uma das capitais mundiais de jogo? Claro que sim, é óptimo, sobretudo pelo impacto económico que isso tem. Afinal, um terço da população de Macau trabalha ou vive com alguém que trabalha num casino. Mas parece que, dos altos edifícios iluminados, só se querem mesmo os empregos e os cheques.
Richard Whitfield, que desenvolveu o quarto estudo sobre a qualidade de vida da população de Macau, desenvolvido entre a empresa De Ficção - Projectos Multimédia e o Instituto Inter-Universitário de Macau, considera que "a maioria dos inquiridos mostraram-se insatisfeitos com os impactos do jogo nos valores morais da sociedade e no desenvolvimento da juventude". Mais, Whitfield admite que, "se o limite dos 21 anos para o acesso aos casinos for instituído, penso que terá o apoio de uma parte significativa da população".
E, no entanto, quem mais joga são os mais velhos, entre os 36 e os 55 anos, que, na sua maioria, admitem preferir o "mahjong". O passatempo está de tal forma instituído na sociedade que, mesmo apostando dinheiro, os aficionados não o consideram como um jogo semelhante aos praticados nos casinos.
Estima-se que os jogadores problemáticos rondem os três por cento da população, mas Whitfield duvida que existam respostas adequadas para o vício, que leva mais de cinco por cento do salário a um décimo dos inquiridos. São os mais pobres. As estatísticas apresentadas mostram que quem menos tem, mais joga. Para tentar ter mais, certamente. E com as promissoras projecções económicas de Macau não há que temer arriscar. Só em 2007, a RAEM registou um crescimento de 22,7 por cento, e na próxima década verá nascer mais dez hotéis.

Optimismo? Nem por isso

Seria razão suficiente para uma visão optimista em relação ao futuro. Mas não. Se os inquiridos estão satisfeitos com as suas relações pessoais, com a sua segurança e saúde, também mostram alguma ansiedade. Whitfield explica que "embora a economia esteja em alta e as projecções económicas sejam das melhores, parece que há uma falta de confiança em conseguir partilhar os lucros do desenvolvimento. Eu diria que esse receio é uma consequência do ritmo que a vida leva em Macau e da falta de controlo que as pessoas sentem em relação a isso". Cerca de 13 por cento dos inquiridos considera já que o aumento da indústria do jogo teve um impacto negativo nas suas vidas.

Críticas e elogios

- Os inquiridos tecem cada vez mais críticas ao Governo, sobretudo no que diz respeito à sua transparência
- Estão satisfeitos no emprego, mas não concordam com as actuais leis de importação de trabalhadores
- Valorizam as zonas históricas de Macau, embora reconheçam que pouco conhecem a história da RAEM
- Estão satisfeitos com as suas casas, mas temem que os seus filhos não consigam suportar os custos de mercado imobiliário

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