21.1.08

ROBERTO CARNEIRO DIZ QUE PROJECTO DEVERÁ SER APLICADO DENTRO DE TRÊS ANOS
EPM deve ter dimensão "internacional"

A Escola Portuguesa de Macau (EPM) deve equacionar no futuro próximo a introdução de uma dimensão "internacional europeia" a par da dimensão portuguesa do seu currículo, defendeu o presidente da Fundação da EPM, Roberto Carneiro.
"Indo cumprir agora um ciclo de 10 anos de funcionamento da EPM e tendo demonstrado claramente a maturidade do projecto e a sua excelência em termos de qualidade, estamos em condições porventura de pensar agora neste salto de qualidade", já que a "dimensão portuguesa está a exigir, para se completar, uma outra dimensão mais alargada", afirmou responsável em declarações à agência Lusa.
Sublinhando que não há datas para a introdução de um currículo internacional europeu na EPM - escola com um projecto educativo semelhante ao de Portugal, embora com alguns conteúdos de História e Geografia adaptados à realidade local -, Roberto Carneiro explicou, contudo, que o projecto que "está em estudo no Conselho de Administração" deve ser aplicado "num prazo de dois a três anos".
"Macau é um interface entre a China e os países de língua portuguesa e também pode afirmar-se como entreposto entre a China e a União Europeia", salientou Roberto Carneiro ao justificar a opção da vertente europeia na EPM, já que no âmbito das escolas internacionais de Macau nenhuma tem uma componente baseada nos currículos da Europa.
A introdução da componente internacional europeia na EPM permitiria entrar num "caminho de sucesso, de afirmação, de diversificação e de consolidação estratégica de um papel que (a escola) deve ter no território", disse.
Roberto Carneiro, que se deslocou a Macau para proferir palestras no Instituto de Estudos Europeus local, defendeu também que a afirmação da EPM tem vindo a ser feita com pequenos passos como a introdução do mandarim (língua oficial chinesa) no currículo académico, cumprindo-se assim o objectivo de formar alunos trilingues no final do secundário - português, inglês e chinês.
"Hoje, o número de alunos na EPM que é oriundo de famílias lusófonas é uma minoria. A maioria dos alunos que frequenta a escola não fala português em casa", disse Roberto Carneiro, ao salientar que a escola se tem vindo a "impor, a ganhar clientela e a ganhar mercado pela sua qualidade e não apenas pela língua veicular portuguesa".

"Não há necessidade
de mudança de instalações"

Referiu ainda que a EPM ministra um ensino de "grande qualidade" reconhecido pelos "resultados claramente acima da média" nacional portuguesa obtidos pelos alunos que realizaram os exames do 12º ano.
Roberto Carneiro disse igualmente que não vê "qualquer necessidade" de a EPM mudar de instalações, a não ser que o Governo de Macau apresente uma "proposta firme, segura, sólida que leve a ponderar uma alternativa" à localização actual.
"Mas não andamos no mercado à procura de terreno ou de um edifício", garantiu.
Roberto Carneiro disse ainda que a gradual diminuição do número de alunos - entre 30 e 40 por ano, contando actualmente com 520 do primeiro ano do ensino básico até ao 12º ano - não coloca qualquer problema de funcionamento na escola e que estudos feitos aquando do lançamento do projecto, em 1998, indicavam até uma diminuição "mais drástica".
"É uma dimensão bastante razoável para uma escola de excelência e não há crise quanto a isso. A crise seria se tivéssemos 100 ou 200 alunos, aí é que seria inviável", concluiu.

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