Corre amanhã em Zhuhai tripulando um Ferrari
Rodolfo Ávila sem patrocínios
desconhece futuro imediato
Não há dinheiro para garantir a temporada. Rodolfo Ávila continua à espera de cerca de 5 milhões de patacas para participar num dos campeonatos de monolugares. Mas para já nada. Pelos vistos propostas não faltam, só que é preciso pagá-las. Este fim-de-semana corre na China, ao volante de um Ferrari e os GT’s até são hipótese para 2008
Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net
Rodolfo Ávila sem patrocínios
desconhece futuro imediato
Não há dinheiro para garantir a temporada. Rodolfo Ávila continua à espera de cerca de 5 milhões de patacas para participar num dos campeonatos de monolugares. Mas para já nada. Pelos vistos propostas não faltam, só que é preciso pagá-las. Este fim-de-semana corre na China, ao volante de um Ferrari e os GT’s até são hipótese para 2008
Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net
É já do conhecimento público que, todos os anos, os pilotos têm de angariar patrocínios para garantirem todas as corridas de determinado campeonato, aquele que escolherem. Tem acontecido com outros nomes de Macau, André Couto e João Fernandes, por exemplo.
No que diz respeito ao mais jovem, Rodolfo Ávila, tudo se complica este ano, com falta de verba para pagar competições que constituem as prioridades para 2008, depois de um ano a disputar a Fórmula Masters International.
As preferências, segundo referiu Ávila ao PONTO FINAL, vão na seguinte ordem: Fórmula Masters, Fórmula 3 em Inglaterra, Fórmula 3000 em Itália ou até mesmo Fórmula 3 em Espanha.
Tudo seriam hipóteses credíveis para a continuidade da carreira do piloto, mas não há dinheiro até ao momento. E tudo se complica porque há alguns campeonatos que estão praticamente a arrancar e o português (que alinha sempre com a bandeira da RAEM), fica de fora.
Ávila está visivelmente desiludido e triste com toda esta situação. Diz que são precisos cerca de 500 milhões de euros para entrar num daqueles campeonatos, qualquer coisa como mais de 5 milhões de patacas.
Orçamento é exigido
para assegurar época
para assegurar época
A verba não parece muito elevada, atendendo aos números habituais das competições de velocidade, só que tem de ser toda garantida para assegurar um lugar na grelha, na totalidade das jornadas.
Pelos vistos, o subsídio do Governo de Macau poderá manter-se, na sequência do que tem acontecido nos últimos anos, mas nem esse chegou até esta altura.
Rodolfo Ávila, que completa este mês de Março 21 anos, gostaria de repetir a experiência do ano passado na Fórmula Masters International:
“Sim de facto parece ser o que mais me interessa nesta altura, uma vez que já tenho um ano de experiência naquelas andanças e poderia alcançar agora melhores resultados. Fiz um quarto lugar em 2007 e estou certo que este ano teria muito mais possibilidades de andar lá na frente. O problema com todas estas incertezas em relação a verbas, é que as equipas, nos diversos campeonatos, começam a ter os lugares ocupados e eu tenho de encontrar lugar para mim, o que vai sendo cada vez mais complicado.”
Lugares são escassos,
parar é que não
parar é que não
Sabe-se que a equipa onde actuou no ano passado na Fórmula Masters, a Prema Competition, está quase a completar-se, restando um lugar, que bem poderá ser de Ávila se, entretanto, nas próximas semanas aparecer o dinheiro.
O piloto não quer falar em parar:
“Tenho de arranjar qualquer coisa para me ocupar nos desportos de velocidade. Por exemplo, neste fim-de-semana, vou tripular um Ferrari 360 Modena, integrado no Pan Delta Siper Racing Festival, na pista chinesa de Zhuhai.”
Este convite chegou há dias, praticamente na altura do regresso do piloto a Macau, depois de mais uma temporada escolar em Inglaterra:
“Não estava nos meus planos ter uma corrida este fim-de-semana. Foi um convite de última hora que eu não podia recusar. Os Pan Delta Festival reúnem mais de 20 mil pessoas nas bancadas e constituem um evento muito importante para a cidade de Zhuhai. Nunca conduzi um carro de GT e esta é uma oportunidade fantástica. Vou correr exactamente na equipa pela qual me sagrei campeão asiático de Fórmula Renault 2.000 em 2003, a FRD.”
"Vou correr à vontade
em nova experiência"
em nova experiência"
Rodolfo Ávila não terá grande pressão e por isso refere não estar preocupado com resultados:
“Vim em princípio para me divertir e usufruir desta oportunidade. Apesar de ter sido, já ontem, nas sessões de treinos livres, o mais rápido da minha equipa, as ambições não podem ser muito grandes. Têm de ser realistas, pois, para além, da minha falta de experiência aos comandos deste tipo de viaturas, há carros inscritos neste campeonato com mais 100 cavalos do que o meu.”
Mas mesmo a “brincar” Rodolfo Ávila reconheceu ao nosso jornal que “este tipo de campeonato GT pode muito bem interessar-me se não surgir mais nada. Sempre gostei de GT’s. Nesta corrida não pago nada e se quiser fazer toda a temporada, os custos são francamente menores do que os outros, para as provas de monolugares. Cerca de dois milhões de patacas. Não sei logo se verá nos tempos mais próximos o que poderei fazer, mas sinceramente não pretendo ficar parado.”
Alternativa dos GT’s
prioridade para Masters
prioridade para Masters
Diga-se que a temporada de GT’s asiáticos vai começar. Ali estão, para além de Ferraris, outras marcas como Porsche Austin Martin e Lamborghini. “Os carros são mais lentos nas curves do que os Fórmula 3, cerca de 3 segundos, mas mais rápidos nas rectas. Nunca tinha tripulado. É uma boa experiência.”
Esta será, assim, uma das alternativas para a continuidade da carreira de Rodolfo Ávila, que certamente tudo fará para estar presente, em Novembro, em mais um Grande Prémio de Macau, na corrida de Fórmula 3. Mas sem uma temporada nos monolugares, não vai ser fácil ao piloto voltar à grelha do circuito da Guia.
Para já e se o dinheiro aparecer, a prioridade do jovem português é a Fórmula Masters International, para mais um ano. A edição de 2008 arranca a 20 de Maio. A equipa que “rodeia” a carreira de Ávila tem assim cerca de dois meses para acertar tudo com uma das equipas daquele campeonato.
Até lá, o piloto vai participando em corridas para as quais for convidado e continuará a dar apoio, de bastidores, à equipa ART, com a qual tem uma estreita relação, a vários níveis.