Ponto Final

Derrota com o Qatar no Campeonato Asiático
Selecção de futsal de Macau
ainda acredita na qualificação

Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Macau começa uma nova era no mundo do futsal. Já não é o “bombo da festa” e até discute resultados. Ganhou à Indonésia e perdeu à tangente diante do Qatar. O grupo de apuramento está por isso equilibrado e tudo é possível.
A equipa macaense não esteve tão bem como no dia anterior, mas, em especial na segunda parte do encontro com o Qatar, demonstrou que se deslocou à Malásia para discutir um dos dois lugares de acesso à fase final do Campeonato da Ásia de Futsal, que se irá realizar na Tailândia em Maio.
Qatar e Kuwait são considerados os grandes favoritos aos dois primeiros postos da série, aqueles que dão acesso ao Asiático, mas o triunfo de Macau, na primeira jornada, face à Indonésia, acaba por tornar o grupo mais equilibrado.
No jogo de ontem em Selangor, Malásia, a formação orientada por António Machado teve uma tarefa mais complicada, uma vez que o Qatar se apresentava com ambições e um trabalho de vários meses de preparação para esta fase.
O conjunto qatari é actualmente treinado por uma dupla brasileira, apostando a federação do país claramente na qualificação para a fase seguinte.
Mas a RAEM criou grandes problemas, em especial na segunda parte, no período que sucedeu ao 3-0 do seu adversário, um pouco contra a corrente do jogo.

Sofrer até ao intervalo
e dominar na segunda

O Qatar marcou o seu primeiro tento sensivelmente a meio da primeira metade, na sequência de um lance de sorte, já que o esférico bateu num defesa e traiu o guarda-redes Mok Chi Weng e os restantes golos só voltaram a acontecer na segunda parte.
A selecção do Golfo começou melhor o período complementar e chegou a 3-0 cerca dos nove minutos. A partir daí, tal como disse ao PONTO FINAL o técnico António Machado “todo o restante tempo da partida foi nosso, num domínio constante que resultou em dois golos.”
Mas isso foi insuficiente para alcançar um resultado positivo. “Julgo que merecíamos pelo menos o empate. Esse seria, na minha opinião e penso que do público que acorreu ao pavilhão de Selangor, o resultado mais justo.”

Arriscar tudo
e marcar dois

Machado reconhece que arriscou tudo depois do 3-0, substituindo mesmo o guarda-redes por um elemento de campo, por isso mais avançado. “Resultou a alteração que fizemos e marcámos dois golos. Só foi pena que não tenhamos feito pelo menos um terceiro, porque merecíamos plenamente.”
Os dois golos de Macau foram apontados por Geofredo Sousa e Lam Ka Koi.
Para este jogo com o Qatar, o técnico utilizou o seguinte cinco inicial:
Mok Chi Veng, Geofredo Sousa, Vong Jok Leong, Leong Chon In e Emanuel Noruega.
Um dos mais experientes da selecção de futsal, Francisco Rosário, foi poupado para este desafio com o conjunto Qatari, em virtude de se encontrar lesionado. Deve recuperar para o próximo compromisso diante do Kuwait.
“Eles foram mais eficazes, aproveitando as oportunidades que criaram, mas nunca foram muito superiores a nós”, salientou, via telefone, António Machado, para quem Macau “foi para cima do adversário na segunda parte, só faltando pelo menos um golo para se conseguir o empate. Eles defenderam os três golos que tinham. O futebol é assim e nós não conseguimos marcar nas ocasiões que tivemos na segunda metade.”

Confirmada evolução
do futsal macaense

Mesmo derrotado, Macau voltou a dar nas vistas, provando que há evolução e que pode estar no bom caminho da recuperação de tempo perdido em relação a países mais evoluídos. Indonésia e Qatar estavam, há uns anos a esta parte, num nível superior ao de Macau. Hoje já não estão, como os resultados deixam transparecer.
Segundo declarações de António Machado, “o treinador brasileiro do Qatar veio dar-nos os parabéns pela exibição e pelo progresso que o futsal de Macau tem evidenciado. Eles parecia que tinham ganho o Mundial, tal a festa que fizeram. Isso demonstra as dificuldades que tiveram.”
A selecção da RAEM não teve, desta feita, a sorte do jogo, mas mantém-se na corrida à qualificação para a fase final do Asiático. Isto porque são dois os apurados de cada um dos dois grupos e o “cinco” de Geofredo Sousa e companhia soma três pontos em dois jogos e uma diferença positiva de golos marcados e sofridos (6-5).

Kuwait é o adversário
mais complicado

Agora é necessário pelo menos não perder com o principal favorito ao primeiro lugar, Kuwait, e derrotar obrigatoriamente o Brunei.
Hoje, sexta-feira, a comitiva macaense tem um merecido descanso, o que irá permitir recuperar vários jogadores com toques, entre os quais Francisco Rosário.
Assim, a equipa poderá apresentar-se de novo na máxima força amanhã face ao Koweit, em partida agendada para as 16 horas locais, horário igual ao de Macau.
“Vamos tentar continuar a discutir os resultados como até aqui e amanhã com o Koweit (que venceu folgadamente o Brunei na jornada de hoje por 6-1), vai ser certamente muito difícil, mas importante para os dois lados. Queremos agora lutar de igual para igual com os nossos adversários para atingir a qualificação. Demos mostras que poderemos concretizar os nossos objectivos. A folga de hoje vai certamente fazer bem à equipa.”
A selecção do território ficará a descansar no hotel na maior parte do dia de hoje, estando prevista uma reunião do plantel para discutir o jogo de ontem com o Qatar, visionando-se o vídeo da partida. À tarde, provavelmente, António Machado orientará um treino muito ligeiro, apenas para desentorpecimento muscular. “Porque o que eles (jogadores) precisam é repousar bastante, para enfrentar os desafios seguintes.

Domingo o fecho
em jogo com Brunei

Domingo, Macau fecha a sua participação na fase de qualificação do Asiático de Futsal com o jogo contra o Brunei, que pode ser “de vida ou de morte” (dependendo do resultado de amanhã diante do Kuwait).;
Recorde-se que há já uns anos a esta parte a Confederação Asiática organiza esta fase de apuramento para o Asiático, face ao crescente número de países ou regiões inscritas na competição, o que prova o desenvolvimento do futsal no continente.
Para a derradeira fase do Asiático, qualificaram-se, sem passar pelos grupos de apuramento, equipa de melhor ranking como são Austrália, Irão, Coreia do Sul, Iraque, Japão, Líbano, Quirguistão, República Popular da China, Tailândia, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão.
A estes se juntarão mais quatro que saem da fase de Selangor, esperando-se que um deles seja Macau, que já nas edições de 2006 e 2007 não conseguiu esse objectivo.

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Monte Carlo-Hoi Fan
domina futebol de onze

O confronto entre o líder Monte Carlo e uma das equipas sensação da temporada, Hoi Fan, destaca-se na quarta jornada da segunda volta do campeonato de futebol de onze da I Divisão de Macau, a ter lugar este fim-de-semana.
O Hoi Fan perdeu os dois últimos jogos, com Lam Pak e Sub 21, tendo-se atrasado, quase irremediavelmente, em relação aos candidatos ao título.
Agora, encontra pela frente uma formação muito moralizada, Monte Carlo, num jogo que pode proporcionar um bom espectáculo.
O Hoi Fan vive muito da presença (ou não) dos seus muitos reforços da República Popular da China. Se todos aparecerem, então o Monte Carlo vai ter problemas. Hugo Afonso vai continuar de fora, por lesão, mas Vasco regressa depois de não ter defrontado Sub 21 por castigo associativo.
Nos restantes desafios da ronda, o Lam Pak, segundo classificado, tem pela frente um “osso sempre duro de roer”, o Grupo Desportivo da Policia de Segurança Pública, enquanto o Vong Chiu actua diante do lanterna vermelha do campeonato.
Aqui fica o programa da décima primeira jornada, a efectuar no relvado do Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia:

Sábado

Lam Pak-Policia (14.00)
Heng Tai-Vong Chiu (16)

Domingo

Sub 21-Vá Luen (14)
Monte Carlo-Hoi Fan (16)