27.3.08

Dia Mundial do Teatro: companhias de Macau têm dificuldades em crescer
Encenação do primeiro acto

Há mais de quarenta anos que o dia 27 de Março honra o teatro. Em Macau, ninguém conhece a data. A arte está por crescer: os actores dividem-se entre os ensaios numa sala improvisada e outra profissão. Falta dinheiro, gente, formação e público. O que há é uma quinta onde ainda não nasceram árvores, ilustra a directora da Comuna de Pedra

Sónia Nunes

O director da única companhia profissional de Macau, Jacky Li, não sabe que hoje é dia Mundial do Teatro. Também não sabe que a tradição diz, desde 1961, que há uma mensagem internacional a ser escrita todos os anos para as artes de palco. A missão este ano foi entregue ao encenador canadiano, Robert Lepage. Escreveu que o teatro devia ser testemunha do seu tempo. Devia oferecer soluções para a intolerância e promover o entendimento entre os homens. O Teatro dos Lavradores não ouviu estas palavras, mas conhece-as. Está em digressão pelas escolas, a falar de casinos, e espera que os estudantes aprendam a canalizar as emoções no palco. E assim reduzir a violência.
“Consegues perder tudo?” é o título do espectáculo em cantonense que a companhia de Jacky Li escreveu e está a representar para alguns estudantes de Macau. “Estamos a enviar uma mensagem aos alunos sobre o jogo, os vícios do jogo. Queremos que pensem sobre os casinos. O teatro é uma excelente ferramenta para chegar à juventude. É activo, divertido e pode ser pedagógico”, descreve.
O programa é organizado pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) que há já alguns anos convida o Teatro dos Lavradores a produzir uma peça que remeta para o universo social dos estudantes. Os espectáculos já foram sobre religião, a amizade, a família. A linha pode ser resumida no generalista conceito de relações humanas ou, como diz Li, “comunicação entre pessoas”. “Queremos que os jovens participem. Podem ver no teatro a sua vida, os problemas que têm e as soluções para eles. O teatro é mesmo uma óptima ferramenta para passar uma mensagem. E pode servir para reduzir a violência nas escolas. Ensina a comunicar ”, sublinha. As performances são seguidas de debates. Também aqui o director repete a frase sobre os efeitos do teatro numa mente jovem.
Jacky Li é actor profissional, mas é também outras coisas. “Faço muito, muito mais. Preciso de dar acções de formação, de ser mestre de cerimónias pela TDM, tanta coisa. Muitos dos actores ou dramaturgos em Macau não podem fazer do teatro uma profissão, uma forma de ganhar a vida”, afirma. O mercado é pequeno, o encenador avança para mil espectadores, e é ele que justifica que apenas o Teatro dos Lavradores se assuma como companhia profissional.
“As pessoas estão preparadas para nos ver. O mercado pode e vai crescer. Temos que fazer promoções e bons espectáculos. Mas para isso, precisamos de mais dinheiro e mão-de-obra”, avança Jacky Li. Um instituto profissional de formação de actores também seria bem vindo. “Temos uma escola de teatro, mas funciona como um hobby. Devia haver mais educação para o teatro”, observa.
Em Macau, a arte nobre de palco está na fase embrionária, entende Jacky Li. Quando tenta definir o que é hoje o teatro (ou o que devia ser), o encenador faz pausas de três tempos e diz criatividade, energia, sonho. Tudo resto, incluindo o alento para os actores que têm de ser mestre de cerimónia, foi escrito por Lawrence Lei, em “Fantasia”, uma peça que a companhia encenou em Novembro de 2007. “É o escritor de topo de Macau. É um óptimo guião. Aprendi como fazer arte na minha vida e que é o nosso objectivo quando fazemos teatro. Sem sonhar, não há teatro”, conclui.
O PONTO FINAL tentou contactar com o director do Conservatório de Macau, Leong Hio Ming. Estava numa “reunião importantíssima” e não se mostrou disponível para atender aos cinco minutos de entrevista pedidos pelo jornal.

“É difícil em todo o mundo, em Macau é pior”

Jane Lei é directora da companhia Comuna de Pedra. É apresentada pelo fundador do extinto grupo Min Koi – Máscara, Fernando Sales Lopes, como a mulher que foi estudar para França, voltou a Macau, e fez uma revolução no teatro local ao aproximá-lo do experimentalismo. Também ela não conhece o Dia Mundial do Teatro e não parece especialmente entusiasmada por existir um. Pensa noutros dias, nos que estão para vir.
“O mundo do teatro em Macau é como o de uma quinta. Estamos a trabalhar, trabalhar e depois vamos ficar à espera que a planta cresça, tenha flores e depois frutos”, ilustra a directora. Fica traçado o (longo) caminho que as artes de palco ainda têm pela frente. É difícil criar, representar e ter público. “É assim é todo o mundo, mas em Macau é pior. A sociedade ainda não está preparada para a cultura. É muito difícil viver do teatro. Temos que ter uma profissão paralela. Eu vendo livros, é o melhor meio para sobreviver”, lamenta.
A Comuna de Pedra alimenta-se do trabalho de seis ou dez actores, depende das fases. Ensaia numa sala alugada, sem saber até quando tem dinheiro para pagar a renda. “Tudo no nosso grupo é em part-time. Precisamos de uma equipa de administração a tempo inteiro, mas não temos dinheiro para contratar uma pessoa sequer”, refere. Ainda assim, destaca que o difícil não é manter uma companhia de teatro. Há equipamentos, há espaços. Falta ter quem assista às peças.
“É ainda muito cedo para falar em público. Não temos um bom público que apoie a nossa arte. A nossa palavra ainda não se espalhou pela sociedade. Temos pessoas que nos vêm ver. Como sempre, é o circulo pequeno dos que estão ligados à cultura”, observa.
Na mensagem para o teatro em 2008, Robert Lepage contou uma das lendas que explicam a origem da arte. A do grupo de homens que se reuniram à volta de uma fogueira, ao amanhecer, para contar histórias. Um levantou-se e usou a sua sombra para ilustrar o discurso. “Os outros reconheceram o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o bom e o mortal. Hoje os projectores substituíram o fogo ”, escreveu o encenador. A história serviu para pedir aos artistas que reinventassem o teatro, com novas ferramentas, e confiassem na inteligência do espectador para distinguir o homem da luz e da sombra.
Se o teatro deve ser cru ou se consente noutras expressões, como a imagem virtual, é uma grande questão para Jane Lei. “Não sei responder. Preciso de mais anos de estudo”, comentou.
O que representa hoje a dramaturgia? “É a vida, é viver. Já é uma enorme frase para mim. É onde nos debatemos, verdadeiramente, connosco próprios”, entende. A directora elege a obra de Samuel Beckett – “porque ele, é Ele” – e a peça “À espera de Godot”. “Estamos todos à espera”, afirma.
O próximo espectáculo da Comuna de Pedra está marcado para 25 de Abril, em Guangzhou, numa exposição de arte contemporânea de Macau, organizada pelo Armazém dos Bois. “Listening to the wind”, de Kafka, será a peça em cena.


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Programador do CCM destaca subida no nível do público
Altura certa para crescer

Um pouco por todo o mundo, as companhias de teatro e as salas de espectáculo organizam para hoje sessões especiais. É costume haver sessões gratuitas, conferências ou performances para chamar pessoas à cultura. O Centro Cultural de Macau, não preparou nada. A equipa está concentra no Festival Internacional de Cinema e não há salas. Porém, refere o programador Jacob Yu, todo o ano há teatro. E os bilhetes esgotam.
“Não é comum, na região, celebrar-se este dia. Devíamos aproveitar as efemérides. Mas as referência cultural do público chinês não é tão forte como na Europa. Ainda estamos a trabalhar na formação do público”, esclareceu Jacob Yu.
A DSEJ tem contribuído. Chama os estudantes ao CCM para participarem em programas de teatro, dança ou música. “Isso tem criado hábitos culturais nos mais novos. O público, em termos de quantidade e qualidade, está a melhorar. A maioria são alunos que já conseguem chegar à peça. Mas ainda há quem veja teatro para como um entretenimento”, analisa.
O CCM recebe cerca de dez peças por ano e quer dar mais salas às companhias de Macau, organizar programas de residência artística e intercâmbios com os profissionais do exterior. “Os actores de Macau esforçam-se muito para começar uma carreira e nós esforçamo-nos para lhes dar uma plataforma”, resume Jacob Yu.
O desenvolvimento económico da região, destaca, começa a chegar ao quotidiano da população e vai levar mais gente às salas de espectáculo. “As pessoas começam a exigir um ambiente cultural ou, pelo menos, actividades de entretenimento. É altura certa para crescer”, avança.
Nessa altura, o teatro ainda será arte maior. “Cenário, actores e público estão no mesmo espaço, há resposta directa. Dizem que o computador é interactivo, mas é ainda uma máquina. O teatro é irrepetível. Nada o substitui”, remata.


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Fernando Sales Lopes relembra teatro "maluco" em português
A boda da extinta Máscara

O primeiro espectáculo da Comuna de Pedra, em 1996, foi produzido pela companhia de teatro, também de raiz portuguesa, a Min Koi – Máscara. A peça tinha um nome parecido com “Um anúncio de Decadência”. Pouco tempo depois, o grupo fundado por Fernando Sales Lopes - que chegou a estar semanas com uma peça em cena - foi extinto. Não houve maus augúrios: Macau é um volátil porto de passagem, menos disponível para o teatro.
“As coisas crescem e morrem. As pessoas desaparecem. Começou em 1992. Eu, português, uma bailarina francesa e um bailarino chinês (nunca mais soube nada dele), pensámos em fazer uma coisa. Usar a linguagem teatral para ultrapassar as barreiras linguísticas”, recorda Fernando Sales Lopes. O grupo estreou-se em palco ainda antes de estar formado. “A história do Soldado” (música de Igor Stravinsky, texto de C.F. Ramuz) foi o balão de ensaio. E correu bem.
“A peça tem banda sonora, actuação e dança. Foi feita em três línguas: foi narrada em francês e representada em chinês e inglês”, resume. Também o uso das legendes, hoje feito por computador e projectado em palco, serviu a ideia de multiculturalismo. “Usámos a técnica antiga da ópera chinesa: dois rolo transparentes de sede em que se lia escrevendo; nãos os diálogos, mas a explicação do que se estava a passar. Foi um sucesso. Não havia teatro ocidental em Macau, há muitos anos”, aponta. As últimas representações, continua, tinham ocorrido ainda na década 60/70, com as famosas representações em patuá de Adé dos Santos Ferreira.
A peça saiu de cena e a Min Koi – Máscara pôs um anúncio no jornal à procura de actores, “a dizer que quem quisesse fazer teatro que aparecesse. E apareceu muita gente. Uns ficaram, outros”, conta o dramaturgo.
Enquanto houve gente, a companhia mexeu. A par da produção teatral, lia ao público textos de escritores portugueses, como José Régio e assinalava as grandes datas da cultura, como o aniversário de José Afonso. Tinha também uma oficina de marionetas, virada para os mais novos, que chegou a representar Portugal (e Macau) no Festival Internacional de Marionetas de Tailândia.
“Foi engraçado. Tivemos graça. Diziam ‘Estão ali uns gajos a fazer um teatro maluco’. Foi sucessos, atrás de sucessos, até acabarmos. As pessoas aderiam imenso”, observa Sales Lopes. A última entrada em palco da Min Koi – Máscara deu-se por volta de 1995. O pano caiu com “A boda dos pequenos burgueses”, de Bertold Brecht. “Tivemos doze ou quinze dias seguidos, com espectáculos todos os dias. Saímos de cena porque o espaço era preciso para uma exposição. Tínhamos tudo, o banquete, o baile, as fotografias à entrada. Era um casamento a sério”, descreve.
O tempo da mudança chegou no final do século XX: “As pessoas foram embora. Ficaram os pais e os tios. Os jovens foram para Portugal para a universidade. Para os que ficaram, a disponibilidade começou a ser menor”, indica o encenador.
Hoje Macau volta a receber gente, assiste ao regresso dos tais jovens que saíram para estudar e de outros tantos que encontram aqui emprego. A vontade é, no entanto, outra: “Gostam de fazer coisas muito depressa, estilo um vídeo num fim-de-semana. O teatro não é isso. São muitos meses de sangue, suor e lágrimas para cinco minutos de sucesso ou não”, analisa Sales Lopes. A Casa de Portugal, destaca, já pensou em avançar com um grupo de teatro, há uns três anos. “As pessoas queriam todas muito, mas desapareceram”, afirma.
Do teatro de expressão portuguesa na região, Sales Lopes só tem um nome: os Doce Papiaçam de Macau. “É um teatro revisteiro, de crítica social. É estático na sua maneira de representar porque obedece às regras das récitas em patuá e não lhe tiro valor por isso”, comenta.
Passaram 16 anos desde que Sales Lopes falou com dois bailarinos sobre teatro, sobre o que queria do teatro. A força do gesto universal, permanece no discurso do actor. “A grande vantagem do teatro é ser representado por homens que se vê que são homens. Que comentem os mesmos erros em palco que cometem em vida; que representam a vida dos espectadores que são tão actores como os que estão lá em cima”, ilustra. É o principio da identificação ou a virtude de “pôr todos a pensar na sociedade em que vivem”.
Foi pedido a Sales Lopes que sugerisse a leitura de um dramatúrgo. “Ler teatro é chato. A não ser que seja um Gil Vicente, uma pessoa sempre se ri com qualquer coisa”, respondeu. Uma peça a ser encenada em Macau? “ [Pausa]. Vamos para o Gil Vicente, o ‘Auto das Barcas’. [Pausa]. Talvez a ‘Barca do Inferno’.... não, não. O ‘Auto do Inferno dos Casinos’, de autor desconhecido. É essa”.


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Miguel Senna Fernandes destaca binómio teatro-público
“Aproveitemos o teatro
para nos comunicarmos”


Miguel Senna Fernandes assume o amadorismo, o teatro satírico de revista, o trabalho de encenador por carolice e sem tempo certo para os Doce Papiaçam de Macau. Teve a vantagem de conquistar um público fixo. Os chineses mantiveram a tradição de ver as peças das “suas companhias”; os outros andam de costas voltadas há trinta anos

PONTO FINAL - Há tradição de comemorar o Dia Mundial do Teatro em Macau?
Miguel Senna Fernandes - Em Macau há pouca tradição do teatro do tipo ocidental. O que existe aqui são várias companhias de teatro chinês, o que não se deve confundir com ópera chinesa. Não sei se é tradição deles comemorar o Dia Mundial do Teatro, nem sei se sabem. Eu não sabia, confesso. Por isso, não está nada programado.

Este tipo de efemérides é importante?
Para que as datas tenham algum significado é necessário que haja um mínimo de sensibilização. De qualquer maneira, é uma data importante. É uma forma de arte que se comemora. É importante porque em Macau isto faz falta. As artes performativas, aqui, não têm a força que deviam ter. Há uma tentativa de melhorar, mas ainda estamos num estado bastante primário. Talvez através da sensibilização para esta data se possa fazer mais.

Porque é que o teatro em Macau está na fase embrionária?
Julgo que houve uma regressão. Antigamente, há 30 ou 40 anos, havia mais teatro. Tem que haver um público e pessoas com a carolice suficiente para pôr em palco uma representação. É uma cumplicidade necessária. Havia um ambiente propício. Hoje temos a televisão, a rádio, muitas coisas para nos entretermos. Antigamente era diferente. Os chineses é que continuam a gostar muito das suas companhias. Mantiveram uma tradição do teatro em Macau. Talvez porque em Macau o público chinês é maior, isto propicia um continuar do desenvolvimento do seu próprio teatro.
Há 10 anos atrás havia duas companhias de teatro português. A Máscara e a Segundo Acto. Não sei o que aconteceu para acabarem.

Mas quem se afastou? Foi o público do teatro, ou o contrário?
Acho que foi de parte a parte. O teatro precisa de espontaneidade. Quando não há, as coisas não aparecem.

Como é a maneira de fazer teatro chinês?
Aquilo que tenho visto são interpretações de autores estrangeiros, ocidentais até, transpostos para figuras próprias de Macau. É uma coisa muito interessante. Depois, têm uma estrutura organizativa bastante pormenorizada em termos de distribuição de tarefas. São companhias que vivem para aquilo. Naturalmente, existe também um grande voluntarismo. Fazem acções de formação, palestras... Conseguem gerar interesse nas pessoas de um modo como nós não conseguimos. São universos diferentes.

Como funciona a vossa companhia, em termos de estrutura, de direcção, de espaços para ensaios...?
Há que fazer um ponto prévio. Eu nem sei se percebo alguma coisa de teatro (risos)! Fui aprendendo, lendo umas coisas, e tenho alguns anos de experiência. Em primeiro lugar, tem que se pôr uma história para ser contada em palco. A partir daí, toda a estrutura do guião é feita numa base de trabalho contínuo, e vai sendo construído ao longo dos ensaios, dependendo da interacção dos actores. A gestão de actores é complicada porque não sabemos se somos actores ou não. Costuma-se dizer, com alguma razão, que o macaense nasceu para representar. Ainda bem! Temos tido a sorte de ser convincentes. Há na companhia actores absolutamente geniais.

Têm uma sala de ensaios?
Até agora, temos tido a sorte de beneficiarmos das instalações da APIM. Já há muitos anos. Não ensaiamos sem nada à vista. Antes de falar em gestão de actores, temos que falar na gestão do nosso tempo. Quando há peças a representar, juntamo-nos. Fora isto não há treino nenhum. Bem queria eu para dar acções de formação para melhorar a técnica.

São uma companhia amadora que vive das sobras de tempo dos membros. Têm apoios suficientes para funcionar?
Não há uma estrutura orgânica. Somos uma associação, mas é tudo baseado na confiança de um para com o outro, na amizade. Funcionamos no modo mais primário possível porque não dá para mais. Não dá para montarmos uma coisa fixa, na qual se trabalha a tempo inteiro. Há falta de disponibilidade e de meios. O teatro em patuá é o mais limitado, no sentido em que poucas pessoas falam patuá.

O estado do teatro é, como disse, primário. Mas cresce a bom ritmo, ou nem isso?
Julgo que está estacionário. Mas Macau tem todas as condições de fazer melhor. O teatro que se faz aqui, no geral, é bom. Amador, mas bom. Há ainda muitos passos a dar para ser de grande qualidade. O que é necessário não é só haver técnica, mas sobretudo haver sensibilização junto do público. É necessário criar este binómio público-companhia. O público faz milagres, pode transformar uma companhia de teatro amorfa numa coisa viva. O público dá o que todo o actor quer: o reconhecimento. Depois, o actor liberta-se de tudo e transforma-se. Digo isso a todos os que se estreiam numa representação: vão sentir-se pessoas completamente diferentes em palco. Isto não é novidade. O que é novo, para quem nunca experimentou, é o primeiro aplauso ou a primeira risada.

Também o público está nesse estado embrionário.
Sim, está num estado em que não é crítico, não é muito exigente. Tenta passar o tempo, entreter-se. Seja como for, há que começar por algum lado.

Recomenda alguma peça ou dramaturgo?
Recomendo o Neil Simon, e a peça The Odd Couple, o humor fino nova-iorquino. Ou o Sam Sheppard e, naturalmente, o Tenessee Williams.

Que mensagem quer deixar no Dia Mundial do Teatro?
O teatro é comunicação. É no palco, ao vivo, que comunicamos. É um veículo para passar as mensagens, é mais eficaz do que a televisão ou o cinema. Aproveitemos o teatro para nos comunicarmos.

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