Manifestação criticou ajudas temporárias e "inúteis" para combater inflação
Trabalhadores pedem
medidas de longo prazo
Trabalhadores pedem
medidas de longo prazo
O objectivo era ter juntado pelo menos mil pessoas, mas acabaram por ser cerca de trezentos, segundo o Canal Macau, aqueles que ontem se manifestaram nas ruas de Macau a favor da construção de mais habitação social e menos mão-de-obra estrangeira.
A organização do protesto coube à Associação para o Desenvolvimento dos Trabalhadores de Macau, recentemente criada, e que há cerca de um mês realizou outro protesto, precisamente versando a mesma temática. A mobilização, então, rondou as cem pessoas.
O protesto de ontem começou com um ajuntamento no Jardim Triangular, daí arrancando às 15 horas. A primeira paragem foi em frente à sede do Instituto de Habitação, onde foi entregue uma carta na qual se pedia uma política que visasse a construção de mais habitações sociais e também se chamava a atenção para os elevados preços praticados no sector imobiliário. Na perspectiva dos manifestantes, os elevados preços derivados da especulação tornam a vida "difícil" à generalidade da população.
Entre os protestos houve ainda espaço para as críticas à inflação que afecta praticamente todos os sectores, e também para a contratação de mão-de-obra importada, que reduz, na opinião dos manifestantes, as oportunidades de trabalho para os locais.
Quanto às medidas apresentadas na passada semana depois da reunião do Conselho Permanente de Concertação Social, consistindo na atribuição de subsídios para a electricidade e bonificações aos salários para que todos os trabalhadores com mais de 40 anos de idade pudessem auferir um salário, no mínimo, de 4 mil patacas, os manifestantes de ontem afirmaram que não satisfazem.
Na sua opinião, estas são medidas temporárias, que falham no objectivo de resolver os problemas mais profundos da sociedade.
Leng Kai Man, um dos dirigentes da Associação para o Desenvolvimento dos Trabalhadores de Macau, afirmou aos jornalistas que "as políticas de curto prazo podem apenas resolver uma pequena parte dos problemas." Segundo o responsável, "elas são totalmente inúteis na perspectiva do estilo de vida da população. Tem que se continuar a insistir na qualidade de vida. Apenas uma política e uma direcção definidas podem aliviar as preocupações dos cidadãos", concluiu.
A manifestação terminou ao final da tarde junto à sede do Governo, onde foram deixadas mensagens dirigidas a Edmund Ho, Chefe do Executivo, bem como ao secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam. Antes, o cortejo passou pelo Gabinete de Recursos Humanos, onde foi deixada mais uma missiva, desta feita sobre a necessidade de colocar travões à importação de trabalhadores.