16.3.08

Quatro crianças já morreram; Macau também em "alerta máximo"
Receio de surto de gripe
fecha escolas em Hong Kong


As autoridades de saúde de Hong Kong autorizaram ontem o encerramento de todas as escolas e jardins de infância como medida preventiva contra a gripe que já matou quatro crianças.
De acordo com informações do departamento de saúde de Hong Kong, foi ontem mesmo conhecida uma quarta morte, uma bebé de 21 meses que morreu em Fevereiro.
Na quarta-feira, segundo o diário South China Morning Post, uma criança de três anos foi transferida para uma unidade de cuidados intensivos de um hospital local por sintomas de gripe aguda.
Além destes dois casos, outras duas crianças e um bebé tinham falecido devido a sintomas de gripe que os especialistas dizem ser do tipo H3, considerado comum.
Com o encerramento das escolas e jardins de infância, as autoridades tentam acalmar os receios da população de um novo surto de gripe que tenha consequências idênticas à pneumonia atípica que provocou a morte a cerca de 300 pessoas em Hong Kong entre 2003 e 2004.
As autoridades de saúde tinham registado até quarta-feira problemas de gripe em 23 escolas envolvendo 184 pessoas.

Serviços de Saúde atentos

Com os problemas de Hong Kong e devido ao grande movimento de pessoas entre os dois territórios Macau está também em "alerta máximo" para prevenir casos de gripe no território.
Depois de terem solicitado que os grupos de risco - crianças, idosos, funcionários com contacto com o público, pessoal médico e de enfermagem, e doentes crónicos - fizessem a vacinação contra a gripe - gratuita para estas pessoas - os Serviços de Saúde estão em "alerta permanente nas escolas, centros de saúde e hospitais".
"Ainda hoje estivemos reunidos e recebemos orientação política do secretário (com a tutela da Saúde e Educação) Chui Sai On para estar em alerta máximo no sentido de prevenir qualquer surto", disse, em declarações à Agência Lusa, Tong Ka Io, responsável pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças.
O mesmo responsável acrescentou que Macau olha para Hong Kong com duas preocupações fundamentais: "receios de epidemia e a possibilidade de ser afectado por casos graves".
"Felizmente até ao momento a situação em Macau é idêntica a anos anteriores, mas temos de estar muito alerta até pelo grande movimento de pessoas entre Macau e Hong Kong", disse Tong Ka Io garantindo uma "vigilância apertada".
Macau mantém - nunca deixou de o fazer desde a pneumonia atípica em 2003 - a medição da temperatura corporal nos postos fronteiriços mas Tong Ka Io explica que a medida "não é eficaz para todos os casos", razão pela qual os Serviços de Saúde reforçaram os mecanismos de diálogo interdepartamental para que "ao mínimo sinal seja dado o alerta".


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Macau sob vigilância e preparada

Segundo a Equipa Coordenadora da Pandemia de Gripe, Macau encontra-se no período de pico de influenza sazonal, mas não se registaram casos graves. Entre 9 e 12 de Março, registaram-se 258 casos de doenças similares de influenza por mil doentes adultos e 680 por mil doentes crianças, no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, não se verificando um evidente aumento em relação ao nível dos últimos anos.
No entanto, face à ocorrência de diversos casos graves suspeitos de influenza em Hong Kong, considera a Equipa Coordenador, "torna-se necessário intensificar a coordenação e a colaboração entre os Serviços, por forma a estarem preparados e equipados, exercendo uma rigorosa vigilância". Foi isso que ficou decidido ontem, numa reunião promovida secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Chui Sai On, com os Serviços de Saúde, Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e Instituto de Acção Social.
Foi decidido enviar na próxima semana, de acordo com o Mecanismo de comunicação e colaboração sobre a prevenção e tratamento das doenças transmissíveis entre Guangdong, Hong Kong e Macau, um grupo de peritos a Hong Kong, no sentido de efectuar intercâmbio com os especialistas de Guangdong e Hong Kong.
Informa-se ainda que existe um stock suficiente de medicamentos anti-gripais e outros materiais, incluindo 122 mil comprimidos de Tamiflu, 98 mil comprimidos de Amantadina, 10 mil discos de Relenza.

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