21.4.08

Cerca de 2500 pessoas votaram na RAEM nas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas
Coutinho sucede a Coutinho

Apesar de haver uma lista única, quase 2500 pessoas terão votado ontem no sufrágio para o CCP, mas à hora do fecho desta edição não eram ainda conhecidos os números oficiais.
José Pereira Coutinho sucede-se assim a si próprio em mais um mandato de cinco anos como representante da comunidade portuguesa do Oriente e promete “investir tempo e trabalho em procurar encontrar soluções para a saída profissional dos jovens. “O futuro da comunidade portuguesa passa pelos jovens”, disse o conselheiro ao PONTO FINAL

Alfredo Vaz

Neste momento há uma certeza: a lista encabeçada por Pereira Coutinho e composta por Armando de Jesus e Ana Maria Manhão venceu as eleições na RAEM para o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). E uma dúvida de somenos: quantos votos recebeu a lista única, e quantos boletins em branco e nulos foram depositados nas urnas?
Quando comparadas as eleições anteriores - de há cinco anos – com as realizadas ontem, pode-se concluir que: ou a lista única teve grande capacidade mobilizadora, ou há um grande sentido cívico incutido na comunidade portuguesa local. Ao sufrágio de 2003 apresentaram-se quatro listas tendo cerca de 3600 eleitores exercido o direito de voto. Ontem, com apenas uma lista a concurso, terão votado perto de 2500 pessoas, números ainda provisórios mas que andarão perto da realidade.
A melhoria acentuada do estado do tempo terá contribuído também para uma maior afluência. O acto eleitoral chegou a estar ameaçado pela passagem do tufão Neoguri pela RAEM, que levou ao hastear do sinal número oito e à consequente ‘imobilização’ de todas as actividades públicas.
O acto eleitoral decorreu também com bastante mais fluidez do que o de há cinco anos, tendo o Consulado de Portugal na RAEM reforçado o número de mesas de voto de seis para 15.
O sufrágio de ontem elegeu os conselheiros portugueses pelo círculo da China, Tailândia e Japão, mas as alterações da lei do CCP deixaram de garantir que cada continente esteja representado automaticamente no conselho permanente deste órgão. Mas Pereira Coutinho já disse esperar que Macau mantenha o seu assento, sendo de admitir como hipótese que passe mesmo a representar também a Austrália.

“O futuro da comunidade portuguesa
passa pelos jovens”


Pereira Coutinho falou com o PONTO FINAL já quando celebrava com os seus apoiantes a eleição para um novo mandato de cinco anos como conselheiro dos interesses das comunidades portuguesas do oriente. Coutinho revelou que a sua equipa vai começar a trabalhar já esta semana, e que os primeiros objectivos estão traçados: “Vamos reunir ainda esta semana para distribuir os pelouros pelos membros e, nesse sentido, começar já a ver quais são os aspectos em que nós poderemos trabalhar mais directamente com o Consulado no sentido de aperfeiçoar e melhorar o sistema de procedimentos consulares. Vamos ter que trabalhar mais para a Escola Portuguesa, para os jovens que completam o ensino secundário e que queiram ingressar no mercado de trabalho. Temos que prepará-los - e preparar o terreno – para que o mercado de trabalho os possa aceitar. Temos conhecimento e pedidos de ajuda de vários jovens que não conseguem encontrar colocação no mercado de trabalho por não dominarem a língua chinesa, temos que investir tempo e trabalho em procurar encontrar soluções para a saída profissional desses jovens. O futuro da comunidade portuguesa passa pelos jovens. Estou convicto de que com esta jovem equipa podemos ser mais interventivos na sociedade, em todos os aspectos, quer no social, quer no cultural, quer no politico, quer no associativo”, disse o conselheiro ao PONTO FINAL.
Quanto à adesão às urnas, Pereira Coutinho disse que ainda esperava menos pessoas pela simples razão de que havia apenas uma lista: “Falei com várias pessoas, e apesar de achar que a comunidade portuguesa e macaense tem um sentido cívico apurado, muitas disseram-me fracamente que não iam votar porque não havia necessidade, por isso não estou de maneira nenhuma preocupado.”
Já Moitinho de Almeida, cônsul de Portugal na RAEM, em declarações ao Canal Macau considerou que os números “foram razoáveis atendendo ao facto de ter havido só uma lista.” O diplomata considerou que “não houve o mesmo entusiasmo de há cinco anos e lamento que assim tenha sido.”

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