6.4.08

Directores e Chefias da Administração recebem novo subsídio
Patacas por Mops

O já aprovado aumento para os cargos de Direcção e Chefia da Administração da RAEM Pública vai ser transformado em subsídio, noticiou ontem a Rádio Macau. A medida está acusar mau-estar – também – entre o grupo dos assessores da administração. O Presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública disse ao PONTO FINAL que a medida é “um conglomerado de injustiças que vai contribuir para o mau funcionamento interno dos serviços públicos”

Alfredo Vaz

O aumento para os cargos de Direcção e Chefia da Administração Pública vai ser transformado em subsídio, noticiou ontem a Rádio Macau
A primeira versão apontava para um aumento entre 20 e 30 por cento para os titulares de cargos de Direcção e Chefia. A questão, que já foi várias vezes abordada ao nível do Conselho Executivo não tem sido consensual e, segundo o canal da rádio em português, a última versão aponta para a atribuição de uma remuneração complementar e não de um aumento directo.
O montante do subsídio a atribuir não está ainda definido, mas a Rádio diz saber que uma versão entretanto discutida no Conselho Executivo aponta para um máximo de 200 pontos da tabela indiciária, o que corresponde a um valor da ordem das MOP 11,500.00 (Onze Mil e Oitocentas Patacas).
Os directores, por exemplo, soube a Rádio Macau, não vão ter aumentos idênticos, pois segundo as fontes da Rádio, “não faz sentido atribuir um subsídio igual ao Director dos Serviços de Meteorologia e ao Director das Finanças, uma vez que responsabilidades são diferentes.” Uma situação idêntica à da actualidade, já que há directores que recebem pelo índice mil e outros pelo índice 920. O mesmo sucede com os subdirectores: uns ganham pelo índice 870, outros pelo multiplicador 820.
A atribuição de um subsídio e não de uma actualização deixa no entanto de fora os assessores, já que o seu vencimento está indexado está indexado aos dos Directores o que está a deixar muitos assessores - sobretudo quadros chineses – descontentes pois esperavam ser também contemplados com uma actualização salarial, diz a notícia da Rádio Macau. A questão dos assessores é uma questão sensível, uma vez que a maioria ganha actualmente entre 40 e 56 mil Patacas, entre 65 e 95 por cento do vencimento dos Directores. Mas há assessores, comentaram à Rádio fontes conhecedoras do processo que ganham muito mais, como por exemplo os da Assembleia Legislativa (entre 65 e 70 Mil Patacas), ou os que trabalham para a Comissão do Jogo, que auferem um vencimento mensal de 75 Mil Patacas.
As mesmas fontes disseram à Rádio Macau que o Governo pode vir a compensar os assessores com um diploma complementar.

Coutinho acusa "injustiças"

“A ser verdade a notícia da Rádio, este facto constituiu - a meu ver - um conglomerado de injustiças que vai contribuir para o mau funcionamento interno dos serviços públicos, cuja moral é neste momento, e como tenho repetido, a mais baixa desde o estabelecimento da RAEM. Espero que o governo de Macau proceda à audição das associações de trabalhadores da função pública, nomeadamente a ATFPM, a fim de podermos ouvir as dezenas de milhares de associados sobre esta matéria.
Em primeiro lugar não podemos deixar de fora os assessores pelo simples facto de ganharem os ordenados que ganham, uma vez que estes correspondem às funções que exercem.”
Por outro lado, a meu ver, estes aumentos devem ser estendidos a todos os trabalhadores da administração pública, sem excepções.”
Pereira Coutinho considera que este é o principio geral que deve nortear qualquer tipo de actualização que o governo venha a fazer no futuro.

CAIXA
Manifestação de 1 de Maio pode incluir "enfermeira fardadas"
Descontentamento sai à rua

As efemérides que assinalam o Dia do Trabalhador, a 1 de Maio, devem voltar a ser marcadas este ano por uma grande manifestação. A marcha do ano passado está ainda fresca na memória colectiva, devido aos incidentes entre forças da ordem e manifestantes e aos tiros de aviso disparados para o ar por um agente da autoridade, tendo uma das balas atingido um cidadão que conduzia um motociclo - não integrado na coluna de manifestantes - a cerca de 400 metros do local dos disparos.
O PONTO FINAL sabe que há já grupos de trabalhadores a organizarem-se formarem uma grande marcha colectiva, mas não nos foi possível apurar os pedidos de manifestação impostos pela lei já foram apresentados às autoridades.
Em declarações ao nosso jornal, Pereira Coutinho disse ter “ ouvido dizer que há conversas nesse sentido”, mas escusou-se a revelar quem estará por detrás da ou das iniciativas. No entanto, considerou que, “neste momento, a moral é tão baixa, que se o governo de Macau, não encontrar soluções imediatas para resolver a questão do pessoal de enfermagem e dos auxiliares, teremos enfermeiras fardadas na rua no dia 1 de Maio.”

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