Governo defende continuidade da pataca indexada ao dólar
Mais vantagens que desvantagens
Mais vantagens que desvantagens
O Chefe do Executivo disse ontem não prever alterações, a longo prazo, na indexação da Pataca ao Dólar de Hong Kong, a qual constitui parte integrante da política monetária do governo da Região Administrativa Especial de Macau.
Edmund Ho acrescentou, na sessão de respostas às interpelações dos deputados no plenário da Assembleia Legislativa, que, apesar de compreender que a população de Macau está a sofrer os efeitos da inflação com a desvalorização da moeda local face ao renminbi, a pataca vai manter-se indexada ao dólar de Hong Kong, para garantir a estabilidade do sistema financeiro.
Por sua vez, o secretário para Economia e Finanças, Francis Tam, acrescentou que o recurso exclusivo a políticas monetárias não será a melhor opção para aliviar a inflação.
O mesmo responsável afirmou que qualquer alteração em termos de política monetária implica, obrigatoriamente, a ponderação de vários factores e uma análise geral dos efeitos para a sociedade.
O Secretário adiantou que alguns peritos e académicos defendem que uma eventual mudança nesta área não significará, necessariamente, a travagem imediata ou redução da inflação, mas somente um ligeiro alívio a curto prazo.
Francis Tam recordou que uma política monetária desequilibrada traduz-se, inevitavelmente, em instabilidade do sistema económico e financeiro, com efeitos directos para a população, pondo em causa os preços de bens e produtos.
O secretário sublinhou que a desvalorização da pataca em relação ao renminbi, afecta a população mas, por outro lado, tem vantagens em termos de exportações, turismo e serviços.
Num artigo publicado na edição de ontem do PONTO FINAL, em antecipação à deslocação do Chefe do Executivo ao hemiciclo, o economista José Morgadao lembrou que “académicos e economistas falaram recentemente na questão de o remimbi estar associado à pataca e isso cada vez faz mais sentido. No passado as transacções eram praticamente efectuadas em dólares mas hoje em dia, face ao comércio existente entre Macau e a China, se calhar faria algum sentido criar-se algum ‘basket’ (cesto) de várias moedas.”