21.4.08

Hoi Fan contesta arbitragem e Hugo fala em favorecimentos
Monte Carlo está a um empate do título
depois de goleada (4-0) ao Vong Chiu

O Lam Pak ainda não jogou, por causa do tufão. Vai ter de pelo menos empatar com sub 21 para ainda discutir o primeiro lugar, na derradeira jornada. Face ao Monte Carlo. Clube de Mendonça está em grande forma. Hoi Fan queixa-se do árbitro e Hugo Afonso critica severamente os homens do apito

Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Naturalmente que o triunfo do Monte Carlo sobre o Vong Chiu é o facto mais saliente da penúltima ronda do campeonato de futebol da I Divisão de Macau. Três pontos que colocam a formação de Tam Iao San com uma posição mais confortável, uma vez que poderá apenas empatar na derradeira partida da época, precisamente diante do velho rival Lam Pak.
Sobre as arbitragens, já lá iremos, mas não têm a ver com o jogo do comandante da prova.
O Monte Carlo venceu sem problemas, ao contrário do que se poderia esperar, um Vong Chiu muito apático e que sentiu, em demasia, a falta de um dos seus melhores elementos, o capitão Iu Iok Man, expulso no desafio da jornada anterior, em que o Vong Chiu foi derrotado pelos sub 21.
Está de facto em mau momento o conjunto que subiu ao escalão principal pela mão do então treinador-jogador, Miguel Heitor.
O Monte Carlo resolveu o problema com dois golos em meia hora, deixando a equipa com grande tranquilidade para os segundos quarenta e cinco minutos, em que apontou mais dois.
Desta feita o homem golo do “onze” de Tam Ian San foi Chan Kin Seng, que fez “hat-trick” (3 tentos), numa partida em que actuou ao lado do jovem cabo-verdiano Alison Brito. O outro golo foi da autoria de Chan Pak Chun.
Os dois reforços da República Popular da China não se deslocaram ao território, ao contrário do fazia prever, mas o Monte Carlo mostrou que tem este ano um bom plantel, muito diversificado, que permite fazer substituições sem que o conjunto perca a qualidade do seu futebol.

Samiro não jogou
apenas por precaução

Assim, sem esses dois chineses e ainda com Samiro Soares no banco de suplentes, os “azuis e amarelos” não se amedrontaram e ultrapassaram um obstáculo perigoso, que poderia até pôr em risco a ponta final do campeonato e a corrida ao título.
O Monte Carlo não vacilou e prepara-se agora para enfrentar o velho rival, Lam Pak, na derradeira ronda da temporada, agendada para o próximo domingo.
No entanto, os dirigentes da Associação de Futebol de Macau ainda vão decidir o que fazer relativamente aos dois desafios que foram adiados, no passado sábado, em virtude da passagem por Macau do tufão Neoguri.
Um desses jogos tem a ver com a questão do título, já que o Lam Pak terá de bater-se com os jovens Sub 21. Em caso de perda de pontos, então o primeiro lugar ficaria automaticamente entregue ao Monte Carlo.
O desafio poderá disputar-se a meio desta semana, mas terá de ser confirmado pela AFM. Se isso não acontecer, a última jornada do campeonato ficará adiada por uma semana.
A outra partida que ficou por disputar por causa do mau tempo, colocava frente-a-frente as equipas do Grupo Desportivo da Policia de Segurança Pública e do Heng Tai.

Plantel do Monte Carlo
mostra boas soluções

Voltando a falar do encontro do líder, o Monte Carlo demonstrou mais uma vez os progressos que a equipa tem manifestado nesta segunda volta, com muito menos erros cometidos, em especial no sector recuado.
E neste jogo face ao Vong Chiu, a ausência dos chineses e o não arriscar do técnico em relação a Samiro Correia (tem dois amarelos e por isso ao terceiro será suspenso, o que impediria de actuar face ao Lam Pak), foi uma prova cabal do equilíbrio do plantel, com clara aposta cada vez mais em jogadores locais.
No "onze” inicial diante do Vong Chiu, o comandante da prova utilizou o brasileiro Oseas, o queniano John e o cabo-verdiano Alison. Lá atrás, em auxílio defensivo, esteve o capitão Geofredo Sousa, com instruções claras, nesta partida, de ajudar a retaguarda.
Só que o Vong Chiu cedo começou a quebrar, em especial depois do primeiro golo ter surgido aos 12 minutos. A partir daí o Monte Carlo mandou ainda mais no desafio, notando-se claramente que a equipa queria somar três pontos antes de partir para o “jogo do título”.

“Quisemos resolver
cedo a partida”

Tam Iao San gostou mais do resultado do que da exibição: “Acho que estivemos bem em termos gerais, o que de facto era o mais importante, principalmente num jogo como este de grande pressão. Compreendo que não era fácil jogar bem ao longo dos noventa minutos. O principal objective foi concretizado e agora ficamos a aguardar o desfecho do jogo do Lam Pak face aos Sub 21.”
O técnico não teve assim necessidade de lançar em campo um dos jogadores-chave do conjunto, o cabo-verdiano Samiro, deixando-o no banco todo o tempo.
O português Nuno Peres actuou durante os últimos vinte minutos.
Com o triunfo, o Monte Carlo, que perdeu os últimos três campeonatos, dois para o Lam Pak e outro para o Grupo Desportivo da Policia de Segurança Pública, aumentou para cinco pontos a vantagem sobre o Lam Pak, mas tem mais um desafio realizado.
A pressão está agora do lado da formação orientada por Chan Man Kin, que vai ter mesmo de ganhar os dois últimos jogos para renovar o título no escalão principal do futebol da RAEM.

Hoi Fan queixa-se
do trabalho do árbitro

Na outra partida também realizada ontem, no relvado do Estádio da Taipa, Hoi Fan e Vá Luen empataram a zero, com muitas quezílias entre jogadores dos dois lados e muitas queixas em relação à arbitragem.
Nos derradeiros minutos o “caldo entornou-se”, com Hugo Afonso a ver um cartão amarelo e a despir a camisola em pleno campo, mostrando desagrado para com o juiz do desafio.
Fica a dúvida se o árbitro lhe terá mostrado, posteriormente, um segundo amarelo e o respectivo vermelho, o que impediria o avançado de actuar na derradeira jornada, na qual o Hoi Fan defronta o Vong Chiu para decisão do terceiro classificado da prova.
Hugo desabafou ao PONTO FINAL: “Isto de facto é muito mau. A qualidade do futebol é fraca, mas as arbitragens ajudam. Temos sido prejudicados em vários desafios e neste, diante do Vá Luen, voltámos a ter razão de queixa da arbitragem. Então este amarelo que me mostraram é o cúmulo. Nem sequer toquei no adversário e nem discuti a falta. Para espanto meu o juiz virou-se para mim e mostrou-me o amarelo. Tive de conter-me e tirei a camisola para me segurar,. Para não me virar ao árbitro. É na verdade lamentável o nível das arbitragens no futebol de Macau.”

Grande descaramento
a favor de alguns

Hugo Afonso, que no início da temporada foi o marcador de serviço do Hoi Fan, numa fase em que a equipa ainda discutia o primeiro lugar, diz mesmo que “há um descaramento evidente no prejuízo de algumas equipas, a favor de outras. Este árbitro de ontem foi o mesmo do jogo da primeira volta face ao Monte Carlo e aí já nos sentimos prejudicados. É revoltante ver o que se passa no futebol.”
Palavras de Hugo Afonso, que voltou a jogar não a cem por cento, em virtude uma arreliadora lesão já há alguns tempos a esta parte. Foram da sua autoria duas excelentes oportunidades para voltar a facturar. Um remate ao poste e uma cabeçada que levava selo de golo, não fosse a intervenção do guarda-redes Chan Cheng Wa, jogador da China, que é sem dúvida o melhor guardião do campeonato.
Com o nulo como resultado final, o Hoi Fan vai ter de pelo menos empatar na derradeira ronda com o Vong Chiu, para assegurar o terceiro lugar da tabela.
A equipa, recorde-se, está ainda presente na Taça, numa temporada que apesar de tudo tem sido muito positiva e acima de todas as expectativas.
Aqui fica então a classificação actual, quando faltam realizar os jogos Lam Pak-Sub 21 e Heng Tai-Policia:

Monte Carlo 36 (49-10)
Lam Pak 31 (46-11)
Hoi Fan 23 (18-19)
Vong Chiu 22 (25-26)
Vá Luen 14 (13-27)
Sub 21 10 (16-32)
GD Policia 9 (9-21)
Heng Tai 1 (5-35)

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