Ao Man Long recusou falar em tribunal
Entrou mudo, saiu calado
Entrou mudo, saiu calado
O regresso do antigo Secretário para as obras públicas à barra do tribunal era aguardada com alguma expectativa. Mas ontem as expectativas acabaram por sair goradas com a recusa do ex-governante em prestar declarações. O Ministério público ainda tentou que Ao falasse, mas a presidente do colectivo do Tribunal Judicial de Base aceitou a recusa com base nos dispositivos previstos no Código de Processo Penal.
Ao Man Long foi chamado a depor como testemunha no chamado ‘segundo processo conexo’, depois de condenado em Janeiro a 27 anos de prisão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e enriquecimento não declarado. Deste vez estão no banco dos réus sete acusados: três familiares (pai, irmão e cunhada) e quatro empresários e funcionários da empresa de construção civil Tong lei
Ao Man Long seria ouvido como testemunha mas a sua passagem pelo TJB acabou por não durar mais de 20 minutos. O antigo governante recusou-se a prestar quaisquer depoimentos, o delegado do Ministério Público ainda pediu ao colectivo do TJB que Ao prestasse declarações relativas aos factos que envolvem os empresários e funcionários da Tong lei e que não depusesse sobre os casos dos familiares. No entanto, a presidente do colectivo, a juíza Tam Hio Wa disse entender que os factos estão relacionados e não podem ser separados, pelo que Ao Man Long foi dispensado, não foi obrigado a prestar depoimento. Os advogados dos arguidos decidiram também não fazer quaisquer perguntas ao antigo Secretario, por entenderam que Ao estava no seu direito ao silêncio.
Assim, e de uma assentada, três dos testemunhos mais aguardados na fase de inquirição do ‘segundo processo conexo’ acabaram por não se materializar. Já na quarta-feira, primeiro dia de audiências, tinham caído por terra as duas inquirições mais aguardadas, a do patrão da Tong Lei, o empresário Tang Kim Man, e do seu braço direito, Lao Chong Hong, figuras centrais deste caso. Ambos não compareceram ao jukgamento. Tang Ki Man está acusado de 16 crimes de corrupção activa para acto ilícito e mais quatro de branqueamento de capitais
A próxima sessão ficou marcada para quarta-feira, dia 21.