Empresário de Hong Kong vai receber 43.8 milhões por ajudar concessionária a obter licença
Tribunal condena Sands
a pagar a Richard Suen
Tribunal condena Sands
a pagar a Richard Suen
O júri do tribunal do distrito de Clark County decidiu: a Las Vegas Sands terá de pagar ao empresário Richard Suen, de Hong Kong, 43.8 milhões de dólares norte-americanos por ter ajudado a companhia a obter uma licença de jogo em Macau.
O veredicto foi deliberado na passada manhã de sábado, depois de os membros do júri - cinco mulheres e três homens -, terem reunido ainda na sexta-feira, ao fim de seis semanas de julgamento.
Richard Suen alegava que a Las Vegas Sands lhe devia 100.5 milhões de dólares, um número baseado nos 5 milhões que o empresário pedia por ter conseguido com que a operadora do jogo recebesse uma concessão do Governo de Macau, mais 2% dos lucros dos dois casinos que a companhia de Sheldon Adelson explora no território, o Sands e o Venetian.
Segundo o Las Vegas Review-Journal, Rusty Hardin, advogado da Las Vegas Sands, disse à saída do tribunal que a empresa vai recorrer da decisão.
Suen, mal ouviu a sentença, abraçou os seus advogados. Em declarações aos jornalistas, o empresário disse que tinha sido feita justiça. "É mais do que dinheiro. É justiça, e eu tive-a. É uma sensação óptima", comentou Richard Suen.
Num comunicado divulgado no sábado, a Las Vegas Sands afirma-se confiante de que vai levar a melhor caso apelem a um recurso da decisão.
7 contra 1
De acordo com o jornal norte-americano, os membros do júri estiveram reunidos durante nove horas, na sexta-feira, e um pouco mais do que uma hora, na manhã de sábado, até que chegassem a um veredicto.
"Na primeira hora, votámos 7 contra 1 em como ele (Richard Suen) merecia ser compensado por perdas", disse ao jornal um dos jurados, Nelson Orth of Henderson. "O resto do tempo foi para decidir a quantia que deveria compensar Suen."
O júri considerou que a acção de Suen em 2000 e 2001 ajudou a Las Vegas Sands a obter uma licença de jogo em 2002. Os 43.8 milhões de dólares devem compensar o empresário pelos esforços que despendeu nessa altura, e não contempla ganhos da Sands no futuro.
Orth afirmou ao Las Vegas Review-Journal que a prova mais convincente apresentada pela defesa de Suen foi a série de encontros organizados pelo empresário, em Pequim, em Julho de 2001, entre membros do governo chinês e executivos da Las Vegas Sands, incluindo o CEO, Sheldon Adelson, e o presidente, William Weidner.
Suen afirmou em julgamento que esses encontros desempenharam um papel chave no facto de a Sands ter conseguido uma concessão. O empresário de Hong Kong disse ainda que o governo chinês queria que Las Vegas Sands ganhasse uma das três concessões.
Os testemunhos prestados no tribunal deram ainda conta de uma reunião, em 31 de Janeiro de 2002, entre William Weidner e o Chefe do Executivo, Edmund Ho.
Nessa reunião, terá sido decidido que a Las Vegas Sands, que concorrera a uma licença em parceria com um banco de Taiwan - considerada condenada à partida -, se juntasse ao grupo Galaxy, de Hong Kong. Uma semana depois, foi anunciado que a Galaxy e a Sands ganharam uma concessão, sendo que a empresa norte-americana beneficiara da recentemente criada figura da subconcessão.