13.5.08

Jogo quase terminava com agressão ao árbitro
Hoi Fan supera campeão
e ganha Taça de Macau


O Monte Carlo era o favorito e queria ganhar tudo esta época. Mas foi surpreendido pela “humildade” do Hoi Fan. Faltou público no Estádio da Taipa, mas sobrou emoção e um final que quase descambava em agressões ao árbitro. Pau Peng e Ka I sobem à I Divisão do próximo ano. Quarta-feira, FC Porto joga cartada para ascender ao segundo escalão

Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

São os últimos pontapés na bola da época de 2008 do futebol do der onze do território. Final da Taça e ponta final dos campeonatos das divisões inferiores.
O Estádio de Macau foi palco da decisão do título na Taça e pode dizer-se que houve surpresa, com o triunfo do Hoi Fan, terceiro classificado no campeonato, sobre o campeão incontestável, Monte Carlo.
Poderá ter havido algum menosprezo pelo adversário, relaxamento, por parte da formação orientada por Tam Iao San, facto que levou à derrota na final de domingo passado. E o treinador havia alertado para as dificuldades do jogo e para a vontade da equipa em ganhar tudo esta temporada, depois da bolinha e do bolão.
Mas ainda não foi desta que o clube de Firmino Mendonça fez o pleno. Por culpa própria. A exibição ficou muitos furtos aquem do que se esperava e do que está ao alcance de uma das mais bem estruturadas equipas de futebol da RAEM.
O Hoi Fan apresentou-se no relvado do Estádio da Taipa com ambições, é certo, mas sabendo das dificuldades que o esperavam, face ao campeão.
Levou 13 jogadores, portanto dois suplentes, quase um luxo para a equipa do técnico Kou Chan Kwong, antigo seleccionador de Macau, e dos três patrões (Sou Chong Yin, Wong Kwok Ian e Ieong Weng Keong), uma vez que foram muitas as ocasiões ao longo da temporada em que o Hoi Fan só tinha onze elementos para fazer o jogo.

Mesmo sem treinos,
Hoi Fan surpreende

Mesmo com todas estas dificuldades, a equipa de Francisco Rosário, Paulo Conde, Vasco e Hugo Afonso, os portugueses do plantel, conseguiu fechar o campeonato num honroso terceiro posto e ganhar a Taça.
É obra para um clube que não sabe o que é treinar em conjunto e apenas junta os seus jogadores antes de cada desafio. Aconteceu mais uma vez para o derradeiro encontro da temporada, nada mais nada menos do que a final da Taça.
As bancadas não estavam tão bem emolduradas como na partida do título na I Divisão, Monte Carlo-Lam Pak, uma semana antes, mas mesmo assim estava criado o ambiente para um bom jogo. Por que Taça é Taça e é normal acontecerem surpresas.
O Hoi Fan tentou equilibrar o jogo, embora sabendo que o adversário tinha mais argumentos. Apostou no contra-ataque e na consistência defensiva.
Conseguiu os seus objectivos, mas foi preciso sofrer o primeiro golo, à passagem dos 17 minutos. Passou a arriscar tudo e, mesmo sem um dos goleadores da equipa, Hugo Afonso (expulso na derradeira jornada do campeonato, diante do Vong Chiu), chegou ao empate e acreditou que, a partir daí, tudo seria possível.
E foi, com oportunidades para os dois lados e alguns lances polémicos.

Houve emoção
em jogo mais curto

Era um verdadeiro jogo de Taça, com a vantagem, para o lado da equipa menos bem preparada física e tecnicamente (Hoi Fan), da partida ter apenas uma hora, meia para cada lado, como mandavam os regulamentos impostos pela Associação de Futebol de Macau, pelo segundo ano consecutivo.
O primeiro golo foi da autoria de Geofredo Sousa (17 minutos), com um remate desferido fora da área, parecendo mal batido o guarda-redes Lai Chan Hong (número um da selecção de futsal de Macau). Dois minutos depois, o Hoi empatava, através de Paulo Conde, um veterano que já foi internacional por Macau, tendo dado nas vistas, por exemplo, nas eliminatórias de um Campeonato Asiático, quando era treinador da selecção o brasileiro Pocho.
Com o resultado numa igualdade, já na segunda parte, o Monte Carlo pediu grande penalidade, numa carga que pareceu merecedora da castigo máximo, sobre Kong Ceng Hou. O árbitro deixou seguir e passou a ser o alvo das atenções dos dois lados, principalmente por parte do Monte Carlo.
O golo da vitória do Hoi Fan foi alcançado aos 47 minutos, com um pontapé certeiro de Wong Ka Fu.

Jogadores do M. Carlo
exageraram nos protestos

Até final, o Hoi Fan geriu a vantagem curta, mas preciosa, tendo mesmo desperdiçado um boa oportunidade para fazer o terceiro, quando Paulo Conde não chegou a um cruzamento do lado esquerdo, na cara do guarda-redes Domingos Chan.
O Monte Carlo “assaltou” a área adversária nos derradeiros minutos, mas o Hoi defendeu-se bem e manteve o resultado.
Já nos momentos finais e em desespero, o Monte Carlo reclamou um penalty sobre o cabo-verdiano Alison Brito. O avançado terá forçado em demasia e neste lance pareceu-nos ter estado bem o juiz do encontro.
Logo a seguir terminava a final da Taça, com os jogadores “azuis e amarelos” a “crescerem” para o árbitro. Valeu a rápida intervenção dos jogadores do Hoi Fan evitando o pior e a entrada em campo em corrida de dois agentes da Polícia.
Na nossa opinião não foi por causa dos erros da arbitragem que o Monte Carlo perdeu a Taça. Jogou mal e sentiu, em demasia, a falta do cabo verdiano Samiro Soares, que já abandonou o território para tentar a sua sorte em clubes da Divisão de Honra de Portugal.

Ausência de Samiro
acelerou desaire

Tam Iao San, treinador do Monte Carlo, reconhece que Samiro fez muita falta: “É verdade, ele foi uma pedra muito importante ao longo da época, principalmente na consistência defensiva. Cometemos dois erros e isso foi fatal.”
Do lado do Hoi Fan, o capitão Francisco Rosário considerou que a equipa esteve bem e reagiu da melhor forma ao golo do Monte Carlo. “Aproveitámos bem as falhas do adversário e utilizámos a nossa arma do contra-ataque.”
Mesmo sem Hugo Afonso, o terceiro classificado do campeonato apontou dois golos. Vasco diz que foi o melhor final que se poderia espoerar de temporada:
“Para uma equipa que não treina e apresenta algumas dificuldades de plantel, foi óptimo termos ganho a Taça. Dedico-a ao Hugo Afonso, que andou praticamente toda a segunda volta do campeonato a jogar lesionado, com enorme sacrifício. Isto demonstra o espírito desta equipa do Hoi Fan.”

Pau Peng campeão na II,
FC Porto quer a subida

Nes restantes dois escalões do futebol de Macau, a II Divisão chegou ao fim e a III está quase.
Na II, o Pau Peng mostrou que era a equipa mais forte e organizada, parecendo querer voltar aos velhos tempos.
Goleou na final o Ka I por 7-3, depois de já ter garantido a subida (juntamente com o Ka I), ao triunfar nas meias-finais sobre Alfândega (5-0).
Na III, a Casa do FC Porto em Macau tem, já amanhã (quarta-feira) a possibilidade de concretizar um sonho rápido, ou seja, ascender à segunda logo na primeira época.
A equipa que é treinada por Rui Cardoso, terminou na primeira posição do seu grupo e vai defrontar o “Ponto 48” nas meias-finais. O jogo é no relvado (muito estragado) do Campo do Canídromo, às 18 e 45 e, em caso de vitória, a subida estará desde logo garantida. Se os portistas perderem, ainda têm hipótese no jogo dos derrotados (dia 21), para ascender à II Divisão.

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