Leung Sui Wing estreou-se à frente da equipa
Macau perdeu à tangente com Nepal (3-2)
no arranque do grupo na Taça Challenge
Foi uma boa surpresa. Macau discutiu o resultado até aos derradeiros minutos, diante de Nepal e esteve mesmo a ganhar. A selecção de Leung Wing tem mais um jogo para fazer, com o país organizador, Cambodja. É obrigada a ganhar para acalentar esperanças de seguir em frente na Taça Challenge
Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net
Macau perdeu à tangente com Nepal (3-2)
no arranque do grupo na Taça Challenge
Foi uma boa surpresa. Macau discutiu o resultado até aos derradeiros minutos, diante de Nepal e esteve mesmo a ganhar. A selecção de Leung Wing tem mais um jogo para fazer, com o país organizador, Cambodja. É obrigada a ganhar para acalentar esperanças de seguir em frente na Taça Challenge
Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net
Macau é para já a grande sensação da série D, integrada na primeira fase da Taça Challenge de futebol, que reúne selecções de “segundo plano” do continente asiático.
O adversário do passado sábado, Nepal, não é de facto um dos conjuntos de topo asiático, longe disso, mas é apontado como o principal candidato ao triunfo na série, com ambições de ir longe na competição.
Recorde-se que os nepaleses, agora treinados por um alemão, Thomas Flat, antigo técnico do Schalke 04, atingiram as meias-finais desta mesma Taça Challenge na sua edição anterior em 2006.
Ao contrário do que tem acontecido em jogos internacionais anteriores, a selecção da RAEM surgiu desta feita “sem medo” de discutir o resultado, o que, por um lado constitui um elevado risco, dada a habitual fragilidade da equipa, mas por outro torna o colectivo mais confiante em termos atacantes e motiva os jogadores.
Foi precisamente isso que sucedeu no confronto de sábado passado no Estádio Nacional de Phnom Penh, capital do Cambodja.
Macau é o menos cotado
dos três do Grupo D
dos três do Grupo D
Macau nada teria a perder, já que se trata efectivamente da formação com pior ranking das três que disputam o grupo, isto depois da desistência, em cima da prova, da selecção da Palestina.
O “onze” treinado há cerca de três meses por Leung Sui Wing, que sucedeu ao japonês Kageyama Massanaga, utilizou o ponta-de-lança de raiz, Chan Kin Seng, jogador do campeão Monte Carlo, como elemento mais adiantado e colocado entre os centrais do Nepal, o que deste logo deu a ideia das intenções do conjunto macaense de discutir o resultado. Pelo menos tentar equilibrar a partida e evitar uma goleada como normalmente acontece com formações mais cotadas.
E para surpresa do adversário, Macau marcou mesmo aos 27 minutos, através do veterano Che Chi Man, médio do Lam Pak, que deu uma maior consistência a uma zona importante do terreno.
Nepal surpreendido
com início da RAEM
com início da RAEM
O Nepal mostrava-se, nos primeiros minutos, algo surpreendido pela forma aguerrida de jogar da selecção da RAEM, apesar de mostrar um futebol mais apoiado, com notória evolução depois da entrada do treinador alemão.
Os nepaleses apresentaram, desta feita, uma equipa de jogadores menores de 23 anos, a verdadeira equipa “olímpica”. Pela frente tinha igualmente muita juventude, com excepções de Che Chi Man e o central Lam Ka Koi.
Ao contrário do habitual na selecção macaense, não actuou o experiente Geofredo Sousa, o que acabou também por tirar algum poder ao “miolo” e aos lances de bola parada, cantos e livres directos.
Mesmo assim, Macau estava a equilibrar o jogo e essa era, sem dúvida, a maior surpresa para todos (e eram poucos) os que se encontravam nas bancadas.
O Nepal marcaria o tento do empate dois minutos antes do intervalo, através de Sandip Rai. O desafio estava aberto, interessante. Só foi pena Macau não ter conseguido manter a preciosa vantagem pelo menos até ao descanso, tentando depois na segunda metade o contra-ataque.
Menos frescura na segunda
deitou hipóteses por terra
deitou hipóteses por terra
No período complementar, o Nepal colocou-se pela primeira vez em vantagem aos 57 minutos, com um tento do “homem do jogo”, Jumanu Rai, sem dúvida o avançado mais acutilante e oportuno da formação do germânico Flat, a aproveitar muito bem alguns deslizes da defensiva de Macau.
Mesmo assim, a equipa do território ainda chegou ao empate, com um tento de Chan Kin Seng, dois minutos depois.
A pressão estava agora do lado nepalês, que tinha a maior percentagem de posse de bola, graças ao seu tipo de futebol mais apoiado e tecnicista.
Aos poucos, Macau foi perdendo a frescura física e aí o adversário foi para cima da area. Resultou, aos 65 minutos, no 3-2, de novo por Jumanu Rai. Por isso, considerado o “homem do jogo”.
Macau perdeu mas deixou uma excelente impressão, ficando a ideia, principalmente a quem esteve no Estádio Nacional de Phnom Penh, de que “estará a fazer bem” a mudança de estratégia e de estilo do novo treinador Leung Sui Wing.
Por outro lado, começa a notar-se algum progresso, ainda que ténue, proveniente do trabalho em conjunto da maioria destes jovens jogadores, que participam no campeonato da I Divisão, embora os sub 21 tenham descido ao segundo escalão.
É obrigatório ganhar
à selecção do Cambodja
à selecção do Cambodja
Face a este resultado, naturalmente que Macau hipotecou praticamente as suas aspirações (se é que alguma vez as teve…), de seguir em frente na Taça Challenge, uma vez que só o primeiro classificado de cada um dos quatro grupos se qualifica para a fase final, que terá lugar na Índia, na cidade de Hyderabad, entre 30 de Julho e 10 de Agosto.
A selecção macaense só fará mais uma partida, quarta-feira, face ao conjunto da casa, o Cambodja, que estará naturalmente muito apoiado pelo seu público. Espera-se casa cheia no Estádio Nacional da capital e aí serão muito maiores certamente os problemas para a equipa da RAEM.
O “onze” de Leung Sui Wing, um antigo jogador do Happy Valley de Hong Kong, vai ter de vencer os cambojanos para ainda “sonhar” com o apuramento.
Se isso acontecesse, então na derradeira jornada o Cambodja teria de vencer o Nepal, ficando as três selecções empatadas em pontos. A qualificação seria decidida por golos marcados e sofridos.
Macau deu boa conta de si frente aos nepaleses, poderia mesmo ter conseguido um resultado positivo, mas será muito difícil bater o pé aos da casa. Os cambojanos têm mesmo necessidade de marcar vários golos a Macau, podendo depois arriscar no empate face ao Nepal, partida que está agendada para sexta-feira.
De referir que os restantes três grupos da primeira fase da Taça Challenge já terminaram, com vitórias de Sri Lanka, Tajiquistão e Afeganistão, que assim se juntam aos apurados directamente, em virtude do seu ranking superior: Índia (país organizador), Coreia do Norte, Turquemenistão e Myanmar.
Já agora aqui fica a composição da equipa inicial de Macau na partida diante do Nepal:
Leong Chong Kit; Sou Fai Vong, Ku Weng Lin, Kong Cheng Hou e Paulo Chiang; Che Chi Man, Ho Wai Tong, Chan Man Hei, Luis Amorim e Lao Pak Kin; Chan Kin Seng.