Fabricantes querem conquistar apostadores asiáticos com máquinas "feitas à medida"
Em busca da "slot-machine" perfeita
Em busca da "slot-machine" perfeita
Macau acolheu, de 3 a 5 de Junho, a Global Gaming Expo Asia 2008. No Venetian, juntaram-se os maiores fornecedores asiáticos de produtos relacionados com o jogo, exibindo as mais recentes inovações nesta área. No total, marcaram presença 180 expositores de 23 países asiáticos, numa mostra que ocupou uma área de cerca de 7900 metros quadrados.
Como o PONTO FINAL tinha dado conta na edição do passado dia 6 de Junho, a edição deste ano da feira tornou patente as preocupações dos fabricantes de "slot-machines" em diversificar as tendências de jogo e apostas por parte dos visitantes dos casinos do território.
De acordo com os profissionais ouvidos ontem pela AFP, os fabricantes estão a apostar na criação de jogos com temáticas culturais familiares aos jogadores chineses. O objectivo é apenas um: afastá-los das mesas de "baccarat", o jogo mais popular e lucrativo em Macau. Em 2007, 88 por cento do total das receitas do sector foram geradas à mesa do "baccarat".
Este interesse dos fabricantes é fomentado pelas próprias concessionárias que se debatem com os contínuos aumentos dos custos com a mão-de-obra, bem com a falta de recursos humanos. O interesse parte sobretudo das concessionárias norte-americanas, ávidas de reproduzirem em Macau o sucesso das "slots" em Las Vegas.
Tony Tong, administrador da PacificNet, uma das maiores empresas de tecnologia ligada ao Jogo, disse à AFP que "existem inúmeros jogos no mercado com temas alusivos ao Star Wars ou ao Homem-Aranha". Apesar de os apostadores asiáticos conhecerem aquelas referências, "não há laços culturais ou emocionais."
A solução passa, assim, pelo uso de estrelas como Jackie Chan, ou mesmo cantores populares da série televisiva "Super Voice Girls", a versão chinesa do "American Idol".
Na verdade, existem nos casinos de Macau jogos inspirados em estrelas chinesas como o actor Bruce Lee ou em histórias e lendas do país. No entanto, estão desactualizadas e deixaram de cativas os jogadores modernos.
Esta demanda em torno da "máquina perfeita" por parte do fabricantes de "slot-machines" poderá ser em vão, dizem por seu turno alguns analistas do sector. Enquanto que em Las Vegas, 60 por cento das receitas advêm das máquinas de jogo, em Macau, essa percentagem é reduzida drasticamente para 4,3 por cento.
Os analistas observam que os jogadores asiáticos preferem os jogos colectivos e têm o hábito de tentar adivinhar os resultados dos jogos através dos rostos e expressões faciais dos "dealers".
Em todo o caso, o caminho percorrido até agora pelas "slot-machines" em Macau mostra que existe uma progressiva implementação.
Actualmente, existem nos 27 casinos do território cerca de 15 mil "slot-machines". Há oito anos, existiam à volta de 2 mil.