30.6.08

Torneio de futebol de sete com 16 equipas
Casa de Portugal só perdeu a final
e foi sensação em Hong Kong


Era uma mescla de veterania e juventude. Macau levou uma selecção de jogadores a Hong Kong e apenas foi derrotado na final, diante de uma formação de escoceses. Ficou a boa imagem e provavelmente a garantia de que a equipa vai apostar na Legal League, já a partir de Setembro. Se houver patrocínio

Vítor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Foi a primeira experiência neste tipo de competição destinada a equipas não federadas do futebol de Hong Kong. Uma selecção de jogadores, a maioria dos quais ainda em actividade nos campeonatos da RAEM, aceitou o desafio e foi até ao território vizinho para disputar um torneio da variante de sete, tipo bolinha.
A equipa recebeu o apoio da Casa de Portugal e por isso levou o seu nome até ao campo Stanley Ho, em Hong Kong, onde a esperava um sábado alucinante, com diversos jogos.
E o conjunto de Macau, orientado a três (Pedro Cavém, Paulo Conde e Pelé), chegou à final, depois de ter ganho o seu grupo, numa prova onde estiveram 16 equipas, divididas por quatro séries.
No jogo decisivo para atribuição do título, a “Portuguese House”, como constava do programa do torneio, perdeu com os “Mes Amis” por 3-0. Foi a primeira vez que a formação de Macau sofreu golos. Até aí só um empate a zero e vitórias por 1-0 e 3-0, até atingir os quartos-de-final, onde marcaram presença os dois melhores de cada um dos quatro grupos.
O avançado guineense Francisco, também pedra influente do FC Porto de Macau, campeão da III Divisão e agora a disputar o mesmo escalão no campeonato de bolinha, foi o marcador de serviço da Casa, contribuindo para a a série de triunfos até à grande final.

Sem golos sofridos
até atingir a final

Na fase eliminatória, o “onze” de Cavém, Conde e Pelé, ultrapassou o adversário por 4-0, com mais dois golos de Francisco. A equipa ficou galvanizada e nas meias ganhou à tangente (1-0), mas o suficiente para garantir um lugar ao lado de Mes Amis na discussão do primeiro lugar.
As forças, físicas, já não eram a melhores e a Casa de Portugal não evitou a derrota, a primeira, por claros 3-0, dinate de uma conjunto onde a maioria dos futebolsitas era de nacionalidade escocesa, apesar do nome francês do clube.
Mesmo assim, uma imagem positiva e que superou todas as expectativas dos organizadores, num torneio composto por desafios de 18 minutos cada um, sem qualquer intervalo.
“Para nós não houve grande surpresa, estavamos a contar ir longe porque sabíamos das nossas capacidades. Somos uma equipa ambiciosa e só foi pena que no derradeiro jogo nos tivesse faltado alguma frescura”, palavras de Pedro Cavém, um dos elementos da equipa técnica.
Equipas como Instituto de Arquitectos, Polícia, Japanese Shooters, Mes Amis (campeão), Mobsters, Legal Head, Men United, UBST (seguros), participaram no evento.

Organização surpreendida
pela qualidade de Macau

De referir que a comitiva da Casa de Portugal que se deslocou a Hong Kong, integrou 12 elementos, todos jogadores, entre os quais alguns com nome no futebol actual de Macau, como são os casos de Geofredo Sousa, Emanuel Noruega, Francisco, Paulo Conde (capitão), Vasco, Pelé. Já agora os nomes dos restantes: Taylor Gomes, guarda-redes João, Pedro Cavém, Siu Man, Li Man e Júnior.
“Tivemos duas semanas de treino e mesmo assim conseguimos estes resultados”, continuou Pedro Cavém, que reconhece que os “os organizadores não contavam que fossemos discutir o primeiro lugar.”
Face a esta prestação, Macau é agora uma presença exigida pelos responsáveis da Legal League, no próximo campeonato, que começará em Setembro, para além de diversos convites para efectuar mais desafios de carácter amigável em Hong Kong.

Futebol a sério
na Legal League

A Legal League é uma prova de futebol de onze que decorre paralelamente às competições federadas e que é sancionada pela própria Associação de Futebol da RAEK, integrando conjuntos com jogadores experientes e jovens, como ficou demonstrado neste torneio do passado sábado.
“Trata-se de facto de uma competição de prestígio em Hong Kong e que é realizado com seriedade e muita competitividade, o que nos agrada para uma próxima participação”.
A Legal League tem contado nos últimos anos com 10 clubes, mas passará a ter 12 este ano, daí a forte hipótese de Macau entrar.
“Eles ficaram satisfeitos com o que viram da nossa parte e disseram que estaria tudo nas nossas mãos para a presença na prova de 2008/2009. Pelos vistos superámos as expectativas deles e foram muitos os clubes que desde logo se mostraram disponíveis para efectuar jogos amigáveis, não só em Hong Kong como em Macau.”
Pedro Convém mostra-se optimista quanto ao futuro, mas reconhece que “não temos condições actualmente na RAEM para aceitarmos desde já a vinda de equipas de Hong Kong, porque não há campos disponíveis. A ideia do tal campeonato é ter encontros a duas voltas e disputar os nossos jogos em casa, mas isso dependerá de diversos factores.”

Dependência de apoios
para aceitar convites

Aquele antigo jogador internacional de futsal do Sporting Clube de Portugal e a residir em Macau há cerca de um ano, vai procurar patrocínios para que a RAEM possa integrar o campeonato de Hong Kong da Legal League, tal como acontece já com a formação de râguebi, patrocinada pela SJM, que como se sabe joga na III Divisão.
“Tudo vai depender dos apoios financeiros que conseguirmos. São necessárias cerca de 600 mil patacas para fazer face a toda a temporada de cerca de 30 jogos, uma vez que há campeonato e taça. Ainda não recebemos resposta da Venetian, mas vamos partir para outras alternativas. O que queremos é estar presentes na temporada deste tipo de futebol de Hong Kong.”
Caso se concretize o projecto, Pedro Cavém diz que a equipa necessita de ter um plantel disponível de 30 a 35 jogadores, uma vez que haverá jogos (serão todos de noventa minutos), em que não é possivel dispôr de todos os elementos.
Isto porque há jogadores, como Geofredo Sousa, Noruega, Vasco, Pelé, entre outros, que terão de actuar pelos seus clubes em desafios integrados nos respectivos campeonatos organizados pela Associação de Futebol de Macau.
“Teremos de salvaguardar a qualidade da equipa, daí precisarmos de um bom leque de jogadores. Por outro lado, gostaríamos de disputar em casa os nossos jogos, mas para isso temos de ter a garantia de campos. Vamos começar desde já a pensar nisso. Espero que possamos encontrar receptividade por parte das entidades, uma vez que este tipo de participações só favorece a imagem de Macau.”

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