Arquitectos chineses ganham concurso para nova Biblioteca Central
Dois em um
Está fora dos padrões comuns, mas não é caso virgem. Dois projectos distintos de um mesmo arquitecto conquistaram os dois primeiros prémios do concurso de concepção das futuras instalações. A futura Biblioteca Central terá áreas de lazer e um laboratórios. Os traços principais da arquitectura do edifício serão mantidos
Alfredo Vaz
Dois em um
Está fora dos padrões comuns, mas não é caso virgem. Dois projectos distintos de um mesmo arquitecto conquistaram os dois primeiros prémios do concurso de concepção das futuras instalações. A futura Biblioteca Central terá áreas de lazer e um laboratórios. Os traços principais da arquitectura do edifício serão mantidos
Alfredo Vaz
De 31 sobram agora três. Das cerca de três dezenas de projectos pré-seleccionados (de entre a centena e meia apresentados) o júri escolheu as três soluções que melhor correspondiam às intenções do dono da obra: que reflicta valores como “herança cultural”, “estudo orientado”, “desenvolvimento intelectual” e “serviço à sociedade”.
E foi precisamente um compromisso - no presente - entre o passado e o futuro, o respeito pela herança histórica e cultural -acrescentado de um toque de sofisticação – que deram a vitória a dois arquitectos chineses na primeira fase do concurso para a futura Biblioteca Central de Macau. O arquitecto Vong Meng Chan foi o grande vencedor da primeira das duas fases do concurso arrebatando não um mas dois dos três primeiros prémios. E nada mais, nada menos do que o primeiro e o segundo lugar. Chao Wai Cheong foi distinguido com o terceiro lugar do concurso. Ambos serão agora chamados a participar na segunda fase,
cujos prazos de arranque ainda não são conhecidos.
O presidente do júri, o arquitecto Milton Tan, de Singapura, destacou o nível “elevado” das propostas apresentadas.“Como sabem aqui funcionou um Tribunal, e esta concepção integra a nova biblioteca. Esse é que foi o maior desafio deste projecto, que alguns conseguiram tratar e abordar de uma forma que considero correcta: como atingir o fim, mas utilizando os recursos bases existentes, mas também tornando um local com identidade própria e que possa oferecer medidas adequadas, equipamentos de poupança energética, bem como oferecer à sociedade um equilíbrio um espaço de leitura, mas também outros serviços, como laboratórios”
Ao contrário do que foi inicialmente anunciado o júri, composto por sete profissionais de fora de Macau, decidiu apenas premiar sete propostas em vez de oito, quatro das quais são menções honrosas, nas quais se incluem os arquitectos portugueses Carlos Marreiros e Maria Carlota Proença de Almeida.
Tudo legal
À margem da cerimónia de apresentação dos vencedores, Heidi Ho, presidente do Instituto Cultural de Macau voltou a rejeitar acusações de que os serviços a que preside estão a tentar esconder o processo dos olhos da opinião pública, e que os vencedores já estavam há muito escolhidos, mesmo antes do júri ter sido convidado. Heidi Ho disse que o processo foi conduzido de forma transparente, com rigor e isenção :“Aqui não Não existe nenhum secretismo, nenhuma confidencialidade. Para próxima segunda fase vamos convidar os arquitectos vencedores dos três primeiros prémios para participarem, uma vez que será também um concurso por convite. Quanto aos detalhes da segunda fase, os vencedores serão informados com tempo suficiente para poderem preparar a sua participação”, assegurou a responsável.
Outra das dúvidas dos arquitectos locais teve a ver com a protecção e reconhecimentos dos direitos patrimoniais de autor, aspectos que foram e serão salvaguardados, assegurou Heidi Ho.
A Biblioteca abrangerá o edifício do antigo tribunal, na Avenida da Praia Grande, e o edifício-sede da Polícia Judiciária, na Rua Central, com uma área global de 22 000 m2.
As obras desenrolar-se-ão em duas fases: a primeira, no edifício do antigo tribunal, e a segunda, no edifício-sede da Polícia Judiciária.