3.7.08

Depois de um workshop com formadores da Holanda, jovens de Macau mostram o que valem
"Geração hip hop"

São adolescentes, ouvem hip-hop e gostam de dançar. Macau tem uma nova geração que se mostra Sábado à noite no pequeno auditório do Centro Cultural, depois de 15 dias de um Workshop com o instituto ISH de Amesterdão

Rui Cid

Começaram tímidos e envergonhados, mas assim que a voz do MC se ouviu, abriram-se os sorrisos e os passos tomaram conta do palco do pequeno auditório do centro cultural. Esta é a discrição que Ken Srisangkhan, professor do instituto ISH, faz dos 36 adolescentes que se inscreveram no workshop onde a cultura urbana do hip-hop é transmitida. Pedro Gonçalves, de 14 anos, é um desses adolescentes. O estudante da Escola Portuguesa de Macau inscreveu-se no workshop com o intuito de experimentar um pouco de tudo e habituar-se ao palco.
Os espectáculos multi-disciplinares são uma das características do instituto ISH. Piruetas acrobáticas, dança em patins em linha, “street dance”, “break dance”, vídeo-arte, , “beat box” e até artes marciais são disciplinas que o teatro não contempla normalmente e uma das ideias que esteve na base da fundação do instituto, em 1999, foi precisamente transportar a cultura de rua para os teatros.
O objectivo do Instituto ISH - o nome derivado do sufixo inglês ‘ish’, serve para tentar definir algo que não se enquadra numa categoria específica - em Macau foi o de dar aos jovens a oportunidade de aprenderem mais sobre a produção de um espectáculo e incentivá-los a usarem os seus talentos singulares fora e dentro do palco. É dentro desta filosofia que no espectáculo de Sábado a cenografia e produção são da responsabilidade dos novos b-boys e b-girls do território. Ken explica que o grupo trabalha sobretudo com base nas ideias dos miúdos e confessa ter ficado surpreendido com o nível apresentado pela maioria dos adolescentes: "eles têm grandes potencialidades que precisam de trabalhar, sem esquecerem que a prioridade deve ir para os estudos."
Ken mostra-se esperançado em voltar ao território para poder verificar, com os próprios olhos a evolução dos "seus" alunos: " é espantoso quando, depois de um ano ou dois, voltamos a algum lugar e podemos constatar que continuaram a desenvolver capacidades e continuam a subir patamares, faz-nos sentir que conseguimos deixar alguma coisa." Se depender de Adriano Gonçalves, de 16 anos, Ken poderá estar descansado. Adriano aperfeiçoa a sua técnica 5 dias por semana, quase sempre em locais diferentes e ao ar livre. O estudante da EPM que até tem convencido alguns amigos a entrar no mundo do hip hop queixa-se da falta de condições para a pratica da dança na RAEM. Mas esse é um problema que se põe só depois de Sábado. Até lá os 36 participantes no workshop só pensam nas coreografias para o espectáculo do CCM onde já está garantida casa cheia.

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