9.7.08

Já não há duvidas: Escola Portuguesa de Macau vai ter nova localização
Falta definir quando e onde

Maria de Lurdes Rodrigues pôs de lado as cautelas e à saída do encontro com Edmund Ho assumiu que já há um acordo de principio com o governo da RAEM para a mudança de instalações da EPM

Rui Cid

Era uma questão de tempo e o assunto estava-se a tornar um tabu que foi (parcialmente) desfeito. A escola portuguesa vai mesmo mudar de instalações, embora falte definir para onde e quando vai ser feita essa mudança. Este tem sido um tema que muita celeuma tem provocado no território, e quando se soube que Maria de Lurdes viria pela segunda vez no espaço de um ano ao território, logo se perspectivou que seria um assunto em cima da mesa, tanto mais que era de conhecimento público que o governo português apresentara uma proposta de mudança para os terrenos do antigo Hotel Estoril. Contudo à chegada ao território e já depois de reuniões com a direcção e associação de pais da EPM, Maria de Lurdes Rodrigues optou por fugir à questão com um discurso cauteloso, afirmando que a bola estava do lado do governo da RAEM. Percebia-se que a ministra da educação aguardava o desfecho das reuniões ontem mantidas com o Chefe do Executivo e com o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, para, por fim, fazer-se alguma luz no sentido de uma viagem que não poderia apenas servir para definir a internacionalização da EPM ou para se decidir a criação, por parte da escola, de uma comissão que analise problemas e apresente estratégias para o futuro, matérias essas que, não desvalorizando a sua importância, não justificavam só por si uma segunda visita num espaço de um ano ao território.
Ontem, a ministra pôs finalmente as cautelas de lado, e assumiu que o acordo de principio com o governo da RAEM "já existia há muito tempo". À saída dos encontros, a responsável pela pasta da educação considerou que o executivo local tem mostrado "bastante empenho na resolução deste assunto, tendo-se comprometido a trabalhar de forma vigorosa, aprofundada e célere. O governo português aguarda tranquilamente."
Esta era, naturalmente, o assunto mais aguardado da tarde, mas não foi o único tema abordado nos encontros de ontem. A ministra da educação explicou que alem de servirem para "auscultar a posição de Portugal" em relação à mudança de instalações, as reuniões tiveram como objectivo definir estratégias comuns e perceber quais as visões para o ensino do português na região e de que forma pode a EPM desempenhar um papel na concretização dessas estratégias. Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que há uma grande convergência de pontos de vista nas estratégias a assumir que visam sobretudo - como já tinha sido referido nas reuniões de segunda-feira na escola portuguesa - afirmar a EPM como uma instituição de referencia no ensino do português, cativando assim mais alunos, possivelmente de várias nacionalidades, caminhando assim para a tão propalada internacionalização da escola.

CAIXA
Ministério da Educação vai analisar caso Luís Amorim

A divulgação de um relatório do Instituto de Medicina Legal de Coimbra sobre a morte do jovem Luís Amorim - no relatório é afirmado que houve negligência na forma como foram feitos a autópsia e o próprio relatório da autópsia em Macau, e que a hipótese de homicídio não deve ser descartada, sugerindo por isso a exumação do corpo para nova autópsia - levou a que a Associação de Pais da EPM apelasse à intervenção da ministra da Educação junto de Edmund Ho no sentido de serem tomadas medidas que ajudem a apurar o que realmente aconteceu na estrada marginal na madrugada de 30 de Setembro de 2007.
Maria de Lurdes Rodrigues revelou que esse é um assunto que, pela sua natureza, não é da competência do ministério da Educação, garantindo porém que mal regresse a Portugal vai encaminhar esta matéria para os ministérios competentes, em principio o dos negócios estrangeiros e, possivelmente, o da justiça. Já o Cônsul Geral de Portugal em Macau, Pedro Moitinho de Almeida, referiu que já abordou o tema com elementos do gabinete do Chefe do Executivo tendo mencionado a existência do relatório do IMLC e pedido que o mesmo fosse analisado pela autoridades da RAEM. Moitinho de Almeida espera uma resposta nos próximos dias.

RC

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