14.7.08

Monte Carlo é uma das ausências
Cinco equipas na bolinha

A I Divisão arranca na próxima sexta-feira e não conta com três equipas. Monte Carlo, Heng Tai e Vá Luen. Lam Pak e Vong Chiu voltaram atrás e jogam no campeonato de sete. É uma pequena vitória para a Associação de Futebol de Macau. “Movimento” dos clubes perde força

Vitor Rebelo
rebelo20@macau.net.com

Foram muitas as indecisões. O campeonato de futebol da variante de sete, vulgarmente designado de “bolinha”, vai finalmente arrancar, com dois desafios já agendados para a próxima sexta-feira no campo sintético do Colégio D. Bosco.
Regista este ano apenas cinco equipas, das oito que deveriam estar presentes, uma vez que são essas as formações que disputaram a prova de futebol de onze (bolão).
Recordando no tempo, não muito distante, várias equipas manifestaram a sua discordância com os regulamentos impostos pela Associação de Futebol de Macau, concretamente no que diz respeito à obrigatoriedade de utilização do mesmo plantel, sem qualquer alteração, podendo as equipas, em cada jogo, fazer sete substituições, o que é considerado um exagero para uma partida que tem apenas 25 minutos em cada parte.
Gerou-se então um movimento, para dizer não à bolinha deste ano, com o Monte Carlo, campeão na variante de onze, a liderar o “grupo” de boicote.
Foi enviada uma carta ao orgão que gere o futebol macaense, na qual cinco clubes afirmavam que, naquelas condições de regulamentos e face à falta de comunicação manifestada desde há meses pelos membros associativos, não estavam disponíveis para participar na bolinha.
Cheong Cok Veng e seus pares chamaram então os representantes de todas as colectividades envolvidas, mas nada parecia alterar-se.
Nova reunião. Dias atrás e algo se alterava. Do quinteto de protesto, dois clubesa voltavam atrás e decidiram entrar na lista de participantes, Vong Chiu e Lam Pak.

Dupla voltou atrás

As duas equipas “de peso” estavam do lado de Monte Carlo, Heng Tai e Vá Luen, mas alteraram a sua posição durante a semana passada. Comunicaram à Associação que aceitavam entrar no sorteio parea o campeonato.
Os outros não mudaram a sua atitude.
“Dissemos que não e fomos até ao fim. Não concordámos com os regulamentos e com a situação criada com a falta de comunicação com os dirigentes associativos e essa nossa opinião mantem-se. Não vamos jogar na bolinha.”
Estas foram as palavras de Firmino Mendonça, presidente do Monte Carlo, sem dúvida um dos mais prestigiados clubes do futebol do território, com provas dadas em termos de resultados e títulos.
“Não vamos voltar a trás”, salientou Mendonça, que nada mais quis comentar a propósito de toda esta situação e do facto dos outors clubes, nomeadamente Lam Pak e Vong Chiu terem decidido alterar as suas opiniões.
Face a esta reviravolta de alguns, a Associação agradece e consegue levar a cabo a divisão principal com cinco equipas, quando se chegou a pensar que apenas três (ou até duas, uma vez que chegou a ser notícia a solidadriedade do Clube Desportivo da Policia de Segurança Pública para com o grupo do boicote…), iriam dar corpo à competição deste ano.

Monte Carlo ausente

Assim, a bolinha do escalão principal, que durante anos a fio chamou centenas de espectadores às bancadas do D. Bosco (primeiro num campo de terra batida e depois em relva sintética), vai arrancar já na próxima sexta-feira, sem um dos mais credenciados clubes, Monte Carlo, sem dúvida um dos mais sérios candidatos ao título.
A seu lado, na ausência, estão Heng Tai (clube também debaixo da alçada do “patrão” Firmino Mendonça) e Vá Luen.
Perante a reviravolta, poderá dizer-se que o “movimento” dos clubes principais do futebol da RAEM perdeu alguma força, até para situações futuras de confronto.
Isto quando se sabe que não há estado de graça para os membros associativos, depois de também se ter verificado um esmagador boicote da maioria das equipas que estavam a preparar a temporada das camadas jovens do futebol de onze. Aí, recorde-se, a AFM decidiu, pura e simplesmente, não realizar as competições de sub 16 e sub 19, o que vai contra o espírito de prioridade no desenvolvimento do futebol, ou seja, através das camadas inferiores.

Falta de diálogo

Os dirigentes da Associação poderão dizer, “se os clubes não querem colaborar então não podemos fazer nada.” No entanto, pensamos que há falta de diálogo e poderia haver outras “aproximações e cedências”, para que o futebol não deslizasse ainda mais para o “fundo do poço”, quando parecia que mais baixo seria dificil.
No que diz respeito à bolinha, a AFM consegue uma pequena vitória, ainda que se lamente a não participação de Monte Carlo, Heng Tai e Vá Luen, o que vai certamente tirar muito do interesse da competição.
Mas lá estarão, a partir de sexta-feira próxima, equipas igualmente credenciadas, como Lam Pak, Vong Chiu e Hoi Fan, sem dúvida os principais candidatos ao título.
Os planteis, como dissemos atrás, são os mesmos, o que não acontecia no passado, com os “patrões” a puxarem os cordões à bolsa em prol do espectáculo. E resultava numa comparência do público em massa e na própria qualidade do futebol, com as equipas a chamarem reforços de Hong Kong e República Popular da China.
Agora, os que estavam no bolão, vão continuar na bolinha. Daí a não se esperarem surpresas.

Monte Carlo favorito

Sem o Monte Carlo, o Lam Pak deverá ter o caminho livre para ser campeão, já que possui o melhor plantel, jogadores com maior experiência.
Hoi Fan, de Francisco Rosário, Hugo Afonso, Vasco e Paulo Conde, junta-se a Vong Chiu na dupla de assalto ao favoritismo do Lam Pak, segundo classificado na variante de onze.
A primeira jornada colocará frente-a-frente, sexta feira ao fim da tarde, provavelmente às 19 e 45 (a Associação ainda não tinha informado ontem a comunicação social sobre os horários dos desafios), os mais candidatos, Lam Pak e Vong Chiu, seguindo-se o confronto entre Hoi Fan e Clube Desportivo da Polícia de Segurança Pública.
Fica isento da ronda inaugural o conjunto dos Sub 21, equipa que, como se sabe, é apoiada pela Associação de Futebol de Macau, mantendo na maioria do seu plantel jogadores que constituirão a selecção principal da RAEM para os Jogos da Ásia Oriental, a realizar em Hong Kong no próximo ano de 2009.

Quatro qualificados

O sistema do campeonato de bolinha é o mesmo de anteriormente, ou seja, um grupo de todos-contra-todos, qualificando-se para as meias-finais os quatro primeiros. Ficará assim de fora da fase seguinte somente uma equipa.
Isto num campeonato que vai durar pouco tempo.
É caso para dizer, já lá vão os tempos áureos da bolinha, em que uma Associação de Futebol independente (criada no tempo de Chui Vai Pui), reunia dois grupos de equipas fortese muito reforçadas, num campeonato extremamente interessante e equilibrado. Que fazia vibrar o público, muitas vezes com o D. Bosco a abarrotar.

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