6.7.08

Plano de incentivo à leitura sem textos em português
DSEJ esquece língua portuguesa

Promover hábitos de leitura nos alunos das escolas de Macau é o objectivo do plano
"Um Texto para cada dia" que continua no próximo ano lectivo com textos em inglês e chinês. O português, língua oficial da RAEM, foi esquecido

Rui Cid

"As empresas que contratámos para desenvolver o plano de leitura na internet não forneceram textos em português." Foi com estas palavras que Ao Kam Meng, chefe da divisão de extensão educativa da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, explicou o facto de o plano "um texto para cada dia" - em período experimental desde Janeiro - não contemplar uma das línguas oficiais do território, o português. Uma explicação que deixou os jornalistas, literalmente, a olhar uns para os outros. Se os governos da RAEM e da China têm insistido em promover o território como plataforma de ligação com os países da África lusófona, não deveria então apostar-se igualmente no português? Justificar a ausência de textos em língua portuguesa com o facto de não haver empresas que os disponibilizem, não é sacudir a água do capote? Não seria obrigação da DSEJ contornar as dificuldades e, por exemplo, fazer uso dos vários tradutores que dispõe? As perguntas impunham-se e sucederam-se.
Sem perder a compostura, mas visivelmente incomodado, Ao Kam Meng disse que o ensino da língua portuguesa é uma das prioridades da DSJE como o provam os "cursos de formação que promovemos, assim como outras actividades". Este responsável considerou que as "especificidades do território" - não explicou quais, apesar da insistência dos jornalistas portugueses - tinham que ser "levadas em conta." Ao Kam Meng admitiu, por fim, recorrer a empresas de Portugal para dotar o plano de leitura com textos em português.
A conferência de imprensa que a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude promoveu ontem à tarde serviu para apresentar, além do plano de leitura na internet, o plano de financiamento para as turmas que no próximo ano cumpram o rácios definidos para alunos por turma e professores por alunos, a segurança escolar e o Festival Juvenil Internacional de Dança.
A chefe de divisão de apoios sócio-educativos, Un Hoi Cheng, confirmou o que já tinha sido divulgado a semana passada aquando da reunião do Conselho de Educação. Assim, no ano lectivo de 2008/2009, a DSEJ estima investir cerca de cem milhões de patacas como incentivo às escolas que apresentem turmas com 25 ou menos alunos. Em relação à segurança nas escolas, Chow Pui Leng, chefe do centro de apoio psico-pedagógico e ensino especial, sublinhou que os serviços de educação estão atentos ao aumento da criminalidade nas escolas, destacando que os serviços têm tomado medidas preventivas, que confessa serem insuficientes: "Devemos estreitar a cooperação com os encarregados de educação e os serviços públicos." O combate ao abandono escolar é uma prioridade para esta responsável, tendo a DSEJ reforçado o número de agentes de aconselhamento junto das famílias com o intuito de ajudar os alunos que abandonaram os estudos a regressarem, o mais rapidamente possível, à escola, para "diminuir a possibilidade de serem aproveitados e influenciados pelos criminosos."


CAIXA
14 países e regiões no festival juvenil de dança

Se a partir de hoje se deparar com conjuntos de jovens a dançar nas ruas não estranhe. Até dia 11 as Ruínas de São Paulo, o Largo do Senado, a Praça do Tap Seac e o Jardim Iao Han acolhem o Festival Juvenil Internacional de Dança este ano dedicado ao "Desfile etnográfico". Wong Keng Chao, chefe da divisão de desporto escolar e ocupação de tempos livres, disse que o festival é uma plataforma para o estabelecimento da amizade e intercambio cultural, "permitindo que jovens provenientes de vários países e regiões tenham oportunidade de trocar experiências de forma a aumentar o seu nível artístico e capacidades de apreciação." Alem dos 8 grupos de Macau, o Festival recebe a visita de dançarinos vindos de Singapura, Filipinas, Hong kong, Tailândia, Coreia, Inglaterra, Eslovénia, Estónia, República Checa, Polónia, Estados Unidos, Nova Zelândia, Sri Lanka e Portugal que alem das actuações ao ar livre, realizam espectáculos no Fórum. Paralelamente ao Festival, a organização realiza um concurso de fotografias destinado a maiores de 13 anos e que pretende estimular a participação da população no festival.

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