Terceiro processo conexo ao de Ao Man Long
Tang Kin Man condenado
a 12 anos e meio de prisão
Tang Kin Man condenado
a 12 anos e meio de prisão
Foi conhecida ontem a sentença do terceiro caso conexo ao de Ao Man Long a chegar aos tribunais e em que estavam acusados de corrupção activa e branqueamento de capitais o empresário Tang Kin Man mais três colaboradores, e ainda o pai, irmão e cunhada do antigo secretário.
Segundo a Rádio Macau, o Tribunal Judicial de Base absolveu quatro dos arguidos por falta de provas e o patrão da construtora Tong Lei, Tang Kin Man, foi condenado a 12 anos e seis meses de prisão efectiva.
Tang Kin Man foi o quarto empresário a ser julgado em processos ligados ao do antigo secretário para os Transportes e Obras Públicas. A pena que lhe foi aplicada corresponde à soma de quinze crimes de corrupção activa e dois de branqueamento de capitais que o colectivo de juízes entendeu terem ficado provados. O empresário ficou ainda obrigado a restituir à RAEM todos os valores e bens que tenha obtido devido à prática de actos ilegais, bem como as somas e bens prometidos ou pagos a Ao Man Long. Mas o empresário foi absolvido por falta de prova de um crime de corrupção activa e quatro de lavagem de dinheiro.
Recorde-se que no processo anterior, o segundo conexo ao de Ao Man Long, foram julgados os empresários Ho Meng Fai, Chan Ton San e Frederico Nolasco da Silva, condenados a 25, 7 e 10 anos de prisão efectiva, respectivamente. Nesse mesmo processo, foram ainda condenados os familiares de Ao Man Long. Pai, irmão e cunhada tiveram penas de 10, 18 e 13 anos do prisão.
Contudo, neste terceiro caso, apenas o pai de Ao Man Long acabou por ser o único familiar condenado. Ao Veng Kong foi dado como culpado de um crime de branqueamento de capitais e recebeu uma pena de 3 anos e meio de prisão. Este sentença, em conjunto com a do processo anterior, vai determinar o número de anos que o pai de Ao Man Long vai ter que passar na prisão, o que será conhecido após a decisão dos tribunais quanto ao recursos já apresentados pela sua defesa de ambas as sentenças. Até lá, o octogenário mantém-se no Hospital Conde de São Januário com medida de prisão preventiva suspensa.
Neste julgamento, ficou por provar ainda todos os crimes de que o Ministério Público acusava dois colaboradores de Tang Kin Man. Quanto à secretária do patrão da Tong Lei, julgada à revelia tal como o empresário, foi absolvida por falta de provas de um crime de corrupção activa e três de branqueamento de capitais. Porém, o tribunal deu como provado um crime de lavagem de dinheiro pelo qual condenou a secretária a três anos e seis meses de prisão.
Pedro Leal considera sentença "mais equilibrada"
Após a leitura da sentença, Pedro Leal, advogado dos familiares de Ao Man Long, revelou que vai interpor recurso da condenação do pai do antigo governante, Ao Veng Kong. O advogado admitiu, ainda, que a sentença conhecida ontem parece mais equilibrada em relação às anteriores.
"É uma sentença extensa e eu tenho que ter a tradução. Parece-me, tendo em conta as penas aplicadas a todos os constituintes, que é um acórdão mais equilibrado do que o outro, se bem que, em relação ao meu constituinte Ao Veng Kong continuou sem compreender porque foi condenado pelo crime de branqueamento", disse o advogado à Rádio Macau.
