18.8.08

Air Macau criticada além fronteiras
Asas Cortadas

A companhia de bandeira de Macau foi adjectivada de “uma das companhias aéreas menos inspiradoras da Ásia” pelo prestigiado Centro para a Aviação da Ásia Pacífico, CAPA, na sigla em inglês. O mais recente relatório do CAPA arrasa a companhia local, acusando-a de não capitalizar os direitos aéreos que detêm, e de boicotar os projectos de outras companhias

Alfredo Vaz

A Air Macau revela “falta de inspiração”, tem ‘tiques monopolistas’, abusa do ‘proteccionismo’ e pode prejudicar seriamente o turismo em Macau. O diagnóstico do prestigiado CAPA não tem contemplações para com a Air Macau, cuja má gestão é a principal responsável pela precária situação financeira que a empresa está a atravessar.
O CAPA resume as criticas à gestão da Air Macau apontando falta de visão para antecipar o cenário de crise em que a companhia se encontra quando havia vários sinais nesse sentido; e a inabilidade dos responsáveis da transportadora aérea em tirarem, partido do boom nas indústrias do jogo e de entretenimento. A CAPA critica também o que classifica serem “tentativas sucessivas da companhia em frustrar a rival Viva Macau na sua estratégia de expansão do mercado.” Neste sentido, o CAPA considera que o “esquema proteccionista” adoptado pela Air Macau é prejudicial ao potencial de rendimentos da própria empresa, e que pode mesmo ter impactos negativos na indústria do turismo local.
Apesar de não ser um tema referido, o facto da Air Macau ter os direitos exclusivos de voo no território e de, como é acusada, estar a ”limitar o desenvolvimento de outras companhias” como a Viva Macau ou até a própria Macau Express, que está parada e onde a Air Macau detém 51 por cento numa parceria com a Shun Tak de Stanley Ho, poderá ser usado como forma de pressão para liberalizar o mercado.
O relatório do CAPA fica a um passo de sugerir a revisão do contracto da Air Macau, uma reclamação crescente em diferentes sectores da opinião pública: de concorrentes do sector da aviação a operadores de turismo, e de alguns deputados da Assembleia Legislativa.
O PONTO FINAL tentou chegar à fala com o responsável máximo da Viva Macau, empresa citada no relatório do CAPA como sendo uma das ‘vítimas’ das politicas proteccionistas da Air Macau. Uma outra fonte da única transportadora de longo curso da RAEM, reiterou a empresa continua a defender a revisão do contracto de exploração entre o Governo e Air Macau:”A situação na aviação civil em Macau mudou radicalmente nos últimos 13 anos, data da assinatura do contracto. Achamos que o Executivo deve revê-lo, e revê-lo o quanto antes.” A mesma fonte disse que a empresa não quer comentar a situação na Air Macau porque “deve ser a companhia a falar sobre os seus problemas internos. Nós não temos essa atitude.” Segundo a mesma fonte, a Viva Macau só se pronunciará “depois da Autoridade de Aviação Civil tomar uma posição pública.”
A Air China, proprietária de 51 por cento da Air Macau, tem planos para injectar dinheiro na empresa em parceria com outros accionistas da companhia, que é também participada da TAP Portugal, revela o sítio China Knowledge.
De acordo com o China Knowledge, que cita um dirigente da Air China, não identificado, a injecção de capital, cujo montante também não é revelado, é um movimento para retirar a companhia da situação financeira difícil em que se encontra, com prejuízos acumulados superiores a 200 milhões de patacas nos primeiros seis meses do ano.
As perdas da Air Macau são considerada a maior crise financeira da companhia em 14 anos de operações e ultrapassam metade do capital social, o que obriga a companhia a tomar uma posição de liquidação, diminuição do capital social ou cobertura dos prejuízos.
Os accionistas da Air Macau, que inclui também a SEAP - que integra a TAP Portugal e o BNU - ou a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, de Stanley Ho, com 14 por cento, e o Governo de Macau com cinco por cento, deverão reunir-se no final do mês para decidir o futuro da empresa.
Com a Air China disponível para injectar capital na empresa, que justifica as perdas com a subida do custo dos combustíveis, outros accionistas como o Governo de Macau e a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau deverão acompanhar o movimento, estando ainda por decidir se a entrada de dinheiro será acompanhada por um reajustamento das posições societárias.

CAPA faz recomendações

O anúncio feito a 15 deste mês de que a Air China está pronta a injectar capital na Air Macau foi também abordado no relatório. O CAPA considera que a entrada de dinheiro fresco na empresa tem que obrigar – necessariamente - a mudanças profundas no estilo de gestão, e que a Air Macau faça uso dos seus direitos de exploração das rotas que lhe estão atribuídas. Caso não tenha meios para o fazer, deve libertar esses direitos para a Viva Macau ou outras companhias baseadas no território.
A semana passada p sítio electrónico China Knowledge noticiou que a Air China, proprietária de 51 por cento da Air Macau, tem planos para injectar dinheiro na empresa em parceria com outros accionistas da companhia, que é também participada da TAP Portugal.
De acordo com o China Knowledge, que cita um dirigente da Air China, não identificado, a injecção de capital, cujo montante também não é revelado, é um movimento para retirar a companhia da situação financeira difícil em que se encontra, com prejuízos acumulados superiores a 200 milhões de patacas nos primeiros seis meses do ano.
As perdas da Air Macau são considerada a maior crise financeira da companhia em 14 anos de operações e ultrapassam metade do capital social, o que obriga a companhia a tomar uma posição de liquidação, diminuição do capital social ou cobertura dos prejuízos.
Os accionistas da Air Macau, que inclui também a SEAP - que integra a TAP Portugal e o BNU - ou a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, de Stanley Ho, com 14 por cento, e o Governo de Macau com cinco por cento, deverão reunir-se no final do mês para decidir o futuro da empresa.
Com a Air China disponível para injectar capital na empresa, que justifica as perdas com a subida do custo dos combustíveis, outros accionistas como o Governo de Macau e a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau deverão acompanhar o movimento, estando ainda por decidir se a entrada de dinheiro será acompanhada por um reajustamento das posições societárias.
A Air Macau diz ter igualmente assegurado o apoio incondicional e tutelar da Air China International. Um comunicado da empresa – datado do passado dia 13, revela que foram identificadas e definidas uma série de parcerias estratégicas que deverão entrar em vigor no ano que vem. E a Air Macau acredita que 2009 vai ser o ano de viragem.

Edições Anteriores

Arquivo

DIRECTOR Paulo Reis REDACÇÃO Isabel Castro, Rui Cid, João Paulo Meneses (Portugal); COLABORADORES Cristina Lobo; Paulo A. Azevedo; Luciana Leitão; Vítor Rebelo DESIGN Inês de Campos Alves PAGINAÇÃO José Figueiredo; Maria Soares FOTOGRAFIA Carmo Correia; Frank Regourd AGÊNCIA Lusa PUBLICIDADE Karen Leong PROPRIEDADE, ADMINISTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO Praia Grande Edições, Lda IMPRESSÃO Tipografia Welfare, Ltd MORADA Alameda Dr Carlos d'Assumpção 263, edf China Civil Plaza, 7º andar I, Macau TELEFONE 28339566/28338583 FAX 28339563 E-MAIL pontofinalmacau@gmail.com