26.8.08

Apresentado balanço do primeiro semestre de 2008
Criminalidade cresceu 11,3%


Está feito o balanço do primeiro semestre de 2008 no que ao número de crimes diz respeito. Em comparação com o mesmo período de 2007, a actividade delituosa geral na RAEM cresceu 11,3%. Apesar de a criminalidade violenta ter aumentado 23,4%, os crimes de homicídio, ofensas graves à integridade física e os raptos mantiveram-se com níveis de ocorrência baixos

Rui Cid

Comparativamente com os primeiros 6 meses de 2007, as forças policiais da RAEM registaram, até ao final de Junho deste ano, mais 704 delitos, o que, fazendo as contas, constitui um aumento de 11,3%. No total foram 6928 os crimes praticados em Macau no primeiro semestre de 2008. Estes números, apresentados ontem em conferência de imprensa, ficam-se a dever, segundo explicou Cheong Kuoc Vá, à subida dos casos de fogo posto, tráfico de droga, usura e roubo.
De acordo com os dados divulgados pelo Secretário para a Segurança, ocorreram, até ao final de Junho, 30 casos de fogo posto, mais 16 do que no período homólogo do ano passado, numa subida percentual de 114,3%. Em relação ao tráfico de droga, as autoridades registaram no primeiro semestre deste ano mais 23 casos do que em 2007( 37 para 63), traduzidos num aumento de 70,3%, números que Cheong Kuoc Vá justifica com a "especial atenção" que as forças policiais têm prestado a estes casos. O Secretário frisou que as autoridades têm intensificado as rusgas em "lugares estratégicos" e que a colaboração com a Policia do Continente chinês tem vindo a ser reforçada "no sentido de combater este tipo de crime grave".
O aumento da criminalidade verificou-se também nos delitos de roubo, com 200 casos registados nos primeiros 6 meses deste ano, mais 49(32,5%) do que em igual período de 2007. Situação semelhante à dos crimes de usura que registaram um aumento de 44,3%(mais 27 casos).
Ao fazer o balanço da criminalidade no primeiro semestre de 2008, Cheong Kuoc Vá revelou que dos cinco grupos de crimes previstos no Código Penal - Contra Pessoa, Património, Vida em Sociedade, Território e Crimes não classificados em outra parte - verificou-se um aumento de casos relacionados com os crimes contra o Património (furto, roubo, extorsão, usura e dano) Território (desobediência e falsa declaração) e com os crimes não classificados em outra parte(aliciamento/auxilio/acolhimento/emprego de Imigrantes ilegais, tráfico/venda de drogas e consumo de drogas).
Os dados estatísticos tornados públicos ontem, mostram que no período em análise ocorreram na RAEM 1273 crimes Contra a Pessoa, menos 2,8% do que no período homólogo de 2007, com destaque para os delitos de ofensa grave à integridade física com menos 47,1%(menos 8 casos do que em 2007, num total de 9).
Por outro lado, o total de delitos de crimes contra o Património atingiu os 3856 casos, mais 17,5% do que em 2007. Entre estes, o responsável máximo para a área da Segurança destacou os 2503 casos de furto, especialmente os furtos por carteiristas, num total de 555 (+44,5%), e os 358 furtos a residências, que registaram um aumento de 59,8% (+134). Já em relação aos crimes contra a vida em sociedade, as autoridades contabilizaram 566 delitos, menos 200(26,1%) do que nos primeiros 6 meses de 2007. Cheong Kuoc Vá explicou que esta diminuição se ficou a dever à redução de 36% verificada quer nos casos de falsificação de documentos como também nos de passagem de moeda falsa.
Já em relação à categoria de crimes não classificados em outra parte, o Secretário para a Segurança revelou que se registaram 774 delitos, mais 303(64,4%) do que em 2007. Os delitos de maior incidência neste grupo foram o Aliciamento/Auxilio/Acolhimento/Emprego de Imigrante Ilegal/Turista, num total de 358 casos, mais 30 do que no primeiro semestre do ano transacto (9,1%). Também a aumentar continua o número dos casos de consumo de droga (36,4%), com 28 casos registados nos primeiros 6 meses deste ano.
Em termos de detenções policiais, no primeiro semestre foram detidos e presentes ao Ministério Público 2069 suspeitos por infracções criminais, o que se traduz num aumento de 18,8% face ao número registado em 2007.
Por seu turno, no que concerne à delinquência juvenil, registaram-se 81 infracções penais cometidas por menores, o que se traduz numa redução de 17,3% (-17 casos). No total estiveram envolvidos 148 menores, realçou o secretário.

Mais imigração ilegal

Na conferência de imprensa de ontem, Cheong Kuoc Vá anunciou que foram detectadas quase 43 mil pessoas em situação ilegal na RAEM, o triplo do que havia sido registado no primeiro semestre de 2007. Deste número, quase 39 mil pessoas em excesso de permanência não superior a 30 dias foram obrigadas a pagar uma multa. Diamantino Santos, coordenador do gabinete do secretário para a segurança, sublinhou que nestes casos, as pessoas em situação ilegal são convidadas a abandonar o território pelo próprio pé. Este responsável explicou que o recambiamento oficial tem outro tipo de implicações para os ilegais quando chegam aos países de origem.
Prevenir, Reprimir e Redefinir
Depois de apresentar os números que compõem o balanço da criminalidade no primeiro semestre do ano e perante o actual quadro de "evolução criminal" o Secretário para a Segurança asseverou que as forças de policiais vão redefinir as suas prioridades operacionais. O objectivo, frisou Cheong Kuoc Vá, passa por "concentrar os esforços na prevenção e repressão dos crimes de furto em geral e no policiamento mais alargado e intenso junto dos locais turísticos. Além disso, salientou o secretário, durante o presente período de férias de Verão estão a ser intensificadas as operações policiais nos locais e estabelecimentos de concentração de jovens, para além de outras acções preventivas efectuadas em coordenação com outros serviços.

"Estamos atentos à situação dos táxis"

Aproveitando o período de perguntas e respostas, os jornalistas confrontaram o secretário com os preços absurdos (há relatos de viagens a 300 patacas) praticados por alguns taxistas aquando da recente passagem por Macau dos tufões Kamuri e Nuri. Cheong Kuoc Vá garantiu que as autoridades estão atentas: "A nossa postura é actuar sempre que temos informações de abusos. Temos mantido contactos com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego e já temos actuado sobre a situação."


CAIXA
Rixa na prisão mata um recluso

O Secretário para a Segurança, Cheong Kuok Va, negou ontem que as autoridades tivessem ocultado propositadamente, como sugerido por alguma imprensa em língua chinesa, um caso de homicídio ocorrido em Junho último no Estabelecimento Prisional de Coloane. Sobre o caso, o responsável foi lacónico. "A 22 de Junho dois reclusos envolveram-se numa rixa, tendo um deles vindo a falecer 3 dias depois no hospital, em consequência da gravidade dos ferimentos. As investigações decorrem e não tenho conhecimento que alguém tivesse querido esconder o caso."

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