Chui Sai principal candidato a suceder a Edmundo Ho
O Secretário para a Saúde e Assuntos Sociais será neste momento a personalidade melhor colocada para suceder a Edmundo Ho à frente dos destinos da RAEM, considera em artigo de opinião publicado ontem o jornal Oriental Daily News.
Segundo o periódico, Chui Sai On tem a personalidade ideal, e historial, definidos pelo Governo Central em Pequim: dirigente público de carreira, e ao mesmo tempo, de uma linhagem familiar que agrada ao poder na capital chinesa.
O editorialista considera que, se a escolha fosse feita hoje, Chui Sai On ganharia a corrida a um outro colega de administração, o Secretário para a Economia, Francis Tam, e ao empresário Ho Tat Seng. O articulista considera que Chui Sai On tem três pontos a seu favor: experiência governativa (10 anos como Secretário, que reparte com Francis Tam), uma grande proximidade a Edmundo Ho (cuja governação tem sido alvo de múltiplos públicos elogios dos governantes chineses), e o facto de pertencer a uma das três famílias, a família Chui, com tradições locais bem conotadas junto do Governo Central (as outras duas são a família Ho, do actual Chefe do Executivo Edmundo Ho, e a família Ma, do popular empresário e filantropo Ma Man Kei).
O editorialista destaca dois acontecimentos recentes que poderão fazer pender o fiel da balança em favor do Secretário para a Saúde e Assuntos Sociais: 1- o facto Chui Sai On ter sido escolhido por Edmundo Ho para coordenar a equipa da RAEM de apoio à reconstrução da zona sinistrada de Sichuan - dizimada por um tremor de terra que matou quase 80 mil pessoas – e de , nessas funcões, Chui ter trabalhado directamente com Xi Jin Ping, um dos cinco vice-presidentes da República Popular da China; 2 – Chio Sai On liderou a delegação de Macau aos Jogos Olímpicos de Pequim, chegando um dia antes do próprio Edmundo Ho, um factor que o editorialista considera ter sido orquestrado com a intenção de dar visibilidade ao actual Secretário, que assim ganhou créditos e proximidade com altos dirigentes da nação.
No mesmo editorial lê-se que o Governo Central quer aproveitar esta oportunidade para colocar à frente dos destinos da RAEM uma fgura de fora da esfera do empresariado. Apesar de reconhecer que se a Lei Básica não limitasse o exercício do cargo de Chefe de Executivo a dois mandatos consecutivos, Edmundo Ho – que antes de ser eleito Chefe do Executivo era um proeminente empresário tal como o pai, o falecido Ho In, muito próximo e querido de Pequim – Edmundo Ho seria facilmente reeleito.
O articulista ressalva que ainda é cedo para Chui Sai On poder ‘contar vitória’, e coloca Francis Tam como segundo favorito, destacando o que considera ser o bom desempenho do Secretário Francis Tam na tutela da liberalização da indústria do jogo. O mesmo observador considera ainda que o factor de proximidade e bom entendimento entre Edmundo Ho e Chui Sai On tanto pode ser favorável como funcionar contra as ambições políticas do Secretário (isto apesar de Chui Sai On nunca ter assumido, ou sequer falado publicamente sobre uma potencial candidatura): o mencionado factor contrário, a observar durante os meses finais do segundo mandato de Edmundo Ho, está relacionado com a aplicação da legislação do artigo 23º da Lei Básica, a lei anti-subversão. Segundo analistas, este terá sido o principal factor que levou ao abandono do cargo do primeiro Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, o empresário Tung Chee Hwa. A execução desta legislação em Macau estará sob escrutinio das autoridades centrais, em Pequim, e se os movimentos políticos em Macau não satisfizerem as autoridades na capital, Chui Sai On poderá sair indirectamente prejudicado, pela sua proximidade e lealdade com Edmundo Ho, considera o autor deste artigo de opinião.
