18.8.08

Dancing Lótus e Glitter em 2º e 3º lugares
"Lanterna do Coelhinho"
vai ser Pavilhão de Macau


O Pavilhão de Macau de Macau para a Expo 2010 já tem forma definida. A "Lanterna do Coelhinho", do arquitecto Carlos Marreiros foi o projecto escolhido pelo júri do concurso que o governo da RAEM promoveu. Carlos Marreiros diz que esta é uma vitória de Macau

Rui Cid

Macau - Espírito de Culturas, Essência de Harmonia. Foi a partir do tema definido pelo Gabinete Preparatório para a participação de Macau na expo 2010 que os arquitectos locais começaram a trabalhar na concepção dos projectos para o pavilhão da RAEM em Xangai. Das trinta e uma propostas que chegaram às instalações do gabinete preparatório, o júri acabaria por escolher apenas três: Glitter, de Carlos Macedo e Couto, Ana Filipa Ramos e Chio Wa Cheng; Dancing Lótus, de Chio Wai Tong e Loi Mang Chon e " "Lanterna do Coelhinho"", de Carlos Marreiros, Tang Mei Wai e Lei Sai Cheong. Ontem, estas três equipas de arquitectos tiveram uma última oportunidade de mostrar que os seus projectos apresentavam a qualidade, criatividade e profissionalismo que o júri pedira. Assumindo que todas as candidaturas apresentariam, a esse nível, argumentos fortes, Cristina Ieong, subdirectora dos serviços de economia - e membro do júri - avisava que a balança penderia para o lado da proposta que se mostrasse mais viável para o apertado prazo de 6 a 9 meses em que a obra terá que estar pronta. Terá sido aqui que a Lanterna Coelhinho começou a ganhar vantagem. O comunicado que anuncia o futuro símbolo de Macau frisa que "a "Lanterna do Coelhinho" tem a maior viabilidade de construção(em comparação com as outras propostas) e que os prazos para o termo da obra estão em conformidade com as limitações à execução de obras e o horário da Expo 2010".

"Concurso transparente e Justo"

Foi com satisfação que Carlos Marreiros recebeu a noticia que o seu projecto tinha vencido o concurso. O arquitecto começou sublinhou a transparência e justeza com que o processo foi conduzido, considerando por isso ser esta uma vitoria justa. Uma vitoria que partilha com a sua equipa, e também com os autores das outras propostas: "Quando entramos num concurso é para ganhar, e todos podíamos ter ganho, os outros projectos eram muito bons. Esta é uma vitoria de Macau"
Curiosamente, Carlos Marreiros esteve para não participar neste concurso. Numa longa conversa com os jornalistas, ainda antes de se saber a decisão do júri, o arquitecto revela que, apesar de ter escolhido três dos cinco projectos que "encomendara" aos seus colaboradores, estava decidido a não participar. Carlos Marreiros conta que só mudou de ideias depois de mostrar a dois colegas um a dois colegas um esboço que desenhara em Harbin. E do esboço nasceu o projecto.
Em conjunto, os três arquitectos viram na "Lanterna do Coelhinho" a solução ideal para as limitações impostas pelo facto de o pavilhão de Macau ficar emparedado entre os pavilhões de Taiwan e Hong Kong - deixando apenas a frente e a parte de cima do edifício para exploração - e de área de construção ser pequena. Carlos Mareiros sublinhou que quis fugir aos "clichés habituais do território, como a flor de lótus", preferindo inspirar-se no festival das lanternas "uma tradição chinesa que gente de todas as culturas não deixou morrer em Macau". Para Carlos Marreiros, a "Lanterna do Coelhinho" reflecte na perfeição o espírito multicultural do território refeito em linguagem contemporânea.
O futuro pavilhão de Macau será construído em acção e vidro e a cabeça e a cauda do coelho poderão mudar de posição e cor. A pensar nas pessoas com deficiências, o acesso ao topo do edificio poderá ser efectuado a de uma rampa com 6% de inclinação ou de elevadores. Uma vez no topo, as pessoas serão convidadas a deitarem-se no chão e assistirem a várias projecções multimédia. Uma das grandes atracções do pavilhão será um simulador com capacidade para 38 pessoas. Carlos Marreiros referiu o que o facto de o pavilhão ser construído em aço e não em betão permite que se o pavilhão possa ser desmontado e não destruído. O orçamento apresentado foi de 32 milhões de patacas, um valor que ainda não contabiliza o investimento que terá que ser feito no material multimédia.

CAIXA
Os porquês da vitória

Foram 5 os factores que levaram os júri a atribuir a vitória ao projecto da Lanterna do Coelhiho. No comunicado que anunciou a vitoria da proposta da equipa de Carlos Marreiros, a viabilidade do projecto é apresentado como factor mais importante de avaliação. Diz o comunicado que a "Lanterna do Coelhinho" tem a maior viabilidade de construção uma vez que os custos de construção, exigências técnicas para a sua execução e o prazo de execução de obras (6-9 meses) estão em conformidade com as limitações à execução de obras e o horário da Expo Xangai". O segundo factor destacado é a compatibilidade com outros projectos associados:" a construção do Pavilhão de Macau é apenas uma fase inicial da participação da RAEM na Expo 2010 e o projecto integra ainda a preparação de elementos no interior do Pavilhão, programas de diversões, actuações culturais e artísticas, actividades de desfile, Expo on-line, venda de lembranças, entre outros. O júri considera que a “"Lanterna do Coelhinho"” reserva uma grande flexibilidade para a realização dos projectos associados , elogiando a criatividade do desenho que projecta uma sala para apresentações operada por simulação computadorizada, um mini teatro coberto e transparente e um escorrega destinado a crianças. O terceiro factor que contribuiu para a decisão do júri foi o facto de o projecto apresentar "Características singulares e atraentes: o Parque da Expo tem um total de mais de 200 pavilhões e o Pavilhão de Macau, situado entre dois pavilhões em forma de rectangular, tem limites à sua altura e área. A “"Lanterna do Coelhinho"” tem uma aparência especial, a cabeça e o rabo do coelho são balões que podem subir e descer ao ritmo da música, uma vantagem em termos dinâmicos". O facto de a parede exterior transparente da “"Lanterna do Coelhinho"” poder produzir diferentes efeitos em função de iluminações e cores, "reflectindo uma combinação perfeita de artes visuais e arquitectónicas, tornando o Pavilhão de Macau facilmente identificável, independentemente da distância e do clima" foi também tido em conta. Em quarto lugar na lista de factores tidos como decisivos aparece a "técnica necessária para realizar o desenho". Por fim, é destacado o factor de protecção ambiental. O comunicado sublinha o carácter provisório do pavilhão, e refere que a “"Lanterna do Coelhinho"” vai aproveitar a luz solar para produzir electricidade - e sublinha que estrutura em aço pode ser reutilizada e poupa água.

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