24.8.08

Favoritos afastados da final da bolinha
Vong Chiu e Polícia discutem título

Surpresa nas meias-finais do campeonato de futebol de sete. Lam Pak e Hoi Fan eram os favoritos, mas ficaram pelo caminho. Vong Chiu e Polícia vão discutir o primeiro lugar de uma prova sem o interesse do passado. Pouca gente nas bancadas nos dois desafios de ontem à noite

Vitor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

As previsões saíram furadas. As meias-finais da bolinha provocaram surpresa nos dois desafios e assim iremos ter uma discussão do título entre dois “out siders”, Clube Desportivo da Polícia de Segurança Pública e Vong Chiu.
Mas a maior sensação é sem dúvida a vitória dos “policiais” sobre o Hoi Fan, depois de terem ultrapassado o seu adversário nos pontapés da marca de grande penalidade.
Castigo “merecido” para a formação onde pontifica o capitão Francisco Rosário, ele que é o único sobrevivente português (ou não chinês) da equipa que disputou o campeonato de futebol de onze e que terminou aí num excelente terceiro posto, atrás do campeão Monte Carlo e do vice, Lam Pak.
E “merecido” porque o Hoi Fan teve o pássaro na mão de deixou-o fugir. A este nível, uma equipa que chega a 2-0 e se deixa igualar, sujeitando-se à lotaria dos penaltis, caba por não merecer seguir em frente.

Excesso de confiança
liquidou Hoi Fan

Claro que o futebol é mesmo isto, surpresa. Mas ninguém pensaria que o “sete” do Hoi Fan, com uma vantagem de certo modo confor tável de dois golos até ao intervalo, iria consentir a reviravolta, acabando por desperdiçar uma grande oportunidade de chegar à final e de pelo menos terminar a temporada da bolinha num dos dois primeiros lugares.
O Hoi Fan, que nesta prova de futebol de sete deixou de contar com os jogadores portugueses, Paulo Conde, Vasco e Hugo Afonso (por diversas razões…), teve o jogo controlado e acabou por “facilitar” nos segundos vinte e cinco minutos, como referiu ao PONTO Final, Francisco Rosário, uma das referências do actual Hoi Fan:
“É dificil explicar como foi possível perdermos com a Policia, depois de termos chegado, ainda na primeira metade, a uma vantagem de 2-0. Baixámos o ritmo na segunda metade e isso foi fatal, ainda que tivessemos alguma falta de sorte. Eles apontaram o primeiro tento em contra-ataque, depois de um falhanço nosso no meio campo, com perda de bola, e a partir daí a equipa desconcentrou-se. A Policia caíu em cima de nós, arriscando tudo, e marcou a cerca de três minutos do final do desafio, forçando os penaltis.”

Capitão reconhece
erros cometidos

Na “lotaria” dos pontapés (nos regulamentos da bolinha não está contemplado o prolongamento), a Policia de Seguraça Pública foi mais certeira e venceu por 2-0.
Convém referir que durante o tempo regulamentar a Polícia fez valer a sua grande arma, preparação física, principalmente na segunda metade, quando o Hoi Fan já tinha perdido a sua frescura e procurava gerir a diferença.
“É dificil de facto compreender como uma equipa tão experiente como a nossa, acabou por sofrer dois golos e perder a oportunidade de chegar à final do campeonato. Mas o futebol é assim, quando menos se espera surgem as surpresas”, salientou Francisco Rosário, ele que alinhou de início e foi substituido a cinco minutos do fim, quando a sua equipa estava ainda em vantagem por um golo.
“Reconheço que o maior potencial físico da Policia foi determinante para aqueles últimos minutos, em que não conseguimos segurar a vantagem de um golo, que nos daria a qualificação para a final. Temos um plantel mais velho, com mais experiência, naturalmente, mas com menos frescura física. Paciência. Vamos agora disputar o jogo para o terceiro lugar e queremos ganhar, muito embora já não seja a mesma coisa.”
Se isso acontecer, então o Hoi Fan repetiria a posição já alcançada no “bolão”.

Vong Chiu surpreendeu
candidato Lam Pak

Na primeira meia-final de ontem, no sintético do Colégio D. Bosco, já uma outra surpresda havia acontecido, com o desaire, durante o tempo regulamentar, do principal favorite ao título, o Lam Pak. Que ganhou esse estatuto depois da ausência do Monte Carlo, pelas razões que se conhecem.
O autor da proeza foi o Vong Chiu, que venceu por uma bola a zero, tento apontado logo nos três minutos iniciais.
O Lam Pak, orientado há vários anos por Chan Man Kin e sem baixas no plantel, teve “todo o tempo do mundo” para dar a volta ao resultado, mas não conseguiu.
O Vong Chiu, como que uma das decepções do futebol de onze, com o seu quarto lugar, atrás do Hoi Fan (atendendo ao esforço financeiro para construir uma equipa ganhadora…), segurou bem a vantagem até ao final. E não contou com o avançado nigeriano Nwardo, nem com o paraguaio Galeano, que poderão regressar na final.
Em especial na segunda parte, o Lam Pak lançou-se na avalanche ofensiva, o que levou ao risco de sofrer o segundo golo em contra-ataque.
Mast al como aconteceu ao experiente Hoi Fan, também aqui a formação de Lam Ka Koi errou ao desperdiçar uma grande penalidade, por intermédio do jogador de Hong Kong, Ieong Hei Chi, que poderia dar dado outra história ao encontro.
O Vong Chiu galvanizou-se com a sorte do desafio e manteve o magro mas precioso triunfo até ao apito final.

Público continua alheado
da prova mais popular

A bolinha de 2008, com muitas incidências pelo meio, chega assim aos dois jogos finais, que serão efectuados na próxima semana, quinta-feira, sem aquelas enchentes do passado, em termos de número de espectadores.
Estes dois desafios de ontem não tiveram a moldura humana que se esperava, nem mesmo o jogo de maior cartaz, o primeiro (às 19 horas) que colocava frente-a-frente Lam Pak e Vong Chiu e que prometia um espectáculo de maior qualidade.
Resta agora saber se a final vai finalmente ter casa cheia. No entanto, o verdadeiro interesse cai por terra, uma vez que a discussão do título opõem equipas de “segundo plano”, em especial a Policia que era uma das menos favoritas a estar na final.
Antes da luta principal pelo primeiro lugar e pela sucessão do Monte Carlo (campeão em 2007), Hoi Fan e Lam Pak discutem “a honra de um terceiro lugar”.

FC Porto eliminado
Nas meias da terceira

Também nesta época da bolinha, uma referência às meias finais da III Divisão, com o FC Porto (Casa do FC Porto em Macau) a sair derrotado pelo Hong Ngai, não conseguindo, deste modo, repetir a vitória do campeonato da variante de onze.
Os “azuis e brancos” perderam por 2-0 com a formação de Ka Li Man, a quem tinham ganho na final do “bolão”.
O Hong Ngai marcou já na segunda parte. O FC Porto partiu então para a recuperação, teve ocasiões para fazer o golo, mas o maior espaço na sua rectaguarda provocou o segundo tento, já nos derradeiros minutos.
Mesmo assim uma boa prestação do clube presidido por António Aguiar e treinado por Francisco Rosário. Uma época em cheio, apesar desta derrota nas meias-finais da bolinha.
Segundo o técnico, o plantel acusou o facto de não estar muito habituado a campos de dimensões reduzidas.
“Somos melhores no futebol de onze, eles são melhores na bolinha, trocam melhor a bola”, palavras de Rosário que confirma ir permanecer na equipa portista para a próxima temporada do futebol de onze, onde o FC Porto participa no escalão secundário.
“O plantel irá sofrer algumas alterações, uma vez que há jogadores que vão sair. No entanto, os elementos fundamentais, como são os casos de Pelé, Fábio, Francisco, irão continuar, o que dá garantias de uma boa prova.
Rosário será apenas técnico da equipa dos “dragões”, uma vez que permanecerá como jogador do Hoi Fan, na I Divisão.

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