31.8.08

Las Vegas Sands atrasa futuras obras até nova ordem do Governo
COTAI em ‘stand by’

Alguns dos projectos associados ao Venetian e que fazem parte da marca registada COTAI Strip estão atrasados em pelo menos seis meses, revelou ontem o presidente da companhia norte-americana. A suspensão foi motivada pela decisão do Executivo da RAEM em suspender novos projectos. A empresa diz-se preparada para retomar o caminho traçado – e anunciado aos accionistas – assim haja luz verde do Governo

Alfredo Vaz

A decisão anunciada pelo Chefe do Executivo a 23 de Abril de congelar novos projectos para a área dos casinos afectou os planos da Las Vegas Sands para o Cotai em pelo menos seis meses, revelaram ontem os responsáveis máximos da empresa.
William Weidner, Presidente da Las Vegas Sands Corporation (LVS) reconheceu – e lamentou - ontem à tarde que a decisão governamental baralhou as contas aos planos de expansão da empresa para o COTAI, mas mostrou-se confiante num desfecho positivo “que só poderá beneficiar Macau. As parcelas afectadas são as que albergam o Hotel Conrad, Hilton, o Raffles e o Fairmont, as sete e oito, e também a Intercontinental, a parcela número três.
O avanço nestas obras fica temporariamente suspenso até ao anúncio final do Executivo da RAEM.
No entanto, o presidente do grupo reafirmou a estratégia mantém-se, que este é um percalço temporário que foge ao controle da empresa, e que aguarda as orientações do Governo para retomar a construção dos projectos imobiliários
“As parcelas foram-nos atribuídas para que as possamos desenvolver, mas o congelamento imposto ao desenvolvimento de novos casinos aplica-se (é transversal) a todo o mercado. Ficaremos a aguardar pelo anúncio do estudo governamental.”

“Somos socialmente responsáveis”

Numa longa conferência de imprensa com jornalistas vindos de praticamente todos os pontos da Ásia, e também com convcidados dos Estados Unidos, William Weidner refutou acusações de que o grupo Las Vegas Sands não é socialmente responsável, de que não leva a sério as suas responsabilidades sociais para com a RAEM. O presidente da LVS diz não sabe onde começaram, “desconheço qual a origem dos rumores”, mas assegurou (reiterou, já o tinha afirmado na quarta-feira) que todo o dinheiro ganho pela empresa em Macau é reinvestido no território.
“Alguém sugeriu que os empregados usassem placas que os identificassem pela sua origem. Mas no nosso caso, então todos os crachás seriam iguais porque todos os nossos operadores de mesas de jogo são de Macau. Não sei onde é que esses rumores tiveram origem, mas também ouvimos dizer que retiramos dinheiro de Macau. Nunca fizemos isso. Tudo o que ganhamos foi aqui reinvestido.”
Segundo os números revelados ontem, a Las Vegas Sands investiu até esta data cinco vezes mais do que ganhou nos quatro anos de operação em Macau: nove mil milhões de patacas ganhos e reinvestidos, de um total de 44 mil milhões de patacas de investimento absoluto.
O presidente da Las Vegas Sands Coporation disse ainda que o objectivo do grupo é de que - até ao fim do ano que vem - 90 por cento dos trabalhadores da empresa no sector do jogo sejam residentes locais.
Widner revelou que os grandes desafios da empresa passam pela diversificação das fontes de receita, sobretudo de quem demanda a RAEM à procura de novos destinos de férias e de entretenimento. O empresário disse que apenas três por cento do total investido em toda a ‘strip’ do COTAI são canalizados para o segmento do jogo e que o grupo aposta forte nas indústrias paralelas do entretenimento, restauração, reuniões e convenções.
Quanto ao impacto que a politica do governo chinês de restringir vistos individuais pode ter nos projectos do grupo, o presidente da LVS, disse que – também neste particular – o grupo tem que apostar na diversificação da origem dos seus clientes
“Quanto chegámos a Macau apercebemo-nos de que havia uma dependência muito grande de dois mercados, Hong Kong e província de Cantão. À medida que os casinos continuaram a gerar mais e mais receitas, tornaram-se cada vez mais dependentes dos apostadores da província de Cantão, e isso não é bom. Não é bom termos um caldeirão com duas pernas. O nosso objectivo é o de acrescentar muito mais pernas para que os fundamentos da economia local tenham bases mais firmes e mais sólidas.’
William Widner referiu-se igualmente a outros projectos da LVS para a Ásia, chegando mesmo a dizer que a companhia já tem um ‘cunho asiático’. “Singapura é o nosso próximo investimento, mas estamos igualmente atentos às movimentações dos governos de outras grandes potencias, nomeadamente o Japão. Já quanto a Taiwan, as mudanças no poder – e a maior proximidade entre o novo presidente de Taiwan e o Governo central da China – podem-nos ser favoráveis. No passado chegámos a encetar negociações, com os antigos governantes, mas acabámos por interromper o processo. Pode ser que haja novos desenvolvimentos, mas nesta fase tudo ainda está fora do nosso controle.”

Ilha da Montanha fora das contas

O presidente da Las Vegas Sands reconheceu igualmente que a empresa teve que meter marcha atrás também nos projectos para a Ilha da Montanha, anunciados com pompa há cerca de dois anos pela Las Vegas Sands Coporation. Na altura, a LVS manifestou interesse em desenvolver um resort integrado, vocacionado para o comércio a retalho e desportos de lazer, como o golfe. Agora, Weidner vem dizer que ainda não é a altura certa, porque o Governo Central em Pequim assim decidiu recentemente:
“Houve muito planeamento, depois uma reformulação dos planos originais por parte das autoridades chinesas e eu penso que terá que passar algum tempo até que alguém possa desenvolver algo de significativo naquele local. A questão prende-se com reconhecimento (por parte das autoridades chinesas) da importância estratégica daquela ilha, só depois poderemos planear de forma adequada, tendo em conta o futuro de Zhuhai e de Macau.”
Pese embora esta decisão do poder central chinês, Weidener assegurou que o grupo a que preside mantém “total interesse em ali investir”, ficando à espera da “altura certa” para voltar a abordar a questão com as autoridades chinesas


CAIXA
Quatro Estações de Cinco Estrelas

Fez ontem um ano que a Las Vegas Sands inaugurou o seu Empreendimento de Bandeira no território, o Venetian. 366 dias depois (2008 é um ano bissexto), o primeiro aniversário foi assinalado com a abertura do Hotel Four Seasons, o novo cinco estrelas da RAEM e com a estreia mundial de Zaia, o espectáculo permanente do Cirque du Soleil em Macau.
Orçada em oito mil milhões de patacas, a unidade hoteleira tem
360 quartos, restaurantes de luxo e um novo centro comercial: o Shoppers at Four Seasons tem três andares, quase 20 mil metros quadrados de área, a maior concentração de lojas por área na Ásia.
Segundo Brad Stone, vice-presidente executivo da Las Vegas Sands, o Four Seasons tem imagem própria e complementa o Venetian
“Achamos que o Four Seasons complementa o Venetian. O Ventian é de grande escala, com grandes centros de entretenimento , espectáculos e lojas, mas o Fou Seansons é mais intimista, igualmente de grande qualidade, mas apresentado de uma maneira diferente. Penso que quem prefere acção, escolhe o Venetian, mas quem optar por uma experiência mais acolhedora, optará pelo Four Seasons. É um casamento perfeito.”
O complexo alberga também o novo casino da RAEM, o Plaza: área de jogo a rondar os cinco mil metros quadrados, 175 mesas de jogo e 231 slot machines.

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