S.Tiago descaracterizada
Quem – se é que alguém - autorizou as obras de remodelação de interiores da Pousada de São Tiago? A pergunta está contida numa missiva enviada ontem pelo grupo dos Conselheiros da Comunidade Portuguesa do Círculo de Macau, RAEHK, China, Japão e Tailândia ao Secretário para a Saúde e Assuntos Sociais. Os pedidos de esclarecimento surgiram na sequência das declarações do arquitecto local José Maneiras publicadas na edição de sexta-feira no jornal Hoje Macau, num artigo intitulado “São Tiago descomposto”, assinado pela jornalista Isabel castro.
Na missiva enviada a Fernando Chi Sai On, Pereira Coutinho acusa: “recentemente a entidade concessionária da referida estrutura protegida a nível mundial resolveu remodelar e alterar a fisionomia dos espaços do seu interior causando distorções e falta de sintonia com o seu passado histórico designadamente instalando um ‘coffee shop’ cuja aparência externa poderia estar localizado em qualquer sítio de Macau.” Coutinho elmbra ainda que o contrato de concessão prevê a obrigatoriedade do concessionado de solicitar a prévia autorização às entidades competentes “quando queiram realizar quaisquer obras de ampliação ou benfeitorias internas que alterem a estrutura interna ou o aspecto exterior da estrutura.”
O grupo dos Conselheiros pede que o Secretário apure se “aquando do pedido de autorização para execução de obras internas de que foi sujeito mereceu contudo a aprovação prévia das entidades competentes nomeadamente o Instituto Cultural de Macau e demais entidades relacionadas com a preservação do património mundial da UNESCO.”
Pereira Coutinho considera que a Fortaleza de S. Tiago - construída no século XVII - constitui neste momento “uma das mais importantes estruturas do Património Mundial da UNESCO, cabendo a todos os residentes de Macau a responsabilidade social de zelar pela sua preservação intacta tanto a sua estrutura externa como as suas características internas.”
