18.8.08

Stanley Ho admite ‘falência’ do sistema de combate à lavagem de dinheiro
Viagem ao submundo do Jogo

O magnata do jogo admite sérias dificuldades em implementar um sistema de lavagem de dinheiro eficaz na estrutura da sua própria companhia, deixando entender – nas entrelinhas – que reina uma certa anarquia no mundo fiscal no escrutínio das receitas de jogo.
As revelações vieram a lume num relatório de um grupo de investigadores da Comissão de Jogo de Nova Jersei, que estuda o aval da parceria entre Pansy Ho, filha de Stanley Ho, e a MGM. A MGM é co-proprietária do Casino Borgota, em Atalntic City, e pretende abrir um outro casino naquela zona de jogo norte-americana. Os reguladores querem saber qual o grau de dependência de Pansy em relação ao pai. No fundo, saber sobretudo se os negócios em que a empresária está envolvida não estão – de alguma forma – viciados, porque tecidos na complexa malha fiscal dos grupos empresarias pertencentes ao pai.
E foi na sequência destas diligências que os investigadores obtiveram as declarações de Stanley Ho, revela agora o jornal norte-americano The Star Ledger (SL). A páginas tantas de um relatório que o SL investiga na sua edição electrónica de ontem, os investigadores citam Stanley Ho como tendo admitido estar a ter dificuldades em implementar na própria SJM medidas eficazes de combate à lavagem de dinheiro. Ho admite a possibilidade de pessoas com responsabilidade na Sociedade de Jogos de Macau actuarem em conluio com outros funcionários em práticas de fraude. No relatório Stanley Ho aponta sérias dificuldades em implementar um sistema interno eficaz e adverte para as implicações da prestação de dados erróneos.
Apesar de Stanley Ho não ser pessoa procurada, o seu nome aparece quase sempre mencionado nas diferentes abordagens que os investigadores têm feito nesta investigação à filha mais velha, Pansy, a herdeira natural do império Ho. Pansy é directora da STDM principal companhia do pai. E também executiva de topo de outras companhias de Stanley Ho.
A investigação ganhou um novo fôlego e exposição com o lançamento da oferta pública de aquisição de acções da SJM na bolsa de Hong Kong. As autoridades americanas interrogam-se até que ponto pai e filha poderão usar a sua participação na STDM para influenciar o rumo das operações na SJM de forma contrária aos interesses de outro accionistas da companhia. Como disse Bill Eadington, do Instituto para o Estudo do Jogo e Jogo Comercial:”é a velha questão, a de saber se os vícios passam de pai para filho?.”
Entretanto a MGM saiu em defesa do grupo e de Pansy Ho, assegurando que a MGM e a senhora Ho colaboraram, e continuam a colaborar com as autoridades na investigação. “O currículo de Pansy Ho como empresária fala por si. Esperamos que a decisão das Autoridade Reguladora nos seja favorável”, disse o porta-voz do grupo MGM Mirage.
Apesar das dúvidas e reticências relacionadas com a envolvente à teia do tecido empresarial de Pansy Ho, as autoridades reguladoras de outro estado americano, do Nevada (de Las Vegas) – onde a MGM tem uma presença substancial dos seus negócios – aprovaram o ano passado a parceria da MGM com Pansy Ho. No fundo “acreditaram na palavra de Pansy Ho. Confiaram nas provas de independência financeira e de tomada de decisões nas firmas que controla apresentadas pela empresária”, disse Eadigton ao The Star Ledger.

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