28.8.08

Torneio Internacional de Hóquei em Patins
Espanha forte demais
goleou Macau (12-0)


Confirma-se a qualidade dos espanhóis, mesmo com uma equipa de segundo plano. Macau nem sequer conseguiu marcar um golo. Nova Zelândia e Japão ganharam os restantes jogos. A selecção macaense defronta esta noite os neo-zelandeses

Vitor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net

Se dúvidas houvesse de que uma qualquer selecção de Espanha tem nível elevado de hóquei em patins, isso desfez-se bem cedo no desafio de ontem à noite diante da equipa da casa, Macau.
12-0 dizem bem da superioridade de “nuestros hermanos”, que são claramente os favoritos, mesmo em ritmo de passeio, a conquistar o primeiro lugar deste Torneio Internacional, que assinala as Bodas de Prata da Associação de Patinagem de Macau.
A Espanha trouxe até ao Oriente uma formação de vários jogadores que actuam no segundo escalão, numa média de idades de 24 anos.
Muitos destes hoquistas que ontem à noite vimos evoluir no Pavilhão do Colégio D. Bosco, foram já campeões mundiais de juniores e campeões europeus em juvenis.
Só durou 30 segundos a oposição do “cinco” orientado por Alberto Lisboa, uma vez que os espanhóis “fizeram questão” de desde logo mostrar que estavam ali para ganhar o jogo e o torneio.
Ao intervalo já ganhavam por claros 8-0 e nos segundos vinte minutos quiseram trocar mais a bola e evitar uma goleada maior.
Macau tentou o golo por várias vezes. Teve oportunidades para isso, mas Helder Ricardo, Nuno Antunes e companhia, não conseguiram bater o seguro guarda-redes Pere Martinez.

Selecção desfalcada
de José Cardinho

A selecção do território apresentou-se nesta partida inaugural do torneio sem o mais recente reforço de Portugal, José Cardinho, o que causou alguma admiração no público.
O treinador Alberto Lisboa explicou:
“Estavamos a contar jogar a prova com 12 jogadores e aí Cardinho iria actuar algumas partidas. Mas como Austrália e Nova Zelândia não concordaram com essa alteração ao regulamento habitual, uma vez que são dez os jogadores para qualquer competição, então decidimos deixar de fora José Cardinho, uma vez que ele não vai poder actuar no Mundial B na África do Sul. Assim, é melhor dar mais rotina de jogo a elementos que vão fazer parte da selecção para a o Campeonato do Mundo.”
Sem Cardinho, um jovem com alguma experiência de escalões secundários em Portugal, Macau ficou mais frágil, num confronto em que era já de si “impossível” de ganhar, ou sequer de discutir o resultado.

Hóquei de alto nível
do campeão mundial

A Espanha, campeã mundial, título alcançado este ano em Oviedo, cujos dirigentes disseram ao PONTO FINAL que ficaram desiludidos quando souberam que Portugal não vinha a Macau, tem um hóquei muitos furos acima destas equipas asiáticas e da Oceania, pelo que cedo viram que não iriam ter grandes problemas para ultrapassar a formação da casa.
O “cinco” de Alberto Lisboa (que acumulou as funções de treinador e jogador), só fez o primeiro remate à baliza aos sete minutos, num livre directo de Helder Ricardo, a principal “alma” da selecção.
A Espanha não deixou jogar praticamente em toda a primeira parte, mas mesmo assim Ricardo Atraca (que viajou desde a Austrália onde estuda e joga), poderia ter marcado aos 10 minutos.
Num jogo destes, em que há um desequilíbrio notório, as oportunidades são escassas e aí Macau não conseguiu aproveitá-las.
Foram-se acumulando os golos para a Espanha, orientada por Alberto Mázon. Até ao intervalo, marcaram Jaume Arches (2), Inaqui Arroyo (2), Pablo Cancela (2), Marc Coy e Joan Roig.

Guardião Arnaldo
não vai ao Mundial

De referir que Macau se apresentou de início com Chak Kin, Alfredo Almeida, Augusto Ramos, Nuno Antunes e Helder Ricardo.
Alguma surpersa também pelo facto de não ter alinhado no “cinco” base o guarda-redes Arnaldo Silva e também aí a explicação do técnico:
“Ele não vai poder deslocar-se ao Mundial por motivos pessoais e por isso tive de optar por rodar Chak Kin.”
Nos segundos vinte minutos a Espanha “não apertou”, preferindo rodar jogadores e apostar na distribuição da bola, em velocidade, sem ter a mesma “fome’ de golos da primeira metade.
Isso acabou por proporcionar um desafio mais tranquilo a Macau, que partiu várias vezes para o contra-ataque com hipóteses de marcar, mas os guarda-redes espanhóis não consentiram, por um lado, e a pontaria não estava afinada, por outro. Como foi o caso de uma flagrante ocasião de Nuno Antunes (regresso à selecção que se saúda…).

Luta por segundo lugar
é o objectivo principal

Para já não há grandes conclusões a tirar sobre o real valor (actual) da selecção macaense, que se prepara para mais um “assalto” ao Mundial B, participando em Novembro na prova da África do Sul.
“O nosso torneio começa hoje, com equipas do nosso nível. Aí é que teremos possibilidades de discutir todos os resultados. Ontem à noite foi acima de tudo rodar os nossos jogadores e aprender com uma equipa que está longe das nossas capacidades. Ninguém se lesionou e isso é também importante para os próximos desafios”, palavras de Alberto Lisboa.
Na segunda parte do jogo com a Espanha, os golos foram apontados por Jaume Farres, Jaume Arches, Pablo Cancela e Inaqui Arroyo.
A selecção de Alberto Mazón, que teve uma preparação específica durante algumas semanas para se deslocar a Macau, fez a rodagem do seu plantel e por isso os golos distribuiram-se.

Nova Zelândia e Japão
entram a ganhar

O Torneio Internacional (Intercontinental) de Macau em Hóquei em Patins arrancou com a partida entre a India e o Japão, com triunfo dos nipónicos por 3-1.
Seguiu-se a cerimónia de abertura oficial, com o desfile das seis selecções presentes e um pequeno programa em que evoluiu a dança do leão e dançaram, sem patins, as jogadoras da selecção feminine de Macau, que estão também a preparar-se para o Campeonato do Mundo da categoria, a ter lugar em Akita (Japão), em Outubro.
Depois do embate Macau-Espanha, a ronda inaugural fechou com o triunfo da Nova Zelândia sobre a Austrália (4-2), o que faz aumentar o interesse para a jornada de hoje, em que os neo-zelandeses surgem no caminho da formação de Alberto Lisboa, pelas 20 horas.
Os restantes desafios são Austrália-India (18,45) e Japão-Espanha (21,15).
O torneio termina domingo e realize-se no sistema de “todos contra todos” em cinco dias. A selecção mais pontuada levará o troféu para casa.
Reconhecendo que a Espanha “está a mais” na prova, o interesse principal reside na luta pelo segundo lugar, que incluiu principalmente Macau, Japão, Austrália e Nova Zelândia.

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