William Weidner responde a críticas e defende que a Sands aposta no mercado laboral local
"Nunca tirámos uma pataca para fora de Macau"
"Nunca tirámos uma pataca para fora de Macau"
A Las Vegas Sands anunciou ontem que 92 por cento dos seus funcionários da área do jogo são residentes locais, sendo que cerca de 80 por cento dos lugares ligados à gestão são também ocupados por residentes de Macau, mas a ideia é chegar aos 90 por cento dentro de um ano. Do mesmo modo, a empresa fez saber ainda que 2800 trabalhadores locais foram já promovidos a funções de supervisão da área do jogo.
Os números foram avançados pelo presidente da Las Vegas Sands, William Weidner, que respondeu assim às críticas vindas a público nos últimos tempos sobre o supostamente excessivo número de trabalhadores estrangeiros na empresa. Weinder falava durante a apresentação do futuro Centro de Estudos Avançados Adelson (ver caixa).
Quando confrontado com os números que mostram que a concessionária parece ter mais trabalhadores não residentes do que locais, foi o vice-presidente da empresa na área dos recursos humanos quem respondeu. Daniel Chin, justificou os números com os trabalhadores da construção. "Mais de 20 mil trabalhadores estão relacionados com a construção. Macau não tinha o número de pessoas que necessitámos para construir os nossos investimentos", explicou o responsável.
De acordo com o relato da Rádio Macau, Weidner foi demorado no discurso quando apresentava o futuro Centro de Estudos Avançados Adelson. William Weidner falou, então, para esclarecer o que classificou de "mal-entendidos" relativamente às políticas da concessionária norte-americana do jogo.
Assim, Weidner respondeu aos que acusam a Las Vegas Sands de ter uma "agenda escondida" e até de "querer dominar Macau". Segundo o executivo, as intenções da empresa passam apenas por criar novos motivos para que as pessoas continuem a querer visitar a região. "Pensamos em grande e investimos milhares de milhões de dólares norte-americanos. Mas investimos em razões para as pessoas virem para Macau, para virem de longe e para alargarem a base da economia de Macau", disse Weidner.
Em todo o caso, o presidente da empresa reconheceu que a acção da concessionária no território tem trazido alguns inconvenientes ao quotidiano dos cidadãos, como as longas filas nas fronteiras, mas também assegurou que o objectivo é transformar os novos negócios em oportunidades de emprego e de carreiras para os residentes.
Neste sentido, Weidner sublinhou que as receitas da Sands são investidas em Macau. "Desde o início do nosso envolvimento aqui em Macau, nunca tirámos uma pataca para fora de Macau. Demos sempre a volta e reinvestimos cada pataca", garantiu Weidner.
No que diz respeito aos lucros da empresa, William Weidner reconhece que, actualmente, a Sands gasta mais do que ganha, e será assim por mais algum tempo, vaticinou. "Estamos a gastar milhares de milhões de dólares a mais do que ganhamos. Portanto, vamos andar ao contrário. Durante algum tempo iremos andar a gastar mais dinheiro do que aquele que fazemos."
CAIXA+++++++++
O projecto que ontem foi apresentado vai dar origem, em 2009, ao Centro de Estudos Avançados Adelson, uma iniciativa conjunta da Universidade de Macau (UM) e da Venetian. Para a concessionária do jogo, este projecto representa um investimento de 100 milhões de patacas. O Centro será instalado no complexo do Venetian, no Cotai, e ao todo abrange quase 1500 metros quadrados, com uma sala de conferências com capacidade para 100 pessoas, seis salas de aulas, duas de reuniões e um centro de apoio às Pequenas e Médias Empresas.
Conforme explicou ontem aos jornalistas Rui Martins, vice-reitor da UM, a ideia é proporcionar aos alunos um espaço para desenvolver a aprendizagem em áreas ligadas à gestão, mas também à indústria de convenções e exposições. Neste contexto, Martins referiu ainda a criação de novos cursos, ainda em estudo, ligados às áreas acima referidas.
Quanto a corpo docente, será recrutado na UM, mas não só. "Este será um centro da Venetian, e poderá ter como professores docentes da UM ou de qualquer parte do mundo, e também pessoas ligadas ao Venetian."
Relativamente aos investimentos da concessionária, Rui Martins lembra que estão ainda numa fase inicial, mas que têm sido adequados.