Atraso na criação do Centro de Distribuição de Produtos Portugueses
Ainda à espera da Nam Kwong
Ainda à espera da Nam Kwong
Portugal continua à espera que a Nam Kwong, empresa chinesa parceira no Centro de Distribuição de Produtos Portugueses a instalar em Macau, entregue o plano de negócios da infra-estrutura, disse sábado o secretário de Estado Fernando Serrasqueiro.
O governante, que está em Macau para participar no seminário sobre o papel do território como plataforma das relações económicas e comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa, salientou que Portugal ”continua a tentar negociar com a empresa (Nam Kwong) no sentido de concretizar um plano de negócios que possa cumprir os objectivos de Portugal”.
“Os nossos objectivos são muito claros e queremos que o Centro seja um polo de distribuição para toda a China e que seja também um centro de todos os produtos portugueses facilitador dos empresários portugueses que queiram utilizar essa plataforma para os seus diferentes produtos”, disse.
Fernando Serrasqueiro salientou ser “nessa perspectiva que está a ser tentado construir ou que seja fornecido o plano de negócios que acomode estes objectivos”, mas alertou para a “complexidade” das negociações com a China.
“Nós compreendemos, e agora melhor do que nunca, a paciência que é preciso ter para negociar com as diferentes autoridades chinesas mas acho que o processo está a evoluir naturalmente”, afirmou.
Em Outubro de 2007, o presidente da AICEP, Basílio Horta, tinha dito numa entrevista à agência Lusa em Macau que depois de uma reunião com a parte chinesa iria esperar pela apresentação de um plano de negócios para o centro, mas adiantava que este deveria estar a funcionar no primeiro trimestre de 2008.
Basílio Horta garantia ainda que o centro não seria um forncedor de Macau devido à existência de ligações directas entre a comunidade empresarial local e as empresas portuguesas, mas um ponto de trânsito para toda a China, ideia também preconizada agora pelo secretário de Estado do Comércio.
Com quase dois terços do ano percorridos e a data de Basílio Horta ultrapassada, Fernando Serrasqueiro recusou avançar com datas para que o centro esteja a funcionar e recordou que o Centro não é uma entidade pública e que terá a presença de privados que querem ver em detalhe o plano de negócios para tomarem as suas decisões.
No seminário, que decorreu na manhã de sábado, Fernando Serrasqueiro disse que Macau é uma “importante plataforma de comércio e uma base logística facilitadora das relações económicas estabelecidas da República Popular da China para os mercados internacionais, designadamente os de língua portuguesa e destes para a China”.
O mesmo responsável salientou também que a união da lusofonia à China através de Macau é feita sobre um “elemento distintivo” que deve caracterizar presenças numa sociedade cada vez mais globalizada e que está assente na “língua, património e história comuns”.