22.9.08

Bebé em Hong Kong afectado por leite contaminado
Melamina chega a Macau

Análises efectuadas pela Direccção dos Serviços de Saúde detectaram a presença de melamina em dois produtos da marca “Yilin”, com datas de fabrico de Fevereiro e Maio deste ano. Nas embalagens de um litro daquela marca de leite, as concentrações do composto químico eram de 2mg/Kg, subindo para 5 mg/Kg nos pacotes de 250 ml.
Em Hong Kong, as autoridades locais confirmaram o primeiro caso de intoxicação devido à ingestão de melamina. Trata-se de um bébé de três anos, que consumiu leite adulterado durante os últimos 15 meses, e a quem foi diagnosticado um cálculo renal.
A criança, que ingeria diariamente entre dois e três copos de leite Yili enriquecido com cálcio e de baixo teor em matérias gordas, foi tratada no hospital Princess Margaret, no passado sábado e já teve alta.
Os produtos da marca Yilin foram já retirados do mecado, tanto em Hong Kong como em Macau. Os Serviços de Economia, após a confirmação da existência de leite contaminado nos lotes à venda no território, solicitaram aos estabelecimentos comerciais que as marcas Yilin, Mengniu e Guangming fossem retirados, ao mesmo tempo que o o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais suspendeu todos os processos de pedidos de importação dos referidos produtos.
Estas três marcas são líderes do mercado de productos lácteos na China e têm uma faixa substancial do mercado em Hong Kong e Macau.
Nos próximos dias, a Direcção dos Serviços de Economia irá proceder a uma fiscalização intensiva dos pontos de venda, a fim de garantir que as marcas mencionadas estão fora das prateleiras dos supermercados e lojas de Macau.
A melamina é um composto químico com alto teor em nitrogénio, acrescentado ao leite para enganar os detectores de proteínas nos controlos de qualidade, uma prática muito usada na China, como demonstrou este novo escândalo de segurança alimentar.

Preços aumentam

O problema do leite adulterado teve reflexos quase imediatos na comercialização de produtos lácteos, de acordo com uma nota do Conselho de Consumidores de Macau. Diversas marcas de leite em pó, à venda no território, registaram aumentos de preços entre os 10 e os 70 por cento, segundo dados recolhido por aquele organismo. O Conselho de Consumidores vai acompanhar a situação, monitorizando os preços em vigor, de cinco em cinco dias, por forma a verificar a prática de eventuais irregularidades.
A DSEJ, por seu lado, revelou que cerca de 7.000 alunos do território serão sujeitos a análises clínicas, a fim de detectar potenciais problemas de saúde, devido ao consumo de uma das marcas de leite contaminado, a Yilin.
Os jovens em causa estavam abrangidos pelo “Plano de Leite” – agora suspenso – atravé do qual a DSEJ fornecia, diariamente, pacotes de leite aos estudantes do ensino infantil e do primeiro ano do ensino primário.
No ano lectivo de 2007/2008, os Serviços de Educação mudaram a marca de leite utilizado, passando a fornecer embalagens de uma das empresas mais atingidas pelo escândalo da melamina, a Yilin. A escolha do novo fornecedor foi decidida através de concurso público, refere um comunicado da DSEJ. Para além da Yilin, concorreu apenas uma outra marca cujos produtos também foram já retirados do mercado, a Mongniu.
De acordo com as normas da “Food and Drug Administration” dos Estados Unidos, o valores máximos diários admissíveis, no consumo de melamina, são de 0,63mg por quilo e por dia.
Num cálculo sobre a avaliação do risco relativamente ao consumo de um dos produtos contaminados detectados em Macau – embalagens de 250 ml de Yilin – só a partir de um consumo diáro superior a cinco pacotes, por parte de uma criança com dois anos e um peso médio de dez quilos, é que as margens de segurança seriam ultrapasssadas.
No caso de um adulto, com um peso de 60 quilos, o risco de intoxicação surgiria com consumo de mais de 30 pacotes por dia.
Embora a toxicidade da melamina seja relativamente baixa, o grau de contaminação do leite em pó de uma das marcas, a Sanlu – que não estava à venda em Macau - é alto, o que, atendendo ao padrão de consumo prolongado no tempo, no caso dos bébé, pode causar efeitos mais preocupantes.
No entanto, se a quantidade de melamina absorvida for reduzida, esta substância pode ser expelida através dos rins, sem provocar danos ou consequências graves.


CAIXA
Marca suíça também tem produtos contaminados
Nestlé “made in China” sai das prateleiras

As duas maiores cadeias de supermercados de Hong Kong ordenaram ontem a retirada de leite em pó da marca Nestlé, fabricado na província chinesa de Heilongjiang, depois de um jornal local, o “Apple Daily” ter noticiado a existência de melamina naquele produto.
O jornal recolheu amostras de marcas comercializadas no território e mandou fazer análises a um laboratório privado, que assinalou a presença do mesmo composto químico que as autoridades chinesas detectaram em produtos de 22 empresas do sector. A contanimação de leite com melamina provocou já a morte a quatro crianças, na China, e afectou mais de 6.000 bébes, que tiveram de receber tratamento médico devido a problemas renais.
Japão, Singapura, Malásia e Brunei já proibiram a venda ou importação de produtos lácteos com origem na China. No passado fim de semana, a Starbucks, uma cadeia norte-americana de cafés, suspendeu a utilização de leite poduzido pela Mengniu, uma das suas principais fornecedoras no mercado chinês. A Starbuckstem mais de uma centena de cafés, na China, que é o seu maior mercado, depois dos Estados Unidos.
No sábado, também a companhia de laticínios holandesa Friesland Foods, uma das maiores empresas do mundo neste sector, anunciou a retirada do mercado do leite “Dutch Lady”, após análises terem revelado a presença de melamina. O produto em causa, leite com sabor a morango, era fabricado na província de Tanjin, no Norte da China.

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