Ponto Final

Exposição World Press Photo inaugura amanhã às 6.30 da tarde no CAT
Fotojornalismo do melhor

O Centro de Actividades Turísticas de Macau acolhe, já a partir de amanhã, a exposição "World Press Photo". Oportunidade para ver ao vivo, mas nem sempre a cores, as 200 melhores fotografias de 2007 no que ao fotojornalismo diz respeito, entre as quais a garantiu a Miguel Barreira, do jornal record, o terceiro lugar na categoria desporto em acção

Rui Cid

Numa iniciativa da Casa de Portugal, Macau recebe pela primeira vez a conceituada exposição de fotografias vencedoras do concurso que World Press Photo leva a cabo todos os anos e que é considerado, por muitos, como os Óscares do fotojornalismo.
A exposição estreia já amanha no CAT, mas alguns pormenores foram ontem dados a conhecer numa conferência de imprensa em que estiveram presentes a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, e Jeroen Visser, representante da Fundação World Press Photo, que se mostrou bastante entusiasmado por ter, pela primeira vez, conseguido trazer a exposição até Macau.
" Sabemos que este é um projecto dispendioso, por isso quero agradecer à Casa de Portugal pelo investimento feito. É para nós muito importante virmos a esta zona do globo, e principalmente à China que com os seus 413 projectos apresentados é o segundo país de onde recebemos mais fotografias, logo a seguir ao Estados Unidos"
Para o concurso de 2007, chegaram às mãos da Fundação World Press Photo mais de 80 mil fotografias, de 5019 fotojornalistas oriundos de 125 países. Desse incrível número de trabalhos, o júri, constituído por um painel de personalidades de várias áreas ligadas à fotografia, premiou em 10 categorias, 200 fotografias, uma tarefa hercúlea que obriga a critérios bem definidos.
"Primeiro que tudo o júri procura a originalidade, mesmo antes da técnica, como podem comprovar pela "fotografia do ano" - o premio mais importante do concurso - que até está meio desfocada. É importante encontrar um ângulo original, algo que seja um símbolo. No caso da categoria de fotografia do ano, claro que é damos importância ao factor actualidade, não nos podemos esquecer que é um concurso de fotojornalismo. Quantas fotografias não ficam para a história? há fotografias que num instantâneo captam a essência de um acontecimento histórico. Quem não se lembra da fotografia de um homem a fazer frente a um tanque em Tianamen ou da criança vietnamita a fugir dos bombardeamentos aéreos?", esclarece Jeroen Visser.
Em todas as 10 categorias o júri atribui 3 prémios(primeiro, segundo e terceiro lugares), além de uma menção honrosa. Nas principais categorias incluem-se, além do premio maior do concurso, atribuído ao instantâneo classificado como fotografia do ano, as de "Notícias gerais", "Pessoas que são notícia", "Desporto", "Natureza" e "Artes e Entretenimento".
Das 200 fotografias premiadas que estarão em exposição no CAT, há uma que, por motivos patrióticos, destacamos. Referimo-nos à fotografia de Miguel Barreira, fotojornalista do jornal Record e um dos 33 portugueses que participaram no concurso, que com um trabalho captado na Nazaré, durante uma prova de bodyborading arrecadou o terceiro lugar na categoria de "Desporto em Acção".
A finalizar a conferencia de imprensa, Jeroen Visser explicou que um dos grandes objectivos da Fundação World Press Photo é estimular o ensino do Foto-Jornalismo pelos diversos cantos mundo, pelo que a Fundação põe em pratica vários planos em diferentes países, como a Indonésia, as Filipinas, e em vários países da America Latina.
"É uma forma de homenagearmos o trabalho dos fotojornalistas que tantas vezes arriscam a vida para que o mundo conheça o que se passa no resto do mundo. Um trabalho que muitas vezes não é valorizado e que muda, de forma decisiva, a maneira como olhamos para determinado acontecimento", concluiu.