8.9.08

Jornal Ou Mun alertara para "perigo para a segurança e saúde pública"
PSP reforça patrulhas face a "vários casos de roubo
praticados por africanos"


Rui Cid

Na sua edição de ontem, um artigo do Ou Mun referia que facto de o número de "pessoas africanas" em excesso de permanência estar a aumentar em grande escala tem "criado perigo para a segurança e saúde públicas". Para provar a sua tese, o articulista reporta casos de cidadãos africanos que "colectivamente têm trazido droga escondida no corpo para Macau" são seropositivos.
No artigo, o diário em língua chinesa escreve que estes "estrangeiros" que viviam, na sua maioria, na China foram obrigado a vir para Macau devido à política de restrições imposta por Pequim durante o período que antecedeu os Jogos Olímpicos e que ainda está em vigor. O jornal continua, afirmando que estas pessoas, ao não conseguirem encontrar empregos no território, se "dedicam ao crime, criando graves problemas aos residentes locais e aos turistas, afectando a imagem de Macau e contribuindo para o aumento da criminalidade".
As críticas do Ou Mun estendem-se também ao modo de actuar das forças policiais. Diz o jornal que na hora de enfrentar "africanos de grande compleição física", os agentes enfrentam "grandes dores de cabeça". O articulista considera insuficiente o equipamento fornecido aos polícias - uma pistola e um bastão - recordando, depois, que na Europa ou nos Estados Unidos, os agentes dispõem de mais meios, como por exemplo, spray de pimenta e pistolas electrónicas. A falta de preparação dos agentes para lidar com pessoas suspeitas de estarem infectadas com doenças contagiosas merece, igualmente, reparos por parte do Ou Mun, que acrescenta que as reivindicações dos polícias para melhores equipamentos e preparação não foram, até agora, atendidas.

"Vamos tomar medidas", assegura PSP

A PSP reagiria ao final da tarde, através de um comunicado. Ignorando as acusações de falta de preparação dos seus agentes, a PSP garante que, "tendo em conta a ocorrência de vários casos de roubo praticados por africanos" (junto ao edifício Centro Internacional), já reforçou o patrulhamento nas zonas circundantes ao terminal marítimo do Porto Exterior.
O comunicado esclarece que as pessoas detidas pela PSP e que depois de presentes a um juiz ficam impedidas, como medida de coação, de se ausentar da RAEM, são obrigadas a apresentar-se periodicamente nos Serviços de Emigração. A PSP explica que um título de apresentação será emitido a essas pessoas, servindo esse título apenas para facilitar a identificação, não sendo, por isso, um documento de autorização de permanência no território.
A PSP recorda que já lançou medidas para combater as situações de excesso de permanência, incluindo a obrigação de apresentação do bilhete de regresso e dinheiro suficiente para a sua subsistência durante o período de estada no território. No comunicado, as autoridades assumem ser frequente visitantes detectados em excesso de permanência declararem que perderam os bilhetes de viagem ou o passaporte, algo que o articulista do Ou Mun também já havia referido.
Justificando o aumento do número de pessoas em permanência excessiva com a política de entrada de visitantes por parte do governo da China durante os Jogos Olímpicos, a PSP considera que "estas pessoas carenciadas de meios de subsistência em Macau, deixaram, de algum modo, impactos negativos à nossa segurança pública".
Como resposta "à muita preocupação com esta situação", a PSP assegura que vai esforçar-se na repressão dos crimes, e, paralelamente, procurar apresentar uma proposta de medidas de controlo de migração, sem, contudo, explicar quais as medidas que vai sugerir.

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