18.9.08

Leite infantil contaminado na China
Terceira vítima fatal

As autoridades chinesas confirmaram ontem que de foram diagnosticados problemas renais a mais de 6.200 crianças, das quais 158 apresentavam sintomas de falha renal grave, tendo sido hospitalizadas, apenas na província de Hebei.
A morte de mais um bebé, na província de Zhejiang, fez aumentar para três o número de vítimas mortais, resultante da contaminação de leite em pó com um produto químico, a melamina, utilizado na fabricação de plásticos.
As análises efectuadas pelas autoridades chinesas detectaram sinais da presença deste produto químico em 22 marcas de leite em pó, depois de o governo neo-zelandês ter alertado Pequim acerca da contaminação, descoberta em Agosto passado, numa joint-venture.
A presidente do conselho de administração da Sanlu, uma das maiores empresas do sector e onde a neo-zelandesa Fonterra detém 43 por cento do capital, foi já demitida e terá sido mesmo detida pela policia chinesa. Quatro altos funcionários do município de Shijiazhuang, onde se situa a sede da Sanlu, foram também demitidos. A Sanlu recusou-se a comunicar o alerta às autoridades chinesas e só depois de o escândalo se tornar público é que procedeu à retirada do leite em pó do mercado.

DSEJ suspende programa

Embora as marcas de leite contaminado não estivessem à venda em Macau, os Serviços de Educação de Macau, após consultarem a Direcão dos Serviços de Saúde, decidiram suspender o “Plano de Leite”, que deveria começar no próximo dia 22 de Setembro. O plano, iniciado em 2004, inclui a distribuição gratuita de leite a alunos do ensino preparatório e primário, nas escolas de Macau.
O Estabelecimento Prisional de Macau, cujos reclusos consumiam uma das marcas de leite fabricadas na China, decidiu também substituir esse produto por outra marca, por razões de segurança.
Em Taiwan, foi totalmente proibida a comercialização de produtos das 22 empresas de lacticínios chinesas cujas marcas foram referenciadas pelas autoridades como contendo melamina.
Desde ontem que as autoridades chinesas colocaram em campo perto de 5.000 inspectores sanitários, divididos em cerca de 1.400 equipas, para procederem a um controle rigoroso da qualidade dos produtos das empresas de lacticínios e centros de recolha de leite.
Os produtos contaminados terão sido exportados para cinco países estrangeiros: Bangladesh, Yémen, Burma, Gabão e Burundi.

Produção suspensa

Duas das maiores empresas chinesas do sector do leite, ambas com participação estrangeira, foram especialmente atingidas por este escândalo. Para além da Sanlu, também a Mengniu Dairy – associada à sueca Arla Foods – teve que proceder à recolha de diversas marcas de leite e derivados, depois de confirmar a sua contaminação pelo mesmo produto químico, a melamina. A produção da principal unidade fabril da empresa, situada na Mongólia, foi temporariamente suspensa e as acções da empresa, cotada na Bolsa de Hong Kong, registaram uma acentuada baixa.
A indústria dos lacticínios, na China, tem conhecido um rápido crescimento, nos últimos anos, devido a uma maior procura por parte dos consumidores. O sector está avaliado em cerca de 19 biliões de dólares.


CAIXA
Governo atento ao leite contaminado

Os Serviços de Saúde, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e a Direcção dos Serviços de Economia têm estado a acompanhar de perto o caso da detecção de compostos de melamina em produtos lácteos, procedendo à análise laboratorial de amostras, colhidas aleatoriamente no mercado local, de produtos lácteos, designadamente leite em pó, segundo refere um comunicado dos Serviços de Saúde de Macau. O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais tem estado em contacto com o serviço nacional de controlo de qualidade da República Popular da China, reforçou a inspecção à importação dos produtos em causa. A Direcção dos Serviços de Economia também tem intensificado o trabalho de inspecção a estes produtos no mercado local. Actualmente, de acordo com o fornecedor, agente autorizado local dos produtos da marca Yilei, não há nenhuma importação em Macau de gelados com sabor de iogurte de fruta, produzidos na herdade Yilei, tendo-se a mesma entidade comprometido a não comercializar e a recolher os produtos da marca Yilei até confirmação que o seu consumo é seguro.

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