15.9.08

Licenciaturas em Filosofia, Comunicação e Arquitectura são apostas para 2008/2009
IIUM quer ser referência na área da investigação

O Instituto Inter-Universitário de Macau abre as portas ao ano lectivo com 4 novas licenciaturas - Filosofia, Desenvolvimento Global, Comunicação e Media e Arquitectura - e com novas estratégias. O Instituto define-se, a partir de agora, como uma universidade de investigação, projectando ser, até 2011 uma referência asiática nesta área. Cursos de medicina, enfermagem e ciências biomédicas estão também a ser planeados


Rui Cid

Ligado à Universidade Católica de Portugal e à diocese de Macau, o Instituto Inter-Universitário de Macau apresenta, este ano, novas linhas de estrutura e acção. Com uma nova administração, o IIUM acerta agulhas e define novas estratégias - tornar-se numa universidade de investigação e constituir-se, até 2011, como uma das melhores universidades na área da investigação na Ásia.
Ontem, durante a conferência de imprensa que serviu de apresentação dos novos cursos, o professor Ivo Carneiro de Sousa, vice-reitor para a Investigação e Relações Internacionais, revela que esta opção implica "mudanças profundas" no instituto, desde logo o modo de leccionar.
"Hoje é evidente para todos que é impossível competir com o volume e a qualidade de organização da informação que circula através da internet. O que acontece hoje em dia é que um estudante universitário tem, de facto, mais acesso à informação, havendo um excesso de informação. O desafio que se coloca às universidades é como podem elas ensinar os alunos a seleccionar a informação e a utilizá-la como ferramenta de investigação, pelo que, a partir de agora, a estratégia de ensino desta universidade é ensinar através da investigação", sublinhou.
Dessa forma, o instituto reorganizou os módulos, desaparecendo os módulos mono disciplinares que dão lugar a módulos transversais. Ivo Carneiro de Sousa explica que em cada módulo os alunos terão que apresentar publicamente os resultados das suas investigações.
" Queremos desenvolver sistematicamente investigação original de excelência, sobretudo em três áreas: Investigar o processo de globalização na China e no sudeste asiático; investigar as mudanças sociais e, por ultimo, propor/adiantar/investigar uma alternativa de desenvolvimento que designamos de desenvolvimento participatório e sustentado", acrescentou.
Foi a pensar nesta "vocação fundamental de investigação" que o Instituto decidiu alargar a sua oferta no número de cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento que passa agora a ser de 36, um numero que aumenta para 42 se forem contabilizados outros programas disponibilizados pelo IIUM.
" Não existimos para concorrer com nenhuma outra instituição de ensino superior, mas sim para construir o nosso próprio caminho, autónomo, como universidade de investigação. Assim, decidimos abrir, já no primeiro semestre, o primeiro curso de filosofia em Macau estamos precisamente a procurar, em filosofia, sublinhar a descoberta, o ensinar a pensar, o ensinar a utilizar conceitos, desde os fundamentos clássicos aos pós-modernos, para resolver problemas. Em simultâneo abrimos também o curso de Desenvolvimento Global e do Ambiente a pensar nos problemas das mudanças do clima e no desenvolvimento sustentado. Teremos também três novos doutoramentos em Estudos Globais, Psicologia e Ciência, todos eles voltados para a investigação", referiu.
Para o segundo semestre ficaram guardados as licenciaturas de Comunicação e Media e de Arquitectura que se encontra em processo de ser publicada em Boletim Oficial. Ivo Carneiro sublinha que apesar de o curso de arquitectura não estar oficialmente autorizado pelo governo da RAEM, estão já em curso negociações com associações de arquitectos de Macau e de outros países. O objectivo, diz o vice-reitor, passa por formar arquitectos que sejam capazes de trabalhar em "qualquer parte do mundo e não apenas no território". Para o futuro, assim que houver disponibilidade logística, o IIUM pensa em ministrar um doutoramento e um mestrado nesta área.

"Curso de medicina já está a ser pensado"

Com os novos cursos o IIUM foi obrigado a contratar mais 18 professores, que passam a ser agora 52 que serão responsáveis pelo futuro dos 1070 alunos que o Instituto prevê que se inscrevam neste ano lectivo.
Um número bastante elevado que o IIUM quer aumentar, apesar de Ivo Carneiro afirmar que o instituto não quer oferecer uma educação de massas :" temos 25% de alunos estrangeiros, vindos de muitas partes do mundo. Quando abrirmos o novo campus, na ilha verde, penso que teremos capacidade para chegar aos 2 mil", afirma o vice-reitor.
E um projecto que poderá ajudar o IIUM a atingir o objectivo do 2º milhar de estudantes passa pela oferta de mais cursos, em especial na área das ciências da vida.
"Estamos a planear também os cursos de enfermagem, medicina e ciências biomédicas. É uma aposta, não apenas académica, mas social e de investigação que se mostra fundamental para esta parte do mundo", frisa Ivo Carneiro.

Instituto passa a ser Universidade

No ano lectivo que agora começa, alunos e professores ainda se referem ao IIUM como instituto, mas não o deverão continuar a fazer durante muito mais tempo. Na verdade o IIUM passará a ter a designação de Universidade, embora sem nome definido, mas com uma certeza - a palavra Macau não fará parte da nova designação.

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